HABIBI é uma Graphic Novel que une elementos da cultura árabe, religiosidade e duras realidades. Dodola e Zam, nossos protagonistas, se encontram em um momento de extremo sofrimento e, lado a lado, eles crescem e desenvolvem sentimentos conflitantes um pelo outro.
Essa é uma história que me incomodou e me deixou desconfortável em muitos momentos. As ilustrações são fortes e envolvem violência física e sexual. Eu as achei realmente fortes e, por vezes, desnecessárias.
Dodola adota Zam e o cria como se ele fosse seu filho, e a convivência permite que eles criem um laço extremamente forte. Ambos fazem sacrifícios para sobreviver, e os acontecimentos que acompanhamos causam aflição e tristeza. Apesar de tentarem, constantemente, criar um mundo que seja só deles, os personagens acabam sempre sendo submetidos aos mais diversos sofrimentos.
HABIBI consegue unir elementos históricos, culturais e fantásticos de forma harmoniosa e envolvente. A narrativa é única e poética e as ilustrações conseguem acompanhar esse ritmo, são ilustrações de traço forte, mas que parecem dançar nas páginas, como fumaça ou como um rio. As ilustrações se misturam e se mesclam, e cada página carrega uma riqueza infinita de detalhes.
É uma história de extremo sofrimento. Logo no início, vemos Dodola ser vendida pelo próprio pai a um homem muito mais velho e isso é apenas o começo. A misoginia está presente de forma muito chocante nessa história, exposta e repulsiva, mas sem muita análise.
Essa me parece ser uma obra que quer retratar o ato de encontrar amor em um lugar sem compaixão, sem empatia e sem esperança. No entanto, essa esperança, que eu supostamente deveria ter sentido, foi camuflada pelo excesso de crueldade que o livro contém. As últimas páginas até passam uma mensagem mais clara de amor ao próximo, mas, no restante do livro, eu só consegui me sentir enjoada.
A vida de Zam e Dodola se mistura com as narrativas religiosas, por meio das histórias que Dodola conta. Durante a leitura, encontramos muitas referencias ao Corão. O livro tem uma carga educativa que é interessante, principalmente por se tratar de uma cultura que pouco conhecemos.
Sem dúvida, essa Graphic Novel não é para todo mundo e, certamente, não foi pra mim. Eu me senti mal em boa parte da leitura. O livro tem bem mais de 600 páginas e, muitas vezes, eu senti que a narrativa estava dando voltas. Eu ansiava por chegar ao fim da história para poder sair de todo aquele sofrimento e dor. Eu entendo a força da história, mas, com toda a sinceridade, acho que a HQ é bem subestimada.
A edição é lindíssima, as cores da capa são coerentes com a proposta do livro e esse é um livrão que dá vontade de ter na estante. Eu recomendo para quem tem estomago forte e aguenta uma história de sofrimento extremo e imagens fortes.
AVALIAÇÃO:
AUTOR: Craig THOMPSON nasceu em Traverse City, Michigan, em 1975 e foi criado na zona rural de uma pequena cidade de Wisconsin. Após trabalhar no departamento de design de uma das maiores editoras de quadrinhos dos Estados Unidos, a Dark Horse, ele começou sua carreira de quadrinista e lançou seu primeiro álbum, Good-Bye, Chunky Rice, em 1999. Publicou também Cadernet de voyage, um relato de viagem sobre a turnê de divulgação de Retalhos na Europa.
TRADUÇÃO: Érico ASSIS
EDITORA: Quadrinhos na Cia
PUBLICAÇÃO: 2012
PÁGINAS: 672
COMPRAR: Amazon
O que posso concluir após ler a resenha é que se trata de uma GN forte intensa avassaladora e real.
Apesar de querer me aventurar no mundo das GNs acredito que Habib não é para mim.
Oi, Priscila,
Pela profundidade apresentada, podemos dizer que é uma história bem realista, criada e bem desenvolvida. De uma forma bastante crua.
Mas, enfim, não é uma graphic novel do meu interesse.
Sei lá…mesmo amando ilustrações, já bateu aquele desconforto só de ler a resenha. Mesmo amando um bom drama e histórias que tragam um pouco de outras culturas, ver e ler sobre o sofrimento real destas pessoas, ainda incomoda bastante e me pergunto se é realmente necessário a mim, neste momento.
Eu acho que prefiro não ler e nem ver algo assim, neste momento.
Beijo
Interessante pela cultura árabe na história, só isso já me chama atenção pra ler. Mas nossa, parece bem pesada heim. E só de ver que as coisas não vão ser nada boas pra essa garota já me dá um desanimo. Da ultima vez que li coisa de cultura árabe saí da leitura num misto de raiva e frustração por ter muita coisa ruim pra mulher nas histórias. É horrível você ver aquilo e as coisas tão normais, tão de boa sabe? Como se fosse natural todo aquele sofrimento delas? Ai…Achei interessante pela cultura, por mostrar um pouco disso aí, mas não parece ser pra qualquer um ler algo assim mesmo. Não sei se teria estomago pra continuar até o fim.
Nunca li nada da cultura Árabe e lendo sua resenha fiquei fascinada em conhecer essa HQ. Sou fã dessas histórias pesadas e que nos deixam sem saber o que sentir, gosto muito de livros/filmes que retratam uma realidade tão ‘perversa’ e que chega a dar ânsias; acho que por isso acabei me encantando com essa obra. Com certeza está na minha lista de leitura.
Bem, achei bem interesante, principalmente porque é sobre uma cultura que não conhecemos.
Pena que não foi para você a leitura, mas bem gostaria de ler.
Que a semana seja abençoada!
“O prazer dos grandes homens consiste em poder tornar os outros felizes..” (Blaise Pascal)
cheirinhos
Rudy
Adoro graphic novels e essa me chamou bastante a atenção de inicio. Já li “Retalhos” do Craig e fiquei encantado por ser todo em quadrinhos, mas lembro que não curti tanto por ele ter falado tanto de religião como sendo a solução ou obstáculo de tudo na vida dos personagens. Com este, parece acontecer a mesma coisa, além de ser uma narrativa enorme. Meu interesse se dissipou.
Olá! Uma leitura mais intensa, forte e que promete mexer bastante comigo, ao invés de correr do livro, só me fez querer ainda mais conferir a história completa. Ainda mais sabendo que vou conhecer um pouco mais sobre os costumes e cultura árabe, até então, pouco conhecidos por mim.
Oii!
Eu já leria apenas pela capa, achei linda, mas agora conhecendo mais sobre a história, confesso que os assuntos abordados me prenderam ainda mais atenção , seria uma oportunidade bacana ler esse livro, qro mto e espero então que surja uma oportunidade um dia.
Bjs!
Oi Priscilla,
O bom de ler livros em outras ambientações, é a cultura que ele acaba nos trazendo. Apesar da curiosidade em saber mais sobre a cultura árabe, a imaginar que a religião é algo importante para eles, não é um ponto muito positivo. Eu crítico muito essa mistura de maldade com religião, sabemos que é real, mas também é um tanto doloroso de se ler, e no livro em questão, de se ver já que é uma HQ.
É como você disse, não funciona para todo mundo, e mesmo achando uma bela edição, também creio que não funcionaria para mim!
Beijos
Eu confesso que fiquei interessada por cauda da cultura árabe, não lembro de já ter lido algo com esse tema, mas ai fui ler o resto da resenha e me toquei que um livro que poderia ser muito bom fui perdido pela forma como o autor jogou meio que toda uma sobrecarga em cima do leitor, é pouco mais complicado por ser uma HQ ande você esta vendo as imagens e não em um livro comum onde somente tem a mente, mesmo que seja um desenho não deixa de causar seu impacto. Eu não pretendo ler essa HQ definitivamente.
Olá, Não conhecia essa obra ainda.
Acho que eu no seu lugar sentiria a mesma coisa.
Leio por prazer, acho que esse não seria uma obra que me cativaria.
Abraços…
Oi, Priscila!
Nossa que historia mais pesada e forte. Sem dúvida é uma graphic novel marcante que fala um pouco sobre a cultura árabe e estou bem curiosa sobre essa história.
Bjoss
Não gosto muito da cultura do oriente médio, já porque acho muito violenta.
E essa HQ parece ter várias imagens desnecessárias e muita violência.
Achei bem duro e complicado.
Pra que tem estômago forte e quer saber mais sobre a cultura, acho que é uma boa. Mas pra mim não dá.
A capa é muito bonita.
bjs
Não sou fã de Graphic Novel.