A história de A MENINA QUE TINHA DONS  se passa em um futuro distópico, com um cenário pós-apocalíptico, onde algumas crianças vivem confinadas em uma base militar. As crianças vivem presas em celas e, quando saem para a sala de aula, são amarradas, levadas em cadeiras de rodas e ficam sob a mira de revólveres.

Por se tratar de um livro escrito por um roteirista de quadrinhos, as cenas de ação e suspense são bem elaboradas e descritas. Como se trata de uma história curta, não conseguimos nos aprofundar nas motivações de todos os personagens, temos apenas um foco principal nos sentimentos e pensamentos da protagonista. No entanto, o que falta de profundidade nos personagens, é preenchido com suspense, emoção, cenas comoventes e nojentas.

Ao longo da história vamos descobrindo o que exterminou a sociedade. Um fungo mutante (que infecta formigas e as controla e se alimenta delas) começou a infectar a raça humana. Os seres humanos não infectados estão na cidade de Beacon, ou vivem nos destroços de outras cidades.

O sargento Parks percebe que as crianças infectadas são capazes de pensar, aprender e socializar. É assim que ele começa a pegar algumas para estudo. Melanie é uma das crianças sequestradas e usada como cobaia de estudo. Apesar de uma rotina completamente estranha, que inclui banho químico aos domingos e comer larvas, ela ama a escola e estudar.

A história é narrada em terceira pessoa e quando o foco está em Melanie, o vocabulário muda para o de uma criança, assim como cada descoberta, sensação e raciocínio. Conforme a história avança, vemos a evolução da protagonista e nos surpreendemos a cada página.

Quando é a vez de Melanie ser estudada pela Dra. Caldwell (pesquisadora responsável), a base militar é invadida pelos famintos (humanos infectados). A Dra. Caldwell, sargento Parks, sra. Justineau e Melanie conseguem escapar e, então, lutam por sua sobrevivência em um mundo devastado pelos famintos.

Existem partes do livro que não foram agradáveis de ler e foram até chocantes, como o relato de como eram os experimentos nas crianças, como elas eram abertas, usadas pelos cientistas e depois descartadas.

O desfecho é surpreendente e definitivamente não é algo que eu esperava, muito menos um final feliz para essa história cheia de suspense. É surpreendente e bem diferente dos livros que eu estou acostumada. Vale a pena a leitura, principalmente para quem gosta de histórias com zumbis, suspense e cenas um pouco repulsivas.


AVALIAÇÃO:


AUTOR: M. R. CAREY é um autor britânico de roteiros e romances. Sob o nome de Mike Carey colaborou com a Marvel e a DC Comics, com as franquias X-Men e Quarteto Fantástico, e suas histórias entraram nas listas de quadrinhos mais vendidos do The New York Times. Carey também escreve para Hollywood e, além de A menina que tinha dons, possui outros romances publicados na Inglaterra.
TRADUÇÃO: Ryta VINAGRE
EDITORA: Fábrica231
PUBLICAÇÃO: 2014
PÁGINAS: 384


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