Iris é uma psicóloga que trabalha em uma escola. Por sete anos foi casada com Will e tiveram o casamento perfeito. Entretanto, as coisas mudam no dia seguinte de seu aniversário de casamento, quando Will precisar ir a uma viagem de negócios para Orlando. Neste mesmo dia, um avião para Seattle cai, e para a surpresa de Iris, foi constatado que Will estava nele. Ao fazer essa descoberta, a mulher tem um grande choque, já que seu marido mentiu sobre seu destino e nunca havia falado nada sobre a tal cidade. Depois disso, outras informações sobre Will vão aparecendo, e Iris já não sabe mais quem é o homem com quem se casou. Aos poucos, ela vai descobrindo que tudo o que ele havia contado sobre seu passado, não era verdade, e sente que isso pode estar relacionado com o fato de ter mentido sobre o lugar para onde iria viajar.

Bom, acho que é possível perceber a ironia do título ao ler esse resumo. Will não é o marido perfeito coisa nenhuma. Na verdade, ele é um grande mentiroso e, junto com Iris, vamos descobrindo muitos segredos de seu passado. O livro é bem dinâmico, já que há muitas informações e pistas a serem seguidas,  portanto a história segue um bom ritmo e a leitura pode ser feita rapidamente. Mesmo com todas essas descobertas, ainda acho que  a autora deveria ter cavado um pouco mais sobre esse passado e, assim, o livro seria maravilhoso, mas ela optou por ficar na superfície, e isso pode decepcionar os leitores mais exigentes.

A narrativa é toda feita em primeira pessoa, através do ponto de vista de Iris, uma personagem que está completamente arrasada, porém o corpo do marido ainda não foi encontrado em meio aos destroços, então ela ainda tem esperança de que ele possa estar vivo. Seus sentimentos são contraditórios, pois ao mesmo tempo que ela quer que o marido esteja vivo, ela não consegue entender por qual motivo ele mentiu sobre seu destino. Então, mesmo devastada, encontra forças para descobrir toda a verdade, e com a ajuda de seu irmão, vai atrás de todas as pistas para desvendar as mentiras do marido. A angústia de Iris é comovente, ela ficou totalmente sem chão ao descobrir sobre o acidente, mas quanto mais vasculha, mais encontra segredos perturbadores e parte de seus sentimentos acabam se transformando em raiva.

Existem muitos outros personagens, e esses têm suas personalidades bem delineadas, talvez porque a maioria seja da família de Iris e, no momento, estão em constante contato com ela por causa do ocorrido. É possível enxergar detalhadamente o papel de cada um no enredo. A forte ligação que ela tem com o irmão é muito perceptível e foi umas das coisas que mais me agradou no livro, pois mostra como a autora se preocupou em incluir um plano de fundo na trama e foi bem sucedida.

A escrita é bem leve, então, mesmo com esse toque fúnebre que envolve a leitura, o clima não fica tão tenso. A história é boa, e talvez eu esteja sendo exigente demais, mas senti falta de algo que não consigo definir, um pouco mais de intensidade, talvez. O final me agradou, fiquei um pouco confusa com a decisão de Iris, mas entendi perfeitamente seus motivos por agir de tal maneira. Houve uma boa dose de mistério e ação e não restaram pontas soltas. É um bom livro, não possui toda aquela profundidade que deixa o leitor em parafusos, mas é, sim, um bom divertimento.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Kimberly BELLE é graduada em Artes pelo Agnes Scott College e trabalhou em prospecção de fundos para organizações sem fins lucrativos, antes de se tornar escritora. Viveu mais de uma década na Holanda e atualmente divide seu tempo entre Atlanta e Amsterdã. Seu trabalho foi publicado em mais de dez idiomas e teve destaque em canais como USA Today, Wall Street Journal e Globe & Mail best-sellers.
TRADUÇÃO: Amanda MOURA
EDITORA: Única
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 320


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