O livro é contado por dois pontos de vista diferentes: o de Claire e o de Lydia. Logo nas primeiras páginas, é possivel perceber que a história será tudo, menos parada. Claire está em um bar, esperando Paul, seu marido, para comemorar a retirada da tornozeleira eletrônica. Quando ele chega no bar, começa a agir de uma forma inusitada e sedutora com a qual Claire não está acostumada. Paul a conduz até uma viela para terem mais privacidade pelos próximos minutos e é quando tudo dá errado.

Eles são atacados e entregam ao homem todos os seus pertences. No entanto, os bens materiais não eram suficientes, e o homem tenta sequestrar Claire. Paul tenta salvá-la e acaba sendo esfaqueado e morrendo nos braços da esposa.

Do outro lado da cidade, Lydia assiste ao jogo de basquete de Dee, e tenta suportar as mães das outras alunas do colégio. Lydia é uma mãe solteira, que está acima do peso e faz de tudo para dar o melhor para sua filha, até suportar mulheres com corpos esculturais e capazes de manter uma escola de 40 mil dólares por ano. Surpreendendo-a depois de uma briga, Rick senta ao seu lado na arquibancada do colégio e diz algo que traz de volta milhões de sentimentos: Paul Scott foi assassinado em uma viela.

Voltando para casa, depois de enterrar seu marido, Claire vê dois policiais parados em sua porta, que lhe contam que sua casa foi invadida. Não levaram nada, mas um empregado ficou ferido. Ela mostra aos policiais as câmeras de segurança e, apesar de não gostar dos policiais, não diz nada. Claire vai até o escritório que o marido mantinha em casa para procurar o número da seguradora e para enviar um arquivo para o socio de Paul, mas o que encontra no computador vai acabar com tudo o que ela sabia sobre o marido.

É um livro brilhante, sem pontas soltas e perturbador.

Paul era um homem muito organizado e mantinha tudo muito bem classificado e arquivado e, como um marido que confia completamente na esposa, dava a ela todas as suas senhas. É assim que ela encontra videos de snuff porn, onde mulheres eram torturadas, amarradas, cortadas e mortas, para em seguida serem estupradas.

Claire e Lydia são irmãs, mas desde que Claire decidiu ficar do lado de Paul e não acreditar em Lydia, elas se afastaram. Elas não tinham notícias uma da outra, e Lydia lutou sozinha contra seu vício em drogas para poder cuidar de Dee. No entanto, elas acabam se encontrando no cemitério.

Claire acaba indo atrás da irmã, depois de encontrar uma caixa com dados de inúmeras mulheres. Uma delas era de Lydia. É então que ela decide acreditar no que sua irmã contou 19 anos atrás: Paul tentara estuprá-la.

Cada descoberta das protagonistas causa choque e revolta e em vários momentos, sofri como se fosse uma das irmãs Carroll.

Em alguns momentos, entre os capitulos das irmãs, Sam, pai das meninas, conversa com Julia Carroll, a irmã mais velha, que desapareceu 24 anos atrás. Sam nunca desistiu de encontrar a filha e mantinha em casa uma pesquisa detalhada sobre tudo o que aconteceu no dia de seu desaparecimento e escrevia em um diário, como se falasse com Julia até o dia em que se matou.

No meio da histórias das irmãs, ainda temos uma garota desaparecida, Ana Killpatrick, que parece estar em um dos vídeos encontrados no computador de Paul.

Lydia e Claire deixam de lado os problemas e os anos que perderam, para desvendar quem era o verdadeiro Paul Scott e tentar encontrar os responsáveis pelo assassinato de Ana e da outra garota dos vídeos.

O livro não é cheio de reviravoltas, mas surpreende bastante em alguns momentos.

FLORES PARTIDAS é um livro brilhante, sem pontas soltas e perturbador. Os personagens são muito bem elaborados, cheios de camadas, repletos de sentimentos e totalmente reais. Não é um livro simples, e muito menos tranquilo. Cada descoberta das protagonistas causa choque e revolta e em vários momentos, sofri como se fosse uma das irmãs Carroll. O sofrimento delas e o sentimento de perda que elas carregam depois do desaparecimento de Julia é tão real e intenso que machuca até quem lê.

Apesar de já estar acostumada a ler livros policiais, alguns momentos da leitura foram difíceis, principalmente quando é contado o que há nos vídeos de snuff porn. Ao mesmo tempo que meu estômago revirou ao ler os detalhes, senti mais vontade de continuar a leitura e encontrar o culpado e vê-lo pagar por toda dor que ele causou.

O livro não é cheio de reviravoltas, mas surpreende bastante em alguns momentos. Consegui criar um vínculo forte com as protagonistas e, inclusive, com Sam Carroll, que aparece em poucos momentos.

Os últimos capitulos são de tirar o fôlego, mas as últimas paginas trazem paz, tanto para os personagens, quanto para o leitor.

FLORES PARTIDAS é, com certeza, um dos melhores livros que li esse ano.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Karin SLAUGHTER é uma autora de livros policiais, que estreou com o seu romance Cega em 2001. Publicado em quase 30 idiomas, tornou-se um sucesso internacional e entrou para o Dagger Award como “Melhor Thriller Debut “de 2001. Slaughter nasceu em uma pequena comunidade ao sul da Geórgia, e agora reside em Atlanta.
TRADUÇÃO: Caroline Caires COELHO
EDITORA: HarperCollins
PUBLICAÇÃO: 2017
PÁGINAS: 400


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