Enquanto escrevia meu livro, achei que soubesse tudo o que precisava saber para publicá-lo. Mas, ao terminar, descobri que não sabia de nada. Durante alguns meses, quebrei a cara várias vezes, mas descobri coisas que me tornaram mais consciente de como é publicar um livro no Brasil. Assim, resolvi compartilhar com vocês o que aprendi, para que, assim, não precisem passar pelo mesmo. Vou dividir o assunto em três tópicos semanais diferentes, assim não fica muito extenso e nem cansativo. Espero que gostem e que seja util para quem deseja lançar um livro.

Vou passar oito dicas que considero as mais importantes. Acho que assim fica mais fácil para começar o assunto.

PRIMEIRO: caso não tenha feito isso, leia o livro todo. Se possível, mais de uma vez. Corrija e modifique o que for necessário, mesmo se precisar jogar um capítulo inteiro fora, ou mais. Não ache esta dica estranha, porque muitos autores não leem o que escreveram após concluído. Podem achar que ler enquanto escreve tem o mesmo efeito, mas não tem. Ledo engano. É necessário efetuar uma leitura sequencial, como se o livro não fosse seu, para conseguir pegar muitas coisas erradas ou incoerentes.

SEGUNDO: mande o arquivo de seu livro por e-mail para você mesmo. Isso garante, legalmente, que ele pertence a você, que foi você quem escreveu, e garante que se alguém copiá-lo, você poderá tomar as devidas providencias para ser ressarcido.

TERCEIRO: mande seu livro para algumas pessoas lerem e opinarem. Nada de mãe, pai, avó, tio, etc. Essas pessoas, normalmente, não darão uma opinião sincera, colocarão na frente o medo de que talvez você não goste da opinião deles e fique magoado. Por isso, mande para alguém que não seja da família, que tenha o hábito de ler, que não tenha medo de falar o que realmente pensa. E por hábito de ler, me refiro a ler mais de um livro por mês, de gêneros diferentes. Se a pessoa para quem você mandar só ler romance, e você tiver escrito uma ficção-científica, as chances dela não gostar de seu livro, mesmo ele sendo bom, são enormes.

QUARTO: procure um profissional que faça uma Análise Crítica de sua obra. Existem pessoas aos montes que fazem esse trabalho, por preços que variam de cem reais a mil reais. Então, encontre algum que possa pagar, porque mesmo que ele não realize um trabalho tão completo como o mais caro, o que ele fizer já servirá para ajudar a avaliar o que você escreveu. Ah, e Análise Crítica não é resenha, mas um trabalho minucioso sobre todos os aspectos técnicos de sua obra, de forma objetiva.

QUINTO: com o resultado de tudo isso nas mãos, volte para o Word e modifique, novamente, o que for necessário. Seja modesto, receptivo. Se criticaram algo no que escreveu, ou como escreveu, ou seus personagens, ou o final, ou qualquer outra coisa, avalie e considere que mais pessoas poderão pensar igual, e que elas realmente podem ter razão. Então, guarde longe o orgulho e o pensamento de que você sabe tudo, você não sabe, e considere o que lhe dizem.

SEXTO: envie seu livro para um profissional de revisão. Por melhor que você escreva, a menos que seja professor de Português, seu texto terá erros, e ninguém gosta de ler histórias com erros de gramática e ortografia.

SÉTIMO: imprima seu livro em folha A4, letra Times New Roman, espaçamento de 1.5 ou 2.0, rubrique a lateral de todas as páginas, assine da primeira à última folha, e entregue na Biblioteca Nacional, onde é feito o registro legal de sua obra, o que garante seus Direitos Autorais. No site da biblioteca, que você pode acessar aqui, tem todas as informações necessárias para realizar o registro, além das capitais que possuem afiliada da Biblioteca Nacional. Se a sua cidade não possuir uma, você pode viajar até uma cidade que tenha, ou mandar sua obra pelo Correio. No caso de entregar pessoalmente, você recebe, na hora, um protocolo que garante o registro e, cerca de dois meses depois, recebe na sua casa o registro definitivo. Se mandar por Correio, o prazo pode levar até seis meses para você receber o registro definitivo. Sem o protocolo, ou o registro, não é aconselhável que você mande sua obra para editoras. Algumas, inclusive, exigem que você mande uma cópia do registro junto com a obra impressa.

OITÁVO: Então, com o registro em mãos, é hora de procurar uma editora. E aí vem a pior parte. Quer saber o motivo? No próximo post eu conto 😛