Será que estamos diante de uma nova tendência nos cinemas? Será que dessa vez os filmes baseados em vídeo-games terão a devida qualidade e respeito que merecem? Tudo leva a crer que sim e o lançamento de SONIC veio para nos dar mais esperanças, já que o filme bateu recordes de bilheteria e já é um sucesso de público e crítica. Seria esse o filme povão do ano? Bora descobrir.

Sonic é um ouriço azul que veio para a Terra bem pequeno, com o objetivo de se esconder de estranhas criaturas que queriam seu poder. E nosso protagonista acabou indo morar numa pequena e pacata cidade dos Estados Unidos, ele vive sozinho, mas longe de ser triste, já que criou sua própria rotina, além é claro de se divertir muito. Só tem um pequeno problema: ele não tem nenhum amigo. E durante uma noite comum, onde ele está apenas brincando sozinho, Sonic acaba chegando ao limite máximo de seu poder, que é se mover em ultra velocidade, mas toda essa potência acaba gerando uma energia absurda, que inicia um apagão generalizado em todos os lugares. O governo não sabe o que está acontecendo e logo convoca um estranho e maluco inventor para descobrir o que aconteceu, o excêntrico Dr. Robotnik.

É impossível falar do filme do Sonic sem citar toda a treta envolvendo o primeiro trailer da produção, né? Para contextualizar, o primeiro trailer foi recebido com comentários extremamente negativos sobre o design do próprio Sonic, fazendo o estúdio adiar o filme em meses e literalmente refazer todo o trabalho do zero. Eles ouviram os fãs e fizeram o certo, já que o novo design do nosso querido ouriço azul está fofo, perfeito, natural e quase idêntico à imagem que o fã tem do personagem famoso dos games.

E começando pela parte técnica, é surreal notar que toda essa confusão não atrapalhou o filme, pois os efeitos visuais entregues para o espectador na versão final são belíssimos. Um trabalho feito às pressas que mostra muita, muita qualidade. O personagem tem textura, forma e profundidade de cair o queixo. Os efeitos que envolvem o poder do Sonic também estão impecáveis. Tem pelo menos duas cenas sensacionais no filme, a primeira gira em torno de uma perseguição que passa por vários lugares famosos e a outra é qualquer uma onde Sonic apresenta toda a sua hiperatividade e rapidez.

O roteiro é simples, mas consegue fugir do clichê ao apresentar Sonic, o personagem diferente como um já habitante da Terra. Ele cresceu aqui e ama a sua cidade, ele sabe a rotina de todos e tem amigos imaginários. Ele gosta de beisebol e quadrinhos, gosta de correr e aprontar. Mas ele sabe que se algum inimigo aparecer, ele precisa pegar um dos anéis dourados, imaginar um novo planeta e ir se esconder novamente, mas como ir agora depois de ter se adaptado tanto? Depois de ser descoberto, Sonic acaba fazendo parceria com um policial local que promete levar o ouriço para São Francisco, o lugar onde deixou sem querer seus anéis dourados perdidos. Agora Sonic precisa correr atrás dos anéis e fugir do nosso malvado vilão Roboinik, e assim temos uma autêntica partida de Sonic nas telas do cinema, para a nossa alegria e diversão.

A amizade entre Sonic e o policial, vivido pelo ator James Marsden, o príncipe bobão do filme ENCANTADA, é muito palpável e sincera. Eles fazem muitas besteiras juntos e a sequência que acontece num bar é diversão para ninguém botar defeito. O grande vilão é vivido por Jim Carrey, mestre da comédia e da loucura, que aqui está mais doido do que nunca. O humor do ator está mais dosado, já que o filme é voltado para o público infantil, mas o mesmo manda muito bem ao desenvolver um personagem quase que sem história e bastante caricato.

SONIC bateu o recorde de DETETIVE PIKACHU, outra adaptação de games, e agora é dono da maior estreia americana para um filme baseado em vídeo-games. Isso parece uma tendência e a gente espera que tenha vindo para ficar. Só falta agora um filme do Mario, dessa vez descente. O filme do Sonic é bobo, porém divertido, cheio de ação e tem bastante qualidade técnica. Perfeito para crianças e para qualquer um que queria um filme leve e descontraído para passar o tempo, vale a pena uma conferida.


DIREÇÃO: Jeff FOWLER
DISTRIBUIÇÃO: Paramount
DURAÇÃO: 1 hora e 40 minutos
ELENCO: Jim CARREY, James MARSDEN, Ben SCHWARTZ, Tika SUMPTER




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