Este é o post que faço todos os anos sobre o melhor e o pior livro que li. Antes de comentar minhas escolhas, preciso fazer algumas menções por questão de justiça. São leituras que me encantaram, livros que adorei conhecer, e outros que nem tanto. Para facilitar, vou separar por gênero. Assim, acho que fica até melhor para quem ficar com vontade de ler.

A ASSOMBRAÇÃO DA CASA DA COLINA foi o melhor livro no gênero terror. Eu já havia ouvido falar do livro, e ele me pegou de surpresa, por fugir da mesmice e apresentar uma história psicológica, onde o medo reside na psique da pessoa e não em sustos ou fantasmas. Resenha aqui!

A QUINTA ESTAÇÃO e o PORTÃO DO OBELISCO foram lidos em dezembro e me conquistaram pela força de suas histórias. Uma ficção-científica com três personagens femininas extremamente fortes, injustiçadas, que lutam pela sobrevivência e pela sobrevivência de quem amam. Resenha aqui!

BEM-VINDOS AO PARAÍSO foi o drama mais intenso que li em 2018. A história é cruel em certos pontos, mas muito realista e coerente. O final é de arrebentar o coração, deixa uma tristeza pela constatação de que a atitude da personagem principal é o resultado de uma desistência pela esperança de salvar quem ela mais ama no mundo. Não deixe de ler. Resenha aqui!

O GUIA DO CAVALHEIRO PARA O VÍCIO E A VIRTUDE foi o melhor romance lido no ano. Uma história importante sobre orientação sexual, sobre diversidade, sobre feminismo, que consegue misturar esses temas com uma aventura engraçada e empolgante, cheia de sarcasmo. Um livro que me conquistou por tudo isso e pela simpatia de todos os personagens, muito bem construídos. Resenha aqui!

GRITOS NO SILÊNCIO é um thriller que faz com que você leia tudo de uma só vez. Ele foge dos clichês ao apresentar uma policial linha dura, mas que possui um coração imenso. A história não se concentra apenas na captura de um assassino, mas apresenta diversas surpresas e uma mensagem de inclusão social muito importante. Resenha aqui!

MÁQUINAS MORTAIS foi a melhor fantasia lida no ano. É uma série bastante conhecida lá fora, mas que ainda não obteve o reconhecimento no Brasil. Tudo nela é grandioso e muito emocionante, com uma premissa criativa e um casal de protagonistas que derrete corações. Tem um filme quase estreando nos cinemas, que espero que desperte a curiosidade dos leitores. Resenha aqui!

CÉU SEM ESTRELAS foi o melhor nacional lido no ano. Um romance fofo, simples, maduro, que não se desvia de discutir assuntos como a força da mulher e a infantilidade masculina, mas sem acusações, com argumentos válidos dentro de situações críveis, tudo muito bem narrado. Resenha aqui!

APARELHO SEXUAL E CIA tem um espaço de destaque por trazer para o público jovem uma educação sexual que ele não encontra em casa. Apesar do discurso utópico de que quem educa é a família, isso não representa a realidade. Muitos jovens sofrem depressão causada pela falta de informações sobre quem eles são no mundo, sobre se o que sentem é normal, sobre como se comportarem diante de suas emoções. O livro discute e informa sobre isso. Resenha aqui!

Como piores, preciso comentar sobre SUBMERSO, uma história sobre um jovem que tenta ser descolado, tenta ser homossexual, tenta passar uma mensagem sobre drogas, tenta contar uma aventura, mas não consegue fazer nada disso. Pelo contrário. Apresenta mensagens equivocadas, situações mal construídas e furos de narrativa por todas as páginas. Resenha aqui!

É ASSIM QUE ACABA tem alguns problemas na construção dos personagens, principalmente da personagem feminina, que não consegue se decidir sobre se tem algum trauma ou não pelo passado com o pai. A história trata de relacionamentos que começam fofos e se tornam violentos, mas a autora faz isso da forma errada, tenta justificar o comportamento do macho e impede que a mulher denuncie o agressor, sem qualquer motivo para isso. Algo prejudicial e irresponsável. Resenha aqui!

Bem, finalmente, a MELHOR e a PIOR leitura de 2018!

TIGER LILY, o romance de Jodi Lynn Anderson, que utiliza Peter Pan, Wendy e a pequena índia Tiger Lily para construir uma história cheia de representatividade, com temas sérios e importantes como abuso, ciúme, preconceito, homofobia, é simplesmente fantástico. Tudo é tratado com muita responsabilidade, com claros exemplos dos comportamentos nocivos e suas consequências, somado a um romance que sabemos que não tem sucesso, mas que, mesmo assim, emociona da forma como acontece e termina. A narrativa é feita por Sininho, impregnada por uma tristeza que denuncia o que ela sente por Peter e pelo que ela abre mão pela suposta felicidade de Tiger Lily. Essa visão da fadinha e por sua fidelidade, é um primor. Uma leitura tão completa, tão perfeita, que figura entre os melhores livros que já li. Resenha completa aqui!

E o pior livro, claro, foi TARDE DEMAIS. Não só a pior leitura de 2018, mas a pior leitura de sempre. A história construída por Colleen Hoover (se é possível dizer que existe alguma construção) é nojenta e revoltante. Mas não apenas pelo que acontece, mas também pela equivocada mensagem que ela transmite e pelo excesso de situações que não servem para absolutamente nada, a não ser para um sadismo irracional e desnecessário. A autora constrói um personagem masculino cruel, paranóico, esquizofrênico, estuprador, e tenta justificar todos os seus atos com um passado que não justifica nada. Sua dedicação para dar motivos ao personagem é tão grande, que ela deixa de lado a personagem feminina, usando-a apenas para ser uma prostituta em metade do livro, uma vez que ela detesta o namorado e transa com ele apenas por dinheiro, e na outra metade, para ser estuprada. Ainda consegue criar um segundo personagem masculino que não tem qualquer voz ativa na história, que tem as piores decisões possíveis, que não possui qualquer inteligência, que não serve, sequer, para proteger a garota, e cujo único objetivo é servir de transa para quando a ela não está sendo estuprada. Não bastasse tudo isso, a autora não satisfeita com o final da história, resolve escrever três epílogos e colocar a garota sendo novamente estuprada em cada um deles, sendo que no último, ela está grávida. Assim, é um livro que deixa claro como a autora não tem qualquer capacidade de falar sobre assuntos delicados, que escreveu essa história apenas para causar, para saciar algum desejo mórbido de tortura do sexo feminino. Resenha aqui!