Desde criança, sempre amei Contos de Fada. De como uma simples história sobre um passeio na floresta, poderia se tornar uma lição sobre não confiar em estranhos. Em CAÇADORES DE BRUXAS, livro 1 da saga DRAGÕES DE ÉTER, não é diferente. O total de 438 páginas, ensinam sobre a vida, que pessoas ruins existem para ser o contrapeso das pessoas boas e vice-versa.

A maldade existe. O bem também existe. Um precisa do outro para fazer sentido. Na obra, o mundo renasceu após um povo exterminar todas as maldosas bruxas de Nova Éter. Porém coisas estranhas estão acontecendo. Um enorme lobo assassinou uma pobre velhinha no meio da floresta. Duas crianças foram atraídas a uma casa de madeira por causa da gula, tendo suas vidas ameaçadas por uma bruxa canibal. Energia negativa paira pelo ar. Talvez, a primeira Caça às Bruxas, como ficou conhecida, não foi o fim.

Sim, estamos falando de uma releitura moderna e sangrenta dos contos de fadas. E sabe qual a melhor parte? Raphael Draccon, escritor brasileiro que dá vida a história, encontrou uma nova maneira de contar tudo isso. Semelhante aos arautos, contadores de história do passado, o autor, que é narrador onisciente, apresenta os fatos de diferentes perspectivas.

Embora em alguns momentos, o ritmo seja prejudicado por causo disso, em outros, traz dinâmica e mistério para um desenrolar na teoria, já batido. CAÇADORES DE BRUXAS conseguiu se reinventar e criar algo próprio, que acredito que todo fã de fantasia deveria ler.

Parte disso é graças aos cativantes e bem desenvolvidos personagens. Desde a figura da Ariane, a nossa inocente e irritante Chapeuzinho Vermelho, ao maldoso Jamil Coração-de-Crocodilo, filho do Capitão Gancho, cada detalhe de suas personalidades e atitudes condizem para um propósito final.

E que propósito! Semelhante a um espetáculo, o livro é dividido em atos, que caminha para um final de tirar o fôlego. Sangue, batalhas, mortes e reviravoltas surpreendentes são elementos presentes.

Vale mencionar, nesse momento, alguns problemas na revisão da história que, infelizmente, prejudicam o livro (6a reimpressão). Ainda que ao meu ver, CAÇADORES DE BRUXAS é uma ótima fantasia, falha em um cuidado com a pontuação e com a gramática no geral. Vírgulas utilizadas em locais errados e frases longas demais são alguns problemas encontrados ao longo das páginas. Mesmo que não prejudique o entendimento da história, é algo que a Editora Leya deveria ter tomado um cuidado a mais antes de lançar.

Ao meu ver, um bom livro é feito por uma história inovadora + ritmo envolvente + escrita. Neste último aspecto, como já dito, merecia mais atenção para fazer jus ao que encontramos ao longo das páginas.


AUTOR: Rafael DRACCON
EDITORA: Leya
PUBLICAÇÃO: 2012
PÁGINAS: 438


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