TEMPESTADE DE GUERRA é o quarto e último livro da série A RAINHA VERMELHA. A série é composta pelos seguintes volumes: A RAINHA VERMELHA, ESPADA DE VIDRO, A PRISÃO DO REI e o spin-off: COROA CRUEL.

Após os acontecimentos de A PRISÃO DO REI, Mare está com o coração despedaçado, mas sabe que precisa seguir em frente e superar a traição de Cal. No livro anterior, Cal escolheu a coroa e se aliou com Volo, o “rei” de Rift, para retomar o poder de Norta. Para ter esse apoio, ele terá que se casar com Evangeline, uma magnetron da casa de Samos. Mare mais uma vez está machucada com a escolha das pessoas ao seu redor, só que dessa vez ela não deixará os seus sentimentos falarem mais alto e irá lutar com todas as suas forças para impedir que mais um rei prateado suba ao trono, mesmo que esse rei tenha em mãos o seu coração.

A Guarda Escarlate está lutando para acabar com a monarquia implantada pelos prateados. Para ajudar nessa luta, Mare e a Guarda Escarlate irão unir forças com Montford, com o objetivo de derrubar o atual rei – Maven – e, assim, impedirem também que Cal suba ao trono. O intuito da Guarda Escarlate é criar um tipo de governo semelhante ao de Montford, onde os vermelhos e prateados vivem em harmonia e são vistos como semelhantes.

Do outro lado da guerra, temos Maven, com uma forte aliança com Lakeland, possuída através do seu casamento com Iris Cygnet, uma ninfoide poderosa, que será uma das peças chaves para o desenrolar dessa história. Nesse livro, as linhas que desenham quem é mocinho e quem é vilão são bem turvas e uma frase perfeita para resumir essas 702 páginas é: Todo mundo pode trair todo mundo.

TEMPESTADE DE GUERRA foi um livro que me deixou com um misto de sentimentos que eu não consigo explicar. Eu adorei a forma como a autora desenvolveu a história, tudo acontece muito rápido e de forma constante. Os personagens amadureceram muito desde o primeiro livro, em especial a Mare, que em A PRISÃO DO REI se mostrou bem fraca com o estado deprimente em que se encontrava. Neste volume, ela teve um apoio que não vi nos livros anteriores – porque ela não deixava ninguém chegar perto o suficiente – e eu, particularmente, gostei que ela, enfim, tomou um posicionamento e não ficou à deriva enquanto uma guerra estourava lá fora.

Entre os irmãos Calore, Cal foi um dos personagens mais bem construídos dessa história, mas que me decepcionou muito – apesar do fato de que eu sou #TeamCal. A autora realmente tornou ele um ser deplorável, facilmente manipulado, que não tem absolutamente nenhum controle sobre sua vida e escolhas. Maven foi um dos destaques desse livro. Eu não digo que gostei dele, no entanto, entendi algumas de suas atitudes, ele foi alguém que foi quebrado de dento para fora e as consequências disso são óbvias em seu carácter, ou na falta dele.

Falando agora das mulheres que roubaram as cenas, a começar pela Evangeline. Ela é uma mulher poderosa, que está cansada de ser jogada de um lado para o outro, como uma peça de xadrez. Ela está dividida entre o desejo de ser livre e seguir o seu próprio destino e a sua vontade de fazer o melhor pela sua família, independentemente do preço que isso custar. Temos também a Rainha Iris, uma mulher perigosa, que está em busca de vingança e que não deixará ninguém ficar no seu caminho. Ela sabe esconder as suas facetas e agir no tempo certo, seu poder é destrutivo e seu reinado é sombrio.

Eu não posso falar de todos os personagens como eu gostaria, porque são muitos, mas alguns tiveram bastante destaque como um todo e na luta da Guerra Escarlate para acabar com um regime político opressor, que só traz dor e destruição para os vermelhos. Entre eles, estão: Kilorn, Farley, Davidson e Julian. Cada um teve seu papel importante na trama e na guerra.

A narrativa desse livro é feita em primeira pessoa, por: Mare, Cal, Evangeline, Maven e Iris. Um dos meus medos em relação a ter tantos pontos de vista, é que as coisas ficariam confusas ou não seriam explicadas com exatidão, felizmente isso não aconteceu. Para minha surpresa, uma das narrativas que eu mais gostei, foi a do Maven. Estar na sua cabeça foi perturbador, mas também foi bem explicativo, ele me fez refletir muito sobre suas atitudes e sua parcela de culpa nelas. Eu não morro de amor por esse personagem, mas também não o odeio.

Um ponto que me incomodou muito, quando finalizei a leitura do livro, foi o final: eu esperava mais, algo fechado. No entanto, a impressão que ficou, para mim, foi que a autora deixou isso aberto para que ela possa criar outros livros em cima do universo de A RAINHA VERMELHA. Isso me decepcionou bastante, pois esperei anos por um final arrebatador e, no lugar dele, finalizei o livro com mais perguntas do que respostas.

Em suma, TEMPESTADE DE GUERRA foi um livro que me tirou o fôlego, apesar das ressalvas. Foram 702 páginas de pura emoção, traições, guerras, intrigas políticas e alianças que me fizeram questionar tudo o que aprendi lendo os três livros anteriores, afinal quem é o verdadeiro inimigo?


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Victoria AVEYARD cresceu em Massachusetts e frequentou a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Formou-se como roteirista e tenta combinar seu amor por história, explosões e heroínas fortes na sua escrita. Seus hobbies incluem a tarefa impossível de prever o que vai acontecer em As Crônicas de Gelo e Fogo, viajar e assistir a Netflix
TRADUÇÃO: Cristian CLEMENTE, Guilherme MIRANDA, Zé OLIBONI e Lígia AZEVEDO
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 702


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