Depois do remake/continuação de JUMANJI, lançado em 2017, ter feito quase um bilhão nas bilheterias, não demorou para uma continuação ser lançada. E cá estamos com JUMANJI – PRÓXIMA FASE, que leva os personagens que conhecemos mais uma vez para dentro do vídeo game, que só deixa os jogadores sairem, depois de completarem a sua missão, se morrer lá dentro é o fim, então sobreviver é a única opção. Tudo aqui foi ampliado, a ação, os personagens, o desafio e o orçamento, mas a qualidade caiu, vamos descobrir o porquê.

O colegial acabou e a vida adulta está a todo o vapor. Os quatro amigos que sobreviveram nas selvas de Jumanji, agora estão separados, cada um vivendo a sua vida, e a chance de se encontrarem estão cada vez mais raras. Todos estão seguindo em frente, menos Spencer, que não está conseguindo fazer seu namoro à distância dar certo. O emprego está chato e sua vida parada. No interior, ele sente saudades da época em foi um grande guerreiro em Jumanji, agora ele é só um rapaz miúdo e alérgico. Em segredo, ele recupera e concerta novamente o console do game Jumanji e acaba entrando no jogo, querendo dessa vez ganhar sozinho, mas ele desapareceu e seus amigos precisam se unir a ele para vencer o jogo, mas agora tudo está diferente, já que estamos na próxima fase, contrariando os personagens que pensavam estar apenas jogando novamente o game que já venceram.

O maior pecado do roteiro é não conseguir fazer os personagens entrarem novamente no jogo de uma maneira minimamente aceitável. A desculpa do cara estar triste, entrar de novo no jogo, que quase o matou, ficar preso e precisar de novo ser salvo é o cúmulo da preguiça. Isso fica tão tosco que o filme rapidamente para de falar nesse fato e se foca na nova missão. O jogo é antigo, estava todo quebrado, um dos personagens concertou e nisso de ficar botando as peças em seus respectivos lugares, o jogo milagrosamente foi atualizado e agora tem fases novas e também personagens. Nada faz sentido, mas nessa altura do campeonato, o espectador só está implorando para se divertir, quem se importa com lógica né?

Mas nossos sonhos são destruídos, pois a nova missão é um repeteco do que já rolou no primeiro filme, porém dessa vez tudo se desenrola em um misto de lugares que se alternam entre um deserto, montanhas e uma floresta congelada. Outra novidade que o roteiro apresenta são dois novos personagens, desta vez o avô de um dos personagens e seu amigo idoso. Os dois senhores se reservam a fazer piadas sobre gente mais velha e sua dificuldade de entender vídeo games, isso se repete tanto, que chega a ser uma tortura.

A melhor coisa do primeiro filme era a diferença entre a pessoa na vida real e em como ela assume forma dentro do jogo. Uma patricinha no corpo de um cara gordinho, um magrelo medroso na pele de um fortão e o fortão no corpo de um cara lento e pequeno. Aqui essas coisas ficam mudando de vez em quando, mas já não é mais uma novidade. É mais uma tentativa desesperada de fazer algo que deu certo funcionar novamente. Mas não rola, o filme é sem graça, os diálogos são fracos e as interações ficam bobas demais, nada é natural.

O orçamento aumentou e tudo foi gasto em efeitos visuais bem competentes e impressionantes. Realmente o nível aqui subiu, o aspecto visual das locações é sensacional. Mas as cenas de ação diminuíram e perderam aquele tom empolgante. Uma coisa que poderia ter sido feita, e não foi, é que quando os personagens estão dentro de Jumanji, o universo não parece ser um videio game, tudo é realista demais, o filme acaba sendo um primo distante do Indiana Jones, do que uma aventura que se passa dentro de um console. Mas nem toda essa beleza estética salva o projeto que tem duas horas e se arrasta com dificuldade até uma conclusão que parece nunca chegar.

O elenco não evolui e todo mundo só repete o que deu certo no filme anterior. As novidades ficam a cargo da presença dos veteranos Danny DeVito e Danny Glover, mas ambos aparecem pouco e não mostram seu potencial. A atriz asiática Awkafina também é novidade no elenco, a mesma é uma nova personagem jogável, mas nem o roteiro e nem a direção deixam a atriz usar de seu humor único, a coitada está contida demais e a falta do seu carisma acaba fazendo muita falta para salvar esse filme da inercia total.

E no final nós temos um filme que tenta ser muita coisa e acaba sendo nada. O primeiro tinha problemas significativos e facilmente dava para evoluir na continuação, mas cá estamos e aqueles defeitos são o menor dos nossos problemas, pois o filme não tem um, tem é novos incríveis e grandiosos deslizes que fazem essa aventura ser uma das mais chatas e desinteressantes dos últimos tempos. Não é uma catástrofe, mas é ruim de doer, ver esse filme ou não ver nada é a mesma coisa.


DIREÇÃO: Jake KASDAN
DISTRIBUIÇÃO: Sony
DURAÇÃO: 2 horas e 3 minutos
ELENCO: Dwayne JOHNSON, Karen GILLIAN, Jack BLACK




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