Na virada do ano, durante uma caçada a faisões, nos arredores de Londres, uma praga misteriosa é libertada. Nos meses seguintes, o vírus infecta e mata mais de 2 bilhões ao redor do mundo. Quem não morre é considerado imune, e desses, a maioria possui poderes mágicos de diferentes tipos. O governo decadente resolve capturar os que não morreram para tentar descobrir uma forma de vencer o vírus, enquanto grupo de extermínio caçam os que possuem poderes, porque acham que a culpa da tragédia é deles.

Os capítulos de ANO UM são alternados entre grupo de personagens: Lana e Max são bruxos em evolução de seus poderes e resolvem sair de Nova York para buscar um local mais seguro; Arlys é uma jornalista e amiga de Fredinha, uma fada, e que tem como informante o hacker Chuck; Rachel é uma médica que conta com a ajuda de Jonah, um paramédico que consegue prever a morte das pessoas, para ajudar Katie, uma mulher que deu à luz a gêmeos e que ainda adota uma terceira criança.

Os três grupos estão em movimento, fugindo da violência e da morte que ronda as ruas, com a esperança de encontrarem um local onde fiquem a salvo. Nessa jornada, acabam por descobrir que existe a notícia da vinda de uma Escolhida, que será capaz de dar fim à tragédia que assola a humanidade.

A história de ANO UM, o primeiro livro de uma série, se concentra nessa viagem, no que acontece nela, como conseguem chegar a um destino, o que existe nesse destino, no que precisam fazer para se manterem e na conclusão. Eu não conhecia a escrita de Nora Roberts, este é o primeiro livro que leio da autora, e não sei se seu estilo é o mesmo nos demais livros, mas não consegui sentir nada pelos personagens, além da trama não trazer nada de novo. Os diálogos são superficiais e a descrição do que acontece é frio, distante, com um tom quase infantil, como se os personagens não sofressem realmente pelo que está acontecendo, como se estivessem anestesiados. Assim, eles demonstram sentimentos, mas quando o fazem, é de maneira tão rápida, que parece não se importarem.

Apesar de existir um clima propenso para a ação, são poucos os trechos em que algo acontece, e mesmo assim, quando acontece, é rápido e pouco explorado. Noventa por centro da história é centrada em relacionamentos que não evoluem a trama e que parecem funcionar apenas para encher as páginas. Aos poucos, isso cansa, e a sensação que fica é a de querer terminar logo e partir para uma nova leitura. Nem mesmo a parte de fantasia é suficiente para entreter, porque ela parece deslocada dentro da trama, parece forçada.

ANO UM prometia algo cheio de ação, de mistérios, uma mistura de magia com tecnologia em um mundo decadente. Mas entrega um episódio ruim de Walking Dead misturado com a parte fraca de Harry Potter, sem nada de novo ou que me convença a continuar a série.


AUTORA: Nora ROBERTS
TRADUÇÃO: Simone Lemberg REISNER
EDITORA: Arqueiro
PUBLICAÇÃO: 2019
PÁGINAS: 400


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