Em agosto de 2017, estreava C. B. STRIKE, a série britânica que adaptava o primeiro livro de J. K. Rowling escrito com seu pseudônimo, Robert Galbraith, O CHAMADO DO CUCO. A produção e o roteiro ficaram a cargo da própria Rowling, e ela encontrou nos atores Tom Burke e Holly Grainger as perfeitas representações para o casal de protagonistas da série.

São três temporadas, cada uma delas é uma adaptação de um dos livros. A primeira tem três episódios, mas as outras duas, têm apenas dois episódios. O roteiro se manteve bem fiel aos livros, com pequenas adaptações. E da mesma forma que nos livros, o foco principal é sobre o relacionamento de Cormoran Strike e Robin, e entre Robin e Matthew.

Tom Burke faz um Strike que consegue ser carrancudo, mas ao mesmo tempo, simpático. Basta sorrir. O ator tem uma cicatriz no lábio que ajuda a compor a aparência surrada do personagem. Sempre vestido com um sobretudo escuro, barba por fazer, despenteado, encolhido por causa do frio, mancando, com um cigarro na boca, ele fica perfeito no papel.

Holly Grainger é a Robin. Não consigo imaginar atriz melhor para o papel. Ele irradia uma luz quando sorri e uma alegria que contagia. Ela tem aquela aparência frágil, mas consegue passar credibilidade quando necessita de mais seriedade. Quando fica ao lado de Burke, ela parece mais frágil ainda, mas eles combinam, ainda mais quando ela faz algo que dá orgulho a Cameron. Burke libera um sorriso de orgulho por ela, que reflete exatamente aquilo que imaginamos durante as leituras dos livros.

Kerr Logan tem aquela aparência de cara mimado, machista e imaturo que necessita para o personagem. É fácil sentir raiva dele nos momentos de abuso que ele perpetua em cima de Robin. Na série, a relação é mais ofensiva do que nos livros, talvez por usar de ações visuais. Os momentos em que ele diminui Robin, que a chantageia emocionalmente, ou que provoca brigas por causa dos ciúmes que sente de Cormoran, são odiosos.

Todo o clima da série, bem como o ritmo, são os mesmos passados pelos livros. Não há pressa em contar cada uma das histórias. Não são raras as tomadas em que acompanhamos Cormoran e Robin andando de um lado para o outro de Londres. Aliás, como eles andam! Como o personagem não consegue dirigir por causa da perna protética, e como Robin não tem carro nos primeiros episódios, praticamente passeamos a pé por todas as localidades que eles frequentam.

Se você ainda não leu nenhum dos livros e for ver a série primeiro, não espere o mesmo ritmo e a mesma ação existentes em produções americanas. Os ingleses têm uma forma diferente de produzir e dirigir séries, utilizam um ritmo próprio, longo, sem pressa, mais preocupados com a parte intelectual do que em cenas de lutas ou perseguições. Se você assistiu a Sherlock, com Benedict Cumberbatch, sabe ao que me refiro.

Eu gostei de C. B. STRIKE, está no mesmo nível de qualidade dos livros. Fiquei muito satisfeito com a fidelidade dos atores em relação aos personagens e fiquei ainda mais apaixonado por Robin e admirado com Cormoran. Não conhecia o trabalho de nenhum dos dois atores, eles são mais conhecidos dos ingleses, e fiquei com pena de não ter outras produções disponíveis deles.

A adaptação do quarto livro, BRANCO LETAL, já foi confirmada e deve estrear ano que vem. Enquanto isso, aproveite para ler o livros e procurar os episódios de C. B. STRIKE na Internet ou na HBO. Pegue um chá quente, fique confortável no sofá, e aproveite os sete episódios!


AVALIAÇAO:


CANAL: HBO
TEMPORADAS: 3
EPISÓDIOS: 7
GENERO: Suspense, mistério
DURAÇAO: 50 minutos
ANO LANÇAMENTO: 2017




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