O esquema aqui é bem simples: um pai viúvo entra em desespero quando percebe que sua filha adolescente desapareceu. A jovem aparentemente estava em um grupo de estudos e o plano dela era passar a noite toda revisando as matérias. Porém, a adolescente foi embora pouco antes das dez horas da noite e tentou ligar para o seu pai três vezes na madrugada, e, estando dormindo num sono profundo, o coitado do pai não atendeu as ligações. O período de espera passou, e a jovem foi realmente dada como desaparecida, uma investigação foi iniciada e uma importante policial local assume o caso. O problema se instala quando o pai decide ajudar nas buscas e descobre que sabia pouco ou quase nada de quem era verdadeiramente sua filha.
A trama é uma simples busca, porém, na sua construção, ela se difere de todos os filmes de suspense que estamos acostumados. Primeiro que o filme se passa completamente dentro do mundo digital, principalmente no computador e na televisão. Esse método já foi usado uma vez no terror AMIZADE DESFEITA, mas, aqui, essa ferramenta de linguagem ajuda a contar a história ao mesmo tempo em que desenvolve seus personagens. Acompanhamos a total formação dessa família através da tecnologia, o nascimento do amor do casal, o nascimento da filha e o início de uma grande tristeza quando a mãe é diagnosticada com câncer. O início da produção lembra muito a sequência inicial da animação da Disney, UP ALTAS AVENTURAS, porém nosso ponto de vista é através do computador com vídeos salvos no HD, conversas digitais, pesquisas e desenhos, grandes tesouros únicos que cada um de nós tem guardados em algum lugar. Esse pequeno arco ajuda muito na hora que o desespero é apresentado, porque, nessa altura do campeonato, o filme cativou tanto o público, que sentimos como se fosse realmente um parente nosso desaparecido, e a aflição reina durante todo o resto da produção.
Sem falar que o filme é uma grande viagem no tempo do mundo digital. Quem não se lembra do clássico Windows XP? O primeiro sistema de muita gente e, durante o decorrer da projeção, acompanhamos a evolução da vida digital, onde algumas marcas e aplicativos morrem, outros são atualizados e novidades não param de surgir. Claro que os personagens no ponto atual da trama só usam tudo do bom e do melhor, principalmente produtos caros da Apple. Nesse quesito, aí já fica difícil o grande público se identificar, óbvio que isso não é um problema, mas, poxa, porque um iPhone é tão caro? Um dia a gente chega lá!
Eu, particularmente, estou batendo palmas para o roteiro até agora. Incrível como conseguem criar situações novas a cada momento, aumentado sempre a ansiedade do espectador. A menina desapareceu e logo todos começam a buscar respostas com os amigos da jovem, mas e quando ela aparentemente não tem nenhum amigo? Ela parecia ser extrovertida e descolada, mas não era nada disso? Tinha um lado melancólico e bastante tímido, aí fica mais complicado para qualquer um desvendar esse mistério. É uma grande lição para os pais e uma verdade que eles precisam aceitar: você nem sempre conhece realmente o seu filho e isso nem sempre é culpa sua. O pai era atencioso, procurava sempre conversar com a filha e se importava com tudo, mas nada disso o ajudou a evitar uma desgraça como essa. Claro que mais diálogo talvez tivesse um resultado melhor, mas não se pode encher um copo que já está cheio, a pessoa precisa querer ajuda.
A conclusão vai fazer o seu cabelo cair, então é melhor se preparar. A trama cria três possíveis desfechos e, conforme o filme anda, você já acredita que solucionou o mistério, até que chega o terceiro ato e sua cara vai no chão. Talvez a melhor reviravolta do ano, praticamente impossível de ser prevista e extremamente bem construída. Tudo faz sentido e, conforme as provas são colocadas na mesa, o roteiro se fecha como um relógio suíço, bem caro de preferência, perfeitamente sincronizado e recheado de ouro e diamantes.
Estrelando a produção temos o coreano John Cho, num desempenho sensacional que também estou batendo palmas até agora. Seu semblante cansado e preocupado cortam o coração do espectador, que deseja apenas ajudar e abraçar esse pai desesperado. A estrela da clássica comédia WILL AND GRACE, Debra Messing, vive talvez seu melhor momento no cinema. Na pele da policial chefe da investigação, a atriz transmite muita preocupação e dedicação, realmente dá a vida para ajudar as pessoas e parece nunca se cansar, outro desempenho exemplar. Mesmo aparecendo pouco, a atriz Michelle La consegue passar muito carisma ao mesmo tempo em que constrói uma personagem bastante misteriosa e intrigante na pele da jovem desaparecida.
Vivemos um bom momento para a representatividade, e PANTERA NEGRA provou que filmes com pessoas de outras cores, gêneros e nacionalidades podem, sim, ser bons e, ainda por cima, sucessos de bilheteria. BUSCANDO… só confirma esse fato ainda mais. Com grande parte do elenco asiático e um diretor indiano, a produção traz frescor e novidades para o suspense que já é um sucesso de bilheteria. Não deixe de conferir!
AVALIAÇÃO:
DIREÇÃO: Aneesh CHAGANTY
DISTRIBUIÇÃO: Sony
DURAÇÃO: 1 hora e 42 minutos
ELENCO: John CHO, Debra MESSING, Joseph LEE e Michelle LA
Incrível!! Realmente, por mais que os pais dialoguem e tentem interagir, a maioria nunca irão conhecer seus filhos por completo. Eles sempre esconderão algo no seu interior. Algo particular demais para dividir com os pais.
Gostei muito do enredo do filme, e o que me chamou mais atenção foi o fato de ser uma produção asiática. Isso com certeza mostra que outros lugares do mundo também sabem criar sucessos cinematográficos. Não é só Hollywood não.
Depois que conheci a série Jack Ryan através daqui no blog, eu não perco mais nenhum post sobre filmes ou séries que eu não conheço.
Bjos
Quando li sobre este filme já o quis na hora, não por ser fã de tecnologia, mas por trazer Cho em um papel bem diferente do que ele costuma fazer! Adoro o trabalho do ator e pelo que li acima, ele mais uma vez, se superou de todas as formas!
Não entendo nadinha de nada de computadores, internet, tecnologia.rs(vivo dizendo que me viro,mas aprendi meio na raça o pouco que sei)
Mas além de mostrar todo este universo, traz esta questão de nós, pais, sabermos dos filhos. Ou seja,não sabemos nada! Não fazemos ideia do que eles fazem nos bastidores e sim, as descobertas podem ser desastrosas!
Com toda a certeza do mundo, verei!!!
Beijo
OI Rafael!
Eu não sabia desse filme, curti o que escreveu sobre, achei diferente do que estou acostumada á ver, o mundo virtual anda tão perigoso, msm com os pais em cima, á válido mais informações, achei bacana, vou anotar a dica.
Bjs!
Mil teorias se formaram na minha cabeça enquanto lia Esse post
Minha cabeça já esta borbulhando com mil e uma teorias. Já tinha visto o trailer do filme e o que me chamou muito a atenção é como o filme é contado. A Proposta e deveras interessante.