A obra é cheia de diversos clichês, já desenvolvidos em outras histórias com a mesma temática, e, apesar disso, a autora consegue inovar e prender o leitor com muita facilidade. Durante a leitura, você consegue ver aspectos já usados em JOGOS VORAZES, DIVERGENTE e A SELEÇÃO e, a principio, fiquei com um pé atrás, por achar que seria mais do mesmo. Felizmente, a história tem diferenciais fantásticos.

Ela se passa no ano de 320 da Nova Era, e a sociedade é separada pela cor do sangue: prateado e vermelho. Os que possuem sangue vermelho são comuns, trabalhadores humildes, soldados, vítimas de uma monarquia que não se importa com pessoas comuns. Os com sangue prateado desenvolveram poderes e são da elite. Nobres, cruéis. Deuses. A distância social em que estes dois grupos se encontram é gritante e muito bem desenvolvida em todo o livro.

Mare Brarrow, uma adolescente de sangue vermelho, sabe que seu destino é o recrutamento para uma guerra, que dura mais de um século e não tem previsão de fim. Seu destino é este e ela não pensava em fugir dele até descobrir que seu amigo, Kilorn, também irá para guerra, uma vez que seu mestre morreu antes que completasse seu treinamento. É neste ponto que vemos o desespero da garota para salvar seu amigo de um destino que só terminará de um jeito: com sua morte.

Determinada a salvar seu amigo e a si mesma, ela precisa juntar dinheiro suficiente para comprar a liberdade de ambos. Após algumas reviravoltas, Mare acaba dentro do castelo. Não apenas como uma servente, mas como uma prateada. Diferente dos demais vermelhos, ela é uma incógnita e uma possível vantagem para o rei que está sofrendo ataques rebeldes da Guarda Escarlate.

Dentro da elite e prometida ao príncipe Maven, Mare vê o mundo prateado de perto e percebe que o lema “Força e Poder” tem tudo haver com estas pessoas. Neste mundo não há lugar seguro. Ninguém é confiável. Em meio a tudo isso, nossa personagem principal consegue ajudar a Guarda Escarlate com seus planos, porém se esquece que no mundo prateado todo mundo trai todo mundo.

O foco principal do livro é a revolta da personagem e da Guarda Escarlate contra a monarquia, que trata a população de sangue vermelho como escória. Há um triangulo amoroso entre Mare e os dois príncipes que tem uma grande importância para a história, mas romance não é o foco do livro. Ao contrário da trilogia A SELEÇÃO, onde senti muita falta da parte política que serve como pano de fundo para a história, mas que é muito pouco desenvolvido, aqui encontramos o oposto. Mare quer lutar por seu povo e somos levados para esse mundo da rebelião contra a monarquia.

A RAINHA VERMELHA é um livro cheio de ação, violência e reviravoltas. Ao concluir a leitura, senti que minhas dúvidas foram sanadas e as falhas que imaginei existirem na história foram reveladas parte de uma trama maior. Esta edição de colecionador da editora está maravilhosa, com paginas de gramatura maior, capa dura, jacket e vários desenhos em tom de vermelho distribuídos pelo livro.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Victoria AVEYARD cresceu em Massachusetts e frequentou a Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. Formou-se como roteirista e tenta combinar seu amor por história, explosões e heroínas fortes na sua escrita. Seus hobbies incluem a tarefa impossível de prever o que vai acontecer em As Crônicas de Gelo e Fogo, viajar e assistir a Netflix.
TRADUÇÃO: Cristian CLEMENTE
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 448


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