A continuação de TRÊS COROAS NEGRAS tem algo a mais. No primeiro livro, tudo acontece devagar, aos poucos, cada passo planejado; já o segundo, começa de forma que os fatos vão sendo jogados em você. É como se a autora tentasse fazer você ficar preso na história, mesmo sem sair do lugar. Não há como saber nada do que vai acontecer, porque a mudança de planos acontece a todo momento. Pode até pensar “Ah, mas tá assim, então vai acabar assim”, não, não vai. Cada passo que parece ser planejado tem diversas maneiras de dar errado e, definitivamente, vai dar errado.

Assim que o ano de Ascenção começa, nós vemos que Katharine teve uma mudança enorme em seu comportamento, e ela se torna a rainha que faz tudo pelo poder, é como se aquela garota do primeiro livro não existisse mais, e chegando no final do livro, você entende o porquê dessa mudança. Mirabella então começa a se sentir ameaçada. E meu povo, a mulher está com o sangue nos olhos após a Cerimônia onde ela quase foi morta. Arsinoe (vulgo minha favorita ao trono) continua metida com as tramoias em relação a magia baixa, fazendo de tudo e mais um pouco para proteger Jules, já que os poderes da garota foram revelados.

Há uma mudança enorme em todas as rainhas, bem perceptível, nesse momento, e você começa a se perguntar o que está acontecendo aqui? Porém, a forma como o livro foi escrito continua a mesma, não tem tanta mudança assim, os capítulos ainda são alternados para cada rainha, ainda tem aquela separação por eventos, e isso é muito bom, apesar de ser um pouco difícil acompanhar quando muda tanto o foco.

Esse segundo livro traz a verdadeira “guerra” das irmãs. Tudo, tudo é para uma delas reinar e as outras morrerem. Mas essas rainhas, definitivamente não são normais. Existe muito mais mortes do que o primeiro, tem personagens novos que você não sabe se ama, se odeia, ou se só estão ali para encher, tem eventos mortais, é um derramamento de sangue imenso.

Como sempre, nós leitores esperamos mais das continuações, e Kendare não trouxe bem o mais que eu desejava, parece que faltou algo, sabe? Mas também parece que ela só quis dar uma enrolada para fazer mais um livro. Não foi um livro que desapontou, mas também não trouxe o “tcham” que o primeiro teve. Além de não ter bem o foco nos personagens coadjuvantes, né? Foram bem deixados de lados no final, como se não tivessem existidos.

Ah, mas Amanda, não é certo comparar um livro com o outro”, mas é continuação, não tem como não comparar.

UM TRONO NEGRO não trouxe uma essência boa para continuação, e acredito que vai haver muito mais enrolação no próximo livro da série. Enfim, mostra que nem sempre a vitória é certa, sacrifícios são necessários, amizades são duradouras, mas não para a vida toda, e que perdas são a única certeza nessa jornada.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Kendare BLAKE nasceu na Coreia do Sul e foi criada nos Estados Unidos, onde se formou em Administração de Empresas. Mais tarde, ela completou um mestrado em Escrita Criativa pela Universidade de Middlesex (Londres) e, desde então, suas histórias têm aparecido em várias publicações. Em 2011, ela estreou com o romance jovem adulto Sleepwalk Society mas certamente o livro que marcou um antes e um depois na carreira foi Anna Dressed in Blood, juntamente com a sua sequencia, The Girl from Hell
TRADUÇÃO: Isadora SINAY
EDITORA: Globo Alt
PUBLICAÇÃO: 2017
PÁGINAS: 336


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