Finalmente terminei A PÁGINA EM CHAMAS, o terceiro livro da série A BIBLIOTECA INVISÍVEL. Eu não gosto de resenhar livros em série, porque fica difícil não soltar spoilers para quem ainda não leu os anteriores. Então, vou fazer diferente desta vez. Vou comentar algumas coisas deste volume e depois vou listar dez motivos para você ler todos.

Irene e Kai são personagens que se solidificaram no segundo volume. Segredos foram revelados e contas foram acertadas. Agora, em A PÁGINA EM CHAMAS, eles estão mais afiados do que nunca. Existe uma cumplicidade que faz com que eles saibam o que cada um pensa e em como cada um age. É assim que funciona uma equipe.

O mesmo pode ser dito com relação aos personagens secundários, como o detetive Vale e o feérico Silver. Já sabemos como eles se comportam, quais suas motivações, o que esperar deles. Inclusive com relação ao vilão, Alberich, e sua obsessão por tentar destruir a Biblioteca e convencer Irene a se juntar a ele.

Uma coisa bem construída pela autora, é exatamente a competência de Irene: é fácil para o leitor compreender o motivo de Alberich desejá-la. Qualquer um no lugar dele faria a mesma coisa. Ela seria uma arma poderosíssima para qualquer um atingir um objetivo. E é sobre isso que gira a história de A PÁGINA EM CHAMAS. Alberich encontrou uma forma de destruir de uma vez por todas com a Biblioteca, mas seu foco continua em Irene.

O mistério em volta do conselho da Biblioteca aumenta, e é óbvio que muita coisa continua oculta, principalmente sobre os pais de Irene. Então, acredito que existirá um quarto, quinto, sexto livro, o que poderia desanimar o leitor que não gosta de sequências. O que tenho a dizer sobre isso, é que você não precisa ficar com medo. Cada livro conta uma história única, com princípio, meio e fim. Algumas coisas sobre os personagens são resolvidas com o passar dos volumes, como acontece em uma série da Netflix, por exemplo. E nem por isso você deixar de assistir, deixa?

Então, abandone seu preconceito literário e dê uma chance à BIBLIOTECA INVISÍVEL. E se, mesmo assim, não estiver convencido, dê uma lida na lista de motivos abaixo:

DEZ MOTIVOS PARA LER

1) Um universo rico em fantasia: temos dragões, vampiros, lobisomens, feéricos, dimensões paralelas, enfim, uma vasta gama de heróis e vilões que convivem harmoniosamente, ou não;

2) Irene e Kai, o casal principal, foge do clichê e não tem um interesse amoroso. Eles são parceiros, amigos, colegas de trabalho, sempre prontos para se protegerem, mas nada além disso, felizmente;

3) Ação incessante: não tem um único capítulo em todos os livros em que não aconteça alguma coisa. Irene está sempre tendo que lutar contra alguém, fugir de algo;

4) O uso da Linguagem, a forma que os bibliotecários dobram a realidade para fazer com que coisas e as pessoas os obedeçam, é criativa e eficaz;

5) Alberich, o inimigo da Biblioteca, é assustador e poderoso. Ainda mais pela forma como ele se infiltra nos locais: ele mata as pessoas e utiliza suas peles para se passar por elas;

6) O conceito das missões, da busca por livros únicos, que se diferenciam em todas as dimensões, para guardá-los na Biblioteca e protegê-los para que não sejam destruídos, é interessante e causa uma leve inveja no leitor;

7) Irene é uma personagem incrível, que não depende de nenhum homem para vencer uma luta, mas que nem por isso nega a ajuda quando precisa. Ela representa o tipo de heroína que nossa geração precisa, mostrando que não existe gênero fraco, existe apenas preconceito;

8) Todas as ambientações, que misturam mundos antigos com mundos modernos, provê uma fonte inesgotável de criatividade. Há uma mistura de computadores, charretes, zepelins, celulares, magia, que funciona dentro do contexto;

9) A forma de sair e entrar na Biblioteca pelos mundos é interessante, utilizando portas que só funcionam em locais onde existe uma grande quantidade de livros que são lidos. E mais interessante é quando a autora descreve o espaço quase infinito dentro da Biblioteca;

10) Kai e seu segredo, que é revelado logo no primeiro livro, mas que, mesmo assim, não vou dizer qual é, consegue elevar ainda mais o quanto Irene é incrível. Não entendeu? Bem, aconselho que leia a série A BIBLIOTECA INVISÍVEL para compreender. Não irá se arrepender, garanto!


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Genevieve COGMAN começou logo cedo a se aventurar pelos universos de Tolkien e Sherlock Holmes e nunca mais parou. Antes de “A Biblioteca Invisível”, seu romance de estreia, fez mestrado em Estatística aplicada à Medicina e usou isso em uma variedade de empregos: codificadora clínica, analista de dados e especialista em classificação. Além disso, trabalhou como escritora freelance de RPG. Atualmente mora no norte da Inglaterra.
TRADUÇÃO: Ana Death DUARTE
EDITORA: Morro Branco
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 416


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