Estava passeando na Leitura, namorando livros, quando vi essa edição de THE GAME, da DARKSIDE. Ela estava sem plástico, por isso folheei para ver como era e vi o marcador que acompanha. Apaixonei na hora! Então, vou ser sincero e dizer que comprei motivado por isso. Mas a história até que é boa, bastante boa, até, então recomendo por ela também 😉
A história gira em torno de HP, um trambiqueiro, e Rebecca, uma detetive da polícia. Enquanto HP entra em um jogo pelo celular, em que precisa efetuar missões cada vez mais perigosas e ilegais, Rebecca é, aos poucos, envolvida em uma conspiração diretamente ligada ao jogo em que HP participa. Os dois precisarão se unir para permanecerem vivos e conseguirem jogar abaixo as pessoas por trás de tudo isso.
O primeiro ponto que você deve ter em mente antes de ler THE GAME, é que ele é o primeiro de uma trilogia, então muita coisa fica em aberto no final da história. E o que acontece nela, é desenvolvido sem pressa, com cuidado. Por isso, os dois personagens principais, HP e Rebecca, têm um desenvolvimento diferente durante a trama, mesmo os dois sendo irmãos.
HP é inconsequente, sua moral é dúbia, gosta de aproveitar a vida sem muita visão do futuro. Rebecca é uma policial, uma guarda-costas de personalidades políticas, e luta para conseguir vencer o trauma de um acontecimento passado, onde HP também estava envolvido e sofreu as principais consequências. Rebecca se sente culpada pelas duas coisas.
Enquanto HP faz parte do jogo, Rebecca sofre, sem saber, o efeito do que ele joga. Mesmo quando descobrem, os dois continuam sua trajetória em separado. Pensei que Rebecca, por ser policial, iria interferir, ou ajudar o irmão, mas isso não acontece. Talvez no próximo livro.
A ideia por trás do jogo é interessante e criativa, embora levada ao extremo, a um nível que contempla praticamente tudo o que acontece de errado e estranho no mundo, mas, por incrível que parece, tem sua lógica. E isso torna a história muito interessante, ainda mais quando chegamos no final e descobrimos que a ramificação de quem controla o jogo é maior do que o leitor imagina. THE GAME é o início de uma aventura que promete muitas reviravoltas. A cada capítulo acompanhamos HP e Rebecca serem jogados em situações onde não conseguimos vislumbrar o resultado, e essa ignorância nos mantém preso na leitura.
A narrativa é direta, sem muita enrolação, e diferente dependendo de cada personagem. Embora seja narrada em terceira pessoa, quando estamos sob o ponto de vista de HP, nota-se uma crueza maior nos adjetivos, sem é que me entendem 😉
O único ponto negativo que preciso dizer, é que a revisão da editora foi um pouco displicente. Existem alguns erros de gramática que depreciam uma edição visualmente tão caprichada.
THE GAME promete aumentar seu grau de emoção no segundo livro, que irei comprar sem nenhuma dúvida, e, desta vez, sem ser baseado no marcador 😛
AVALIAÇÃO:
AUTOR: Anders de LA MOTTE foi oficial de polícia e diretor de segurança de uma das maiores companhias de ti do planeta. Atualmente, trabalha como consultor de segurança internacional. E, assim como fez Stieg Larsson com sua trilogia Millenium, está trazendo de volta a atenção do mundo para a tradicional literatura da Suécia, que agora ganha status de referência em suspense. (Deve ser a Aquavit.) De La Motte escreve em ritmo acelerado, misturando humor, suspense e comentários sobre informática e mídias sociais. Seu texto é selvagem e repleto de referências à cultura pop. O premiado Volume 1 da Trilogia The Game é sua estreia na ficção.
TRADUÇÃO: Alexandre MATIAS e Mariana Moreira MATIAS
EDITORA: Darkside
PUBLICAÇÃO: 2015
PÁGINAS: 272
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