Existem livros que nos conquistam nos primeiros capítulos, outros nas primeiras páginas. COMO SOBREVIVER À REALEZA me encantou nos primeiros parágrafos, tudo com o jeito mordaz, divertido e inteligente da protagonista de lidar com a vida.

Na trama, Daisy é uma garota norte-americana quase comum, exceto pelo fato de que a sua irmã, Ellie, está noiva do príncipe herdeiro do trono da Escócia. Em meio a uma confusão, para evitar que um boato maldoso se espalhe e arruíne o futuro casamento da irmã, ela precisa viajar para o país das Terras Altas, no qual se mete em ainda mais encrenca, além de, claro, viver uma nova paixão.

Não sei o que elogio primeiro. A capacidade de Rachel Hawkins (autora) de criar uma história leve, divertida, mas que ao mesmo tempo se mostra sensata e coerente ao contexto em que vivemos, de busca pela igualdade de gêneros. Ou o seu dom de criar personagens tão densos e complexos, porém, não menos encantadores ou fascinantes por causa das suas inúmeras camadas, sejam elas boas e/ou ruins.

Ainda que tudo gire em torno de uma garota de 16 anos, que às vezes é, sim, imatura e age por impulso, mesmo que contraditório, maturidade e profundidade não faltam à ela. Como resultado, cria-se uma comédia romântica leve, não boba. Mulheres e homens de todas as idades podem ler, sem sentir que, de alguma forma, sua inteligência ou o seu senso crítico estão sendo superestimados por um autor ou autora que tenta forçar uma história de amor.

Portanto, deixo meus sinceros elogios à escritora. Grande parte dos romances atuais se prendem em algumas situações que não fazem sentido. Prolongam narrativas rasas apenas para render mais páginas e, talvez, uma saga. Não houve isso. Mesmo que a obra tenha continuação, sinto que houve de forma natural, espontânea. Ou seja, sem mercenarismo para arrancar dinheiro de fãs que só querem saber mais do “felizes para sempre“.

Por fim, quanto aos recursos da escrita, existe uma jornada da heroína. No entanto, como já dito, não há excessos, somente muito equilíbrio e uma clara demonstração de habilidades escritas. Tanto é, que comecei a obra com a proposta de ler somente 50 páginas por dia. No entanto, nas primeiras 50 páginas, literalmente, estava tão envolvida no ritmo da narrativa e na construção exemplar da história, que não tive mais como parar.

Li COMO SOBREVIVER À REALEZA em uma tarde. Embora nosso contato tenha sido breve, foi a melhor leitura que fiz esse ano e está na minha lista de melhores comédias românticas da vida. Recomendo para todos os fãs do estilo.


AUTORA: Rachel HAWKINS
TRADUÇÃO: Isadora SINAY
EDITORA: Alt
PUBLICAÇÃO: 2019
PÁGINAS: 308


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