Megan e Nicole, ambas recém formadas no colegial, prontas para começarem suas vidas acadêmicas, são sequestradas. Duas semanas depois, Megan consegue escapar. Um ano depois, ela está em frente às câmeras, fingindo estar pronta e contente por vender seu mais novo livro, que relata suas duas semanas em cativeiro.

Ao mesmo tempo, Lívia, irmã mais velha de Nicole, acaba de ingressar em sua especialização de médica-legista. Enquanto faz uma autópsia de um rapaz que lhe disseram ter pulado de uma ponte, Lívia percebe que ele não tem sinais de afogamento, ou os demais sinais que o homem deveria ter para ser classificado como um flutuante. Quando os jornais começaram a circular a foto do rapaz, Livia acaba descobrindo que ele tinha ligações com sua irmã na época em que ela foi sequestrada.

O livro é narrado em terceira pessoa e segue de vários pontos de vista: temos o de Megan e Lívia como os principais, no presente; porém, também temos o ponto de vista de Nicole semanas antes do sequestro e, ocasionalmente, encontramos também outros personagens como principais. Preciso dizer que isso foi um ponto muito positivo da história, pois deixa o leitor entender o que cada personagem pensa e sente, mas também abre facilmente o leque de suspeitos.

Boa parte da história é contada por Lívia, e sempre a vemos como uma personagem forte, que carrega uma parcela de culpa pelo desaparecimento da irmã, e é exatamente por causa de Nicole que ela escolheu ser médica-legista. Lívia não tem esperanças de encontrar sua irmã viva, mas gostaria de obter respostas sobre o que aconteceu com ela nesse período de um ano. Portanto, o que vemos nessa personagem é um desejo de resolução e encerramento, e ela luta com todas as forças que tem para encontrar as respostas que procura. O que ela encontra no entanto é algo bem mais complexo do que ela imaginava.

Megan faz parte dessa busca e, ao contrário de Lívia, tudo o que ela quer é se lembrar. Megan é uma garota que sofreu algo terrivel e que tenta fingir que está tudo bem, mesmo depois de ter passado por um sequestro.

O que eu encontrei lendo essa história foi uma trama maravilhosa, que me tirou o fôlego em alguns momentos, mas que, principalmente, deixou-me totalmente apreensiva. O autor conseguiu criar, não só uma trama excelente, mas também criar personagens e situações em que qualquer um poderia ser suspeito. Além de encontrar personagens bem desenvolvidos com quem eu pude me identificar facilmente.

Enquanto temos a luta no presente por encontrar as respostas que procuramos, no passado vemos Nicole como uma garota totalmente diferente daquela que imaginamos que existia e, principalmente, daquela que Lívia dizia se recordar. Achei muito bom conseguir ver quem era essa personagem ao longo das semanas anteriores ao seu desaparecimento.

Além dos personagens principais, os secundários também são bem desenvolvidos e, na maioria dos casos, eles tem um papel importante na trama, seja para ser mais um suspeito ou para ajudar as protagonistas.

O livro não só me surpreendeu, como se tornou meu favorito dos últimos meses. Para quem já gosta do gênero, é uma boa escolha, e para aqueles que nunca se aventuraram em nada parecido, vale a tentativa.


AVALIAÇÃO:


AUTOR: Charlie DONLEA vive em Chicago com sua esposa e dois filhos. Um de seus hobbies é pescar em lugares praticamente desertos do Canadá. Essas viagens por estradas paradisíacas inspiraram o cenário para o seu livro de estreia. Ávido leitor, é também apaixonado. Quando decidiu escrever seu primeiro livro, ele se preparou para produzir algo como tudo o que gosta de encontrar nos seus filmes e livros prediletos: uma história capaz de deixar o leitor refletindo sobre ela por muito tempo.
TRADUÇÃO: Carlos SZLAK
EDITORA: Faro
PUBLICAÇÃO: 2017
PÁGINAS: 368


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