O Homem-Aranha é um dos heróis mais queridos e famosos da Marvel. Nós nunca ficamos muito tempo sem um novo filme do cabeça de teia, e agora temos um em animação. E não é só isso de diferente que ele tem a nos oferecer. Prepare-se, porque a coisa agora ficou boa, bora!

Miles é um jovem menino negro muito inteligente e cheio de potencial. Sua relação com a família não é uma das melhores e ele não está nem um pouco animado com a nova escola. Ao sair com seu tio favorito para fazer grafites, o jovem é picado por uma estranha aranha que, em seguida, lhe concede os poderes de uma aranha. O problema aparece quando, ao investigar de onde veio o aracnídeo que lhe mordeu, Miles se depara com o verdadeiro Homem-Aranha numa luta de vida ou morte que ele acaba perdendo. O assassino do Aranha, o Rei do Crime, acaba acionando uma perigosa máquina que bagunça as realidades, trazendo para a dimensão de Miles diversos outros Homens-Aranha. E agora o jovem precisa entender os estranhos poderes que possui ao mesmo tempo em que interage com seus vários alter egos de outras dimensões.

De primeira pode parecer um filme muito confuso, mas te garanto que não é. A melhor qualidade do roteiro é exemplificar a sua trama, que de fato é complexa, porém o desenvolvimento empregado não poderia ser mais eficiente. Tudo começa em ordem cronológica e os novos elementos são apresentados um de cada vez. O espectador consegue se conectar com cada novo Aranha que aparece. Temos um Aranha clássico, como nos filmes, temos uma Aranha garota, um Aranha vintage, um Aranha asiático e até um Aranha porco. E, claro, temos o nosso protagonista, o Aranha adolescente negro. Miles tem a personalidade e problemas que são bem fáceis de se identificar, adora ouvir rap/hip-hop e sua paixão está na arte do grafite. Um jovem carismático e energético que tem sede de aprender.

Uma das coisas clássicas dos filmes do Homem-Aranha que está presente, é sua adaptação aos novos poderes. Afinal, Miles acabou de ser picado e não está sendo nada fácil para ele se acostumar com suas incríveis habilidades. O roteiro nos mostra arcos sensacionais com Miles aprendendo a ser o Aranha com os outros Aranhas maduros. A interação entre cada um deles é sensacional e é impossível sair da sessão sem ter um favorito. Eles não são todos iguais, cada um tem um estilo próprio, uniformes descolados e até mesmo habilidades diferentes. A apresentação de cada um deles na trama é muito boa e com bastante humor. Aliás, o filme é muito engraçado e com piadas carregadas de referências, algumas bem acessíveis, outras mais complexas para os fanáticos da cultura nerd. Os antagonistas e o plano maligno também são muito bem bolados e com um arco até mesmo um pouco emocionante.

A direção do filme apresenta um trabalho cheio de vida e sensibilidade. Dá para sentir o amor dos caras com o material que eles estão desenvolvendo. Tudo é extraordinário e grandioso. O visual da produção é espetacular e o estilo da animação é diferente de tudo o que vimos. É inovador e passa longe de ser apenas uma técnica bonita, ela remete muito ao ato de ler uma HQ, e toda a edição do filme também nos joga para esse universo, como se estivéssemos realmente mergulhando dentro de um quadrinho. A produção ainda conta com uma trilha sonora contagiante e um ritmo perfeito, onde o espectador nem sente o tempo passando.

É todo um conceito e universo novo que foi apresentado de maneira mais que perfeita. Uma autêntica porta para muitos novos projetos e continuações sem forçar o material. A produção da Sony, em parceria com a Marvel, é um grande exemplo de que animações com super-heróis podem ser tão boas quanto os filmes com atores. Tanto que HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO é o melhor filme do cabeça de teia até agora. Com bastante ação, humor e carisma, já se destaca como um dos melhores filmes do ano e programa mais que perfeito para as férias, entretenimento puro para crianças e bastante refinado para adultos.

No final ainda temos uma hilária cena pós-créditos e uma bonita homenagem para Stan Lee e Steve Ditko, criadores do Homem-Aranha e de vários outros personagens, que nos deixaram em 2018.


AVALIAÇÃO:


DIREÇÃO: Peter RAMSEY, Bob PERSICHETTI e Rodney ROTHMAN
DISTRIBUIÇÃO: Sony
DURAÇÃO: 1 hora e 56 minutos
ELENCO: Shameik MOORE, Jake JOHNSON, Hailee STEINFELD, Liev SCHREIBER e Mahershala ALI




 

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