Caros leitores, com este título, eu vós levo a conhecer um manual sobre LGBT. O livro traz fatos sobre “como sair do armário“, como era, e ainda é, difícil para os gays viverem, como usam a religião para o preconceito, LGBT na política, entre outras informações.

Apesar de ser um livro que deveria mostrar que o LGBT é uma pessoa normal, ele ataca o leitor generalizando como se todo heterossexual fosse preconceituoso. Agora vocês devem estar pensando: “ah, você está falando isso porque é um livro gay!“. E a resposta é, não! Não estou falando isso porque é um livro gay, estou sendo imparcial nessa resenha e falando apenas o que eu li e os pontos centrais do livro. Tenho certeza que uma pessoa heterossexual homofóbica nem encostaria seu dedo em um livro com esse título.

Nessa questão de falar sobre o homossexualismo, o autor traz fatos religiosos e ele tenta não generalizar, de certa forma, no início, mas acaba generalizando, como por exemplo, quando afirma que católicos odeiam gays.

Acredito que o grande salvador do livro foram os depoimentos de pessoas que se assumiram e o que elas achavam sobre alguns assuntos. E o leitor pode ver que, enquanto uns assumiram de um jeito, outros assumiram de outro, e isso só mostrou que para você “sair do armário“, não depende apenas de alguém dizer como você deve sair ou não, mas, sim, como você concluir que deve sair baseado na estrutura da sua família.

Outro fato que também me tocou, foi a adoção por casais gays, que é realmente importante de ser falada, porque é um assunto que, por lei, você tem os mesmos direitos, mas se estiver entre um casal hétero e um casal gay, vão escolher o hétero porque simplesmente é o “melhor” para criança. Um preconceito e tanto, hein, Brasil, mundo!

Alias, o foco do livro são homens gays, fala-se muito pouco sobre lésbicas, transsexuais, travestis, transgêneros…

Acredito que o autor queria educar os heterossexuais, contando sobre a história dos homossexuais desde os primórdios, mas acabou tratando héteros como uma “raça” insofrível, que nunca passou por nada, que sempre teve tudo que quis na mão, e o que era para ser educacional, passou para uma mensagem de ódio disfarçado.

O contexto do livro é bom, é informativo, tirando as partes onde o autor mostra seu preconceito contra pessoas não-LGBT. Infelizmente, foi esse fato que acabou levando o livro a um patamar um pouco mais abaixo do esperado.

Enfim, recomendo o livro para pessoas que sabem que ao ler não vão ser “reeducadas” da forma errada pelo autor, e não achem que tudo que for dito no livro é verdade. Não é.


AVALIAÇÃO:


AUTOR: James DAWSON, por oito anos, foi professor especializado em Personal, Health, and Citizenship Education (PSHCE). Em 2013, escreveu Being a Boy, um guia sobre puberdade, sexo e relacionamentos para meninos, e foi eleito pela Stonewall como modelo de comportamento em escolas. Além de ser especialista em sexo, seu romance infantojuvenil de estreia Hollow Pike foi indicado para o prestigiado prêmio Queen of the Teen, e foi seguido pela publicação dos thrillers infantojuvenis Cruel Summer e Say her name. Quando não está escrevendo livros para assustar adolescentes de diversas maneiras, James está ocupado ouvindo musica pop e assistindo Doctor Who e filmes de terror. Ele vive e escreve em Londres.
TRADUÇÃO: Rafael MANTOVANI
EDITORA: WMF Martins Fontes
PUBLICAÇÃO: 2015
PÁGINAS: 280


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