Em 2011, Joe Wright dirigiu o filme HANNA, estrelado por Saoirse Ronan, de A HOSPEDEIRA, Eric Bana, que interpretou a primeira versão do HULK no cinema, e a diva Cate Blanchett. Na história, Hanna é uma menina de 15 anos que vive com seu pai, Erick Heller, um ex-agente da CIA, em uma floresta isolada da Finlândia. Desde que ela aprendeu a andar, é treinada pelo pai em furtividade, combate corpo-a-corpo, tiro ao alvo, manejo de facas e técnicas de sobrevivência e assassinato, além de fluência em várias línguas e conhecimentos gerais. Os dois vivem escondidos nessa floresta, porque Marissa Wiegler, uma operativa de alta patente da CIA, responsável pela morte da mãe de Hanna, procura pela menina e quer matar Erick. O plano de Erick é treinar Hanna até que ela esteja pronta para fazer parte de um plano de vingança. Isso acontece quando Hanna diz ao pai que está pronta, que é hora de iniciarem o plano e voltarem para a civilização. A partir de então, uma série de eventos se sucedem em paralelo, com Hanna seguindo por um caminho, Erick por outro e Marissa atrás dos dois, até que eles se encontram no clímax do filme.

A série da Amazon Vídeo de mesmo nome, que estreou mês passado, segue a mesma premissa do filme, só que com atores diferentes e mais desenvolvimento, uma vez que os oito episódios de 50 minutos permitem isso. A estreante Esme Creed-Miles interpreta Hanna e consegue dar a fragilidade que uma menina de 15 anos tem, ao mesmo tempo que convence quando luta contra assassinos. Ela conquista nas primeiras cenas. Joel Kinnaman faz de Erick, o pai de Hannah, e tem uma performance à altura de Eric Bana. Já Mireille Enos consegue passar mais medo que Cate Blanchett, o que é digno de nota.

Hanna faz parte de uma experiência genética da CIA para criar soldados aprimorados, com maior capacidade de combate e mais mortíferos. Uma das cenas do filme e da série, é quando Hanna descobre um exame de sangue seu e vê como os resultados são totalmente acima do normal. No filme, essa experiência é apenas mencionada, talvez porque o objetivo fosse na produção de uma sequência. Na série, claro, há um desenvolvimento para essa parte da história, onde aparecem outros jovens com capacidade aprimoradas como as de Hanna.

A série acerta em várias partes, como no aprofundamento dos personagens e na história, mas tem problemas que já existiam no filme, sendo o maior deles, a montagem e as cenas de luta. Ambas as produções continham falhas de sequências, além de furos difíceis de explicar. Os combates eram mal coreografados no filme, e na série beiram o ridículo. Algumas lutas sequer vemos como acontecem, apenas ouvimos sons e tudo já está terminado. Para uma série de ação, isso é meio que absurdo.

Entretanto, o principal é realmente acompanhar Hanna e suas descobertas. Como ela passou toda a vida em um local isolado, sem Internet, sem televisão, sem ver ou interagir com outras garotas e garotos, sem ter pisado em uma escola ou conhecido uma família, sem sequer ter ouvido músicas ou qualquer outro contato social, é emocionante ver a personagem reagir pela primeira vez a tudo isso. Algumas cenas são cômicas, mas algumas deixam a dúvida se Erick não foi cruel demais ao privar a filha de tantas coisas em nome de uma frágil segurança.

HANNA é uma série que me conquistou, principalmente, pela atuação de Esme Creed-Miles. Ela consegue levar os episódios nas costas. E também gostei do maior aprofundamento dos jovens que sofreram a mesma alteração genética que Hanna. Existem vários pontos a melhorar para uma segunda temporada, que ainda não sei se está confirmada, mas espero que venha. De qualquer forma, com certeza vale você conferir.


AVALIAÇAO:


CANAL: Amazon Vídeo
TEMPORADAS: 1
EPISÓDIOS: 8
GENERO: Ação/Suspense
DURAÇAO: 55 minutos
ANO LANÇAMENTO: 2019