A premiação mais conhecida do cinema é o Oscar e a edição de 2021 está batendo a porta. Ela acontece amanhã, dia 25, e mesmo passando pelas dificuldades da pandemia, a premiação tem pela primeira vez duas mulheres indicadas na categoria de melhor direção. Marcas importantes foram firmadas nas indicações, será que os prêmios também irão seguir esse esquema? Chega mais que eu te apresento os principais indicados.

Dentre os oito indicados na categoria de melhor filme, três deles estão disponíveis em plataformas de streaming. Os dois primeiros são da grande Netflix, que neste ano é a distribuidora com mais indicações. O filme mais indicado da cerimônia é MANK, de David Fincher, criador dos excelentes CLUBE DA LUTA, GAROTA EXEMPLAR e A REDE SOCIAL. Seu novo drama se passa na Hollywood clássica e segue Mank, o roteirista do filme CIDADÃO KANE, que está passando uma temporada numa espécie de reabilitação. Enquanto trabalha, ele relembra seus passos e os rostos que cruzaram seu caminho na era de ouro do cinema americano. O filme chega ao Oscar muito enfraquecido e dentre as suas onze indicações, provavelmente levará apenas uma, nas categorias técnicas. A obra é um primor visual, mas seu ritmo e seu roteiro não são muito agradáveis, o filme dividiu o público e não é para qualquer um.

 

OS 7 DE CHICAGO tem na manga seis indicações e está na disputa séria por, pelo menos, três estatuetas, incluindo o prêmio de melhor filme. O drama que acompanha um dos julgamentos mais famosos nos Estados Unidos, já teve resenha publicada aqui no blog. De longe um dos filmes mais fracos na disputa, mas como ele teve um impacto forte no seu país de origem, além é claro de ter vencido vários prêmios anteriores, incluindo melhor elenco no sindicato de atores, faz o título uma aposta bastante segura. No streaming vizinho, Prime Vídeo, temos O SOM DO SILÊNCIO, que conta com seis indicações e que corre com força para vencer alguns prêmios técnicos. Nele acompanhamos um baterista de uma banda de rock que descobre repentinamente uma deficiência séria na audição. Tecnicamente impecável e com um protagonista sensacional, um dos filmes mais diferentes dentre todos indicados e que, com certeza, merecia o dobro de atenção que recebe. Outro título que também já teve resenha publicada aqui no blog.


 

O favorito da disputa se chama NOMADLAND, um drama arrebatador que acompanha Fran, uma mulher que mora dentro de seu carro e que segue sem destino pelo vasto Estados Unidos à procura de emprego e condições melhores de vida. O filme é sobre os nômades modernos que vivem em movimento, e no longa, temos apenas dois atores, os outros são nômades verdadeiros e as suas histórias, presentes no filme, são reais, nada é roteirizado quando vem deles. Um filme sensível, necessário e extraordinário visualmente. Dirigido por uma mulher, a chinesa Chloé Zhao, disparada a favorita para levar o prêmio de melhor direção. Caso de fato vença, ela se tornará apenas a segunda mulher a levar tal prêmio para casa, a segunda mulher em mais de noventa anos. Fora isso, o filme chega fortíssimo para a categoria de melhor filme, roteiro, edição, fotografia e melhor atriz. Já fez a limpa em vários prêmios anteriores, será que a festa vai ser dele no Oscar também?


 

A segunda mulher indicada na categoria de melhor direção se chama Emerald Fennel, com o seu filme BELA VINGANÇA. Um drama inacreditável que segue Cassie, uma jovem cheia de traumas que frequenta bares sozinha na esperança de ser assediada por outros homens, e caso os assédios de fato aconteçam, ela está mais do que preparada para se vingar de qualquer um que cruze o seu caminho. Mas a trama não segue só isso, a nossa protagonista é uma espécie de justiceira que está tentando consertar algo. E nesse caminho, ela ainda precisa se perdoar ao mesmo tempo em que precisa achar forças para continuar com seus propósitos. Um filme único, original, poderoso e charmoso, com uma das melhores protagonistas em muitos anos. No meu mundinho particular, o longa leva todos os prêmios possíveis, mas na vida real, ele corre com muita força para fisgar o prêmio de melhor atriz para a extraordinária Carey Mulligan, e o prêmio de melhor roteiro original, também para Emerald, que assume aqui a direção e o roteiro.


 

O longa britânico MEU PAI, é a adaptação de uma famosa peça de teatro e tem nada mais nada menos que o grandioso Anthony Hopkins no papel principal de um idoso que tem Alzheimer. Ele mora com a sua filha, porém a mesma está querendo se mudar e quer contratar uma cuidadora para ficar com o seu pai, que tem um temperamento forte. Mas quem é a sua filha? Quem é esse homem que aparece toda a hora na casa dele? Quem são essas pessoas? O filme bota o espectador na pele do protagonista, que não sabe quem é quem, que está se perdendo. Um filme angustiante e muito triste. O desempenho de Anthony está em outro nível e é impossível não sentir a sua dor. Com seis indicações diversas, o filme é um primor em tudo o que se propõe. Pode surpreender nas categorias de melhor ator e roteiro adaptado, a minha torcida o filme já tem!


 

Outro que também tem seis indicações se chama MINARI, um extraordinário longa independente que acompanha uma família asiática americana que se muda para o interior do país em busca do sonho americano. Eles querem cultivar uma pequena fazenda e viver da terra, construir algo que pode dar grandes frutos no futuro. Mas por serem estrangeiros, as dificuldades são sempre dobradas. O longa tem personagens incríveis e faz o espectador refletir sobre a desigualdade e o preconceito. Apaixonante, cruel e avassalador, um dos melhores dentre todos os indicados e poderia facilmente levar todos os prêmios, mas no momento, a estatueta de melhor atriz coadjuvante, para a vovozinha ácida do filme, é praticamente certa.


 

Em 2021 todo mundo tem seis indicações, incluindo o último dos indicados para a categoria de melhor filme: JUDAS E O MESSIAS NEGRO acompanha o auge e a queda de Fred Hampton, uma das figuras mais importantes da história do movimento negro americano, que buscava justiça, direitos e uma vida digna. O seu trabalho de militância atraiu a ira das autoridades e, com isso, o FBI infiltra um informante no movimento. Porém esse informante também é negro, será que ele vai continuar com esse trabalho de ir contra a pessoas que estão lutando pela causa negra que também é sua causa. O filme abre um dilema moral fortíssimo e é daqueles filmes com histórias reais que parecem até ficção. Outro que facilmente poderia levar todos os prêmios possíveis, porém o Oscar de melhor ator coadjuvante para Daniel Kaluuya é uma certeza, principalmente depois de o ator ter vencido absolutamente todos os prêmios prévios.


 

Dentre as outras diversas categorias, podemos citar o caso de SOUL, que hoje é imbatível nas categorias de melhor animação e melhor trilha sonora. Melhor ator também parece já ter dono e o prêmio pode ser que vá para Chadwick Boseman, nosso eterno Pantera Negra, que nos deixou em 2020. Seu último trabalho, no filme A VOZ SUPREMA DO BLUES, foi aclamado e levou quase todos os prêmios prévios. O filme ainda concorre com muita força nas categorias de melhor maquiagem e figurino. A resenha completa também já foi publicada aqui no blog.


 

E aí, você está torcendo para quais filmes? Teve algum que foi injustiçado? Vamos conversar nos comentários!

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