Mia (Lisa Ambalavner) faz parte de um grupo de adolescentes que vai para um acampamento de verão em uma ilha próxima da costa do Reino Unido. Ela é arrogante, vaidosa, e tem certeza de que chamará a atenção da maioria dos garotos e a admiração, ou inveja, da maioria das garotas. Mas com a chegada de Amber (Ellie Duckles), uma garota misteriosa que ganha rapidamente a simpatia de todos, as certezas de Mia desaparecem.

Amber tem uma personalidade tão forte quanto a de Mia e consegue ser ainda mais manipuladora. Entretanto, ela se comporta de forma estranha, como por exemplo, não dorme de noite, fica apenas sentada na cama, olhando para a lua através da janela do dormitório. Aos poucos, parte dos garotos e das garotas da ilha passam a segui-la, fazendo tudo o que ela pede sem questionar.

Conforme Mia tenta descobrir quem é Amber, começam a acontecer coisas estranhas, como ruídos vindos debaixo da terra, sons de garotas chorando no meio da floresta, pequenas pistas que indicam que todos já estiveram na ilha em uma outra época, e a presença de alguém que usa a máscara de um lobo e que se esconde no meio da floresta.

THE A LIST é uma série de suspense adolescente, produzida pela BBC de Londres, e que foi comprada pela Netflix para distribuição mundial. São 13 episódios curtos, de 25 minutos cada, que caem bem para o público a que se destina. O elenco é quase totalmente composto de adolescentes, com exceção dos dois atores que fazem de monitores do acampamento, e nota-se claramente a pouca experiência de interpretação de cada um deles, até dos adultos. Não há um destaque, mas acho que também não precisa, uma vez que nessa idade, a gente dá mais importância para as ações e para as identificações.

E sobre identificação, a série tem uma grande diversidade, com representantes das maiorias dos gêneros e raças. Temos o garoto negro, o garoto atlético, o bom moço, o rebelde, a menina japonesa, a garota asiática, a garota homossexual, o nerd, até mesmo uma garota andrógina. E por incrível que pareça, o roteiro e os diálogos conseguem colocar todos interagindo de forma natural, sem qualquer mensagem defendendo este ou aquele grupo, sem qualquer distinção, sem acusações ou preconceitos, como deveria ser no mundo real.

Por causa do roteiro propositalmente ingênuo, pode ser que muitos achem a série infantil, mas eu me diverti assistindo, mesmo não sendo mais adolescente. Ignorei as interpretações e me deixei delar pelos mistérios, inclusive com alguns sustos. Tem uma parte em que duas personagens entram em um dormitório abandonado no meio da floresta, onde tem uma menina chorando, que realmente ficou bem legal. E a conclusão também cria uma tensão que dá mais qualidade para tudo o que veio antes.

Mas o que mais me atraiu, na verdade, é o amadurecimento dos personagens durante os episódios. Quase todos deixam as diferenças, os medos e os traumas de lado, para se unirem contra aquilo que descobrem na ilha. Mia é a que mais aprende. Ela chega à ilha com arrogância, e vai deixando para trás seu convencimento, seu lado feio, para conseguir salvar a si e aos amigos. Acho importante em uma série voltada para esse público, existir uma mensagem de aprendizado, que demonstre como podemos melhorar como pessoas e como amigos.

THE A LIST é uma série cheia de representatividade, jovem, refrescante, que entretém apesar dos defeitos, com atores que cativam, apesar das fracas interpretações, com situações que criam discussões sobre como os adolescentes se sentem como representantes de diversos grupos étnicos e sociais, resultando numa aventura que passa mais rápido do que desejável, muito devido aos episódios curtos. Assista e depois comente aqui se também curtiu.


AVALIAÇÃO:


CANAL: Netflix
TEMPORADAS: 1
EPISÓDIOS: 13
GÊNERO: Suspense juvenil
DURAÇÃO: 25 minutos
ANO LANÇAMENTO: 2019




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