Você se lembra de MAMMA MIA? Aquele musical lançado em 2008 que girava em torno dos grandes sucessos da banda de pop ABBA. Estrelado por Meryl Streep, junto com grande elenco, foi por muito tempo a maior bilheteria da história para um filme musical, sendo superado apenas em 2017, pelo mega sucesso da Disney, A BELA E A FERA. Dez anos depois, estamos aqui com sua aguardada continuação, e posso adiantar que toda a espera valeu a pena.

No primeiro filme tínhamos Donna, personagem de Streep que era dona de um hotel numa ilha paradisíaca grega, preparando-se para o casamento de sua única filha. A jovem noiva sonhava em conhecer o pai, logo convida os três homens que se envolveram com sua mãe, na época do seu nascimento, para tentar descobrir quem é seu pai, já que nem a sua mãe sabe a resposta para essa pergunta. Depois de muita música, confusões e reconciliações, o mistério foi resolvido e um bonito desfecho foi entregue ao espectador.

Agora, em MAMMA MIA – LÁ VAMOS NÓS DE NOVO!, a filha de Donna, Sophie, prepara a reinauguração do hotel novinho em folha algum tempo depois da morte de sua querida mãe. Vivendo basicamente tudo pelo que a sua mãe passou, Sophie busca inspiração no passado e nas aventuras dela, em todo o caminho que a levou a um dos lugares mais bonitos do mundo. Ao mesmo tempo em que se preocupa se a festa de reinauguração vai sair perfeita, reencontros do passado irão surgir para lhe prestar apoio e até alguma dor de cabeça.

O roteiro é um daqueles com duplo elenco e linha temporal: nos dias de hoje e no passado, tipo o filme X-MEN – DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO. No passado, acompanhamos a juventude de Donna e toda a sua jornada até se tornar dona de um hotel numa ilha no final da Grécia. Sem dúvida, a melhor e mais interessante parte do filme, mesmo seguindo um estilo episódico, onde ela vai num lugar, encontra aquela pessoa e segue em frente, nada fica forçado e muito menos tedioso. Era tudo que qualquer fã de MAMMA MIA queria ver, e, felizmente, somos tratados como reis, tudo da forma mais impecável possível. Donna era a alma do filme, impossível Meryl Streep não roubar a cena em qualquer filme que esteja e a sua ausência aqui pesa bastante. O arco que se passa nos dias de hoje e que envolve a reinauguração do hotel é bem desinteressante e o drama vivido por Sophie é muito trivial. Mesmo com diálogos fracos e algumas coincidências milagrosas, nada disso estraga o filme, porque, felizmente, estamos em um musical e o que tem em um musical? Várias músicas.

Os números musicais aumentaram e a direção por trás deles evoluiu bastante. Tudo está mais lúdico e animado. No primeiro filme, tivemos, talvez, as músicas mais conhecidas do ABBA. Algumas chegam a ser reprisadas aqui, como o hino “Dancing Queen” e “Mamma Mia”. Os destaques vão para a sequência com a musica “Waterloo”, que se passa num restaurante e é um deleite para os olhos, e a cena final com todo o elenco vibrando ao som de “Super Trouper”. E se prepare para chorar bastante na sequência de “My Love, My Life”, que veio para cortar o coração de todos. O trio de vozes estão mais afinados do que nunca e numa harmonia sem igual. Temos também as maravilhosas “Knowing Me, Knowing You”, “When I Kissed the Teacher”, que abre o filme numa cena extremamente animada, e “Fernando” que, ao som da voz poderosa de Cher, chega a arrepiar o espectador. Resumindo, só tem musica boa e provavelmente você já as ouviu em algum lugar. ABBA é perfeição sem fim.

No topo do elenco, temos a maravilhosa Lily James, que você conhece por filmes como o live action de CINDERELA ou a ação EM RITMO DE FUGA. A atriz nunca esteve tão à vontade num papel, emana felicidade e muita energia. Incrível como consegue ser quase uma cópia perfeita da também maravilhosa Meryl Streep. A voz da jovem é belíssima, tem muito gingado na dança e manda muito bem no drama, com certeza uma atriz que só tem a crescer futuramente, excelente adição ao elenco. Amanda Seyfried teve seu ápice no primeiro filme, aqui parece um pouco cansada e menos inspirada, mas mesmo assim consegue entregar ótimas cenas com muito canto e dança. Christine Baranski e Julie Walters, que vivem as amigas antigas de Donna, continuam hilárias e com muita presença em cena. O filme estaria perdido sem ambas. E ainda temos uma participação especial da diva Cher, sempre muito elegante e onipresente, de fato sua personagem aparece pouco e parece que caiu do céu, mas é uma delícia esses pequenos minutos onde está em cena.

A banda ABBA teve uma carreira extraordinária e nos presenteou com músicas que serão eternas, e a série de filmes MAMMA MIA, honra e enaltece esse trabalho tão bonito que veio lá da Suécia. Não é melhor que o anterior, mas fica devendo muito pouco. É animado, divertido e contagiante, aposto uma grana que você não vai ficar entediada(o) assistindo essa jóia, vale muito à pena!


AVALIAÇÃO:


DIREÇÃO: Ol PARKER
DISTRIBUIÇÃO: Universal Pictures
DURAÇÃO: 1 hora e 54 minutos
ELENCO: Amanda SEYFRIED, Pierce BROSNAN, Lily JAMES, Colin FIRTH, Cher, Julie WALTERS, Andy GARCIA