Se tem uma mulher de costas na capa com um vestido clássico, pode ter certeza, 90% de chance de ser um livro da Julia Quinn. Se não for dela, é um romance de época, já que ocupa o ranking dos clichês do estilo. Dito e feito, embora seja só um estereótipo, condiz com o livro que hoje resenhamos. A CANÇÃO DA ÓRFÃ, escrito por Lauren Kate, mesma autora de FALLEN, retrata uma história de superação, traumas e um amor capaz de vencer qualquer obstáculo, tudo isso no século XIX.
Ambientado em Veneza, capital do amor, em um período em que as máscaras e o clima constante de festas faziam parte da cidade, Letta e Mino, dois órfãos, encontram o conforto um no outro para compartilhar o que há de mais precioso para eles, a música. Em mais de 300 páginas de história, vai e voltas, reencontros e desencontros, em algumas vezes cansativos, fica claro que algumas histórias estão escritas nas estrelas.
Letta é a personagem clichê dos romances, sonhadora, livre e que quer conhecer o mundo. Mino é o famoso príncipe encantado, apaixonado, gentil e carinhoso. Mesmo sendo um livro sobre o amor dos dois, não sinto que a relação entre eles convenceu. A ausência de diálogos elaborados, junto também certa rapidez e superficialidade no tratamento dos sentimentos, causaram, ao menos em mim, descrença.
Fato é, excesso de descrição e diálogos atrapalham o ritmo da narrativa, todavia são necessários para criar verossimilhança. Em A CANÇÃO DA ÓRFÃ acontece tanta coisa ao mesmo tempo, que falta espaço para desenvolver a trama , que, na teoria, deveria ser a principal. O tempo todo, coisas demais e coincidências forçadas para acreditarmos na força de um sentimento que não convence.
Contudo, tal qualidade – o ritmo acelerado – não tem somente o seu lado defeituoso. A dinâmica veloz é, também, envolvente. A história instiga e cativa, nos deixando curiosos para finalmente descobrir qual é a verdade dos grandes segredos propostos logo no início da narrativa. Em alguns momentos, a linguagem da autora pode parecer complexa. Entretanto é só uma questão de costume. Em poucos minutos, dada a simplicidade da narrativa, o ritmo da leitura será como qualquer livro de romance
De uma forma geral, A CANÇÃO DA ÓRFÃ é um bom livro. Ao meu ver, quando comparado com FALLEN, o grande sucesso da autora, é nítido a sua evolução no que diz respeito às ferramentas da narrativa, porém, ao meu ver, permanece existindo brechas de desenvolvimento que prejudicam o decorrer da história. Recomendo o livro para leitoras de romance, que gostam de histórias mais simples, sem grandes aprofundamentos.
AUTORA: Lauren KATE
TRADUÇÃO: Carolina SIMMER
EDITORA: Record
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 322
COMPRAR: Amazon
Fallen não fez muito meu estilo na época que o li não. Tanto que nem dei sequência na saga. Talvez isso até mude se eu me propor a reler a obra.
Por isso, com esse lançamento da autora, fiquei curiosa em relação ao enredo. Sobre misturar romance e música. Acho uma combinação perfeita e pelo que li acima, até quase foi.
Mino já me despertou olhos brilhantes.rs
E sim, se puder, quero dar uma chance à obra!
Beijo
Menina, eu sou essa pessoa também. Fallen está na minha lista de piores leituras, tanto é que, quando vi que era da mesma autora, deu até um apertinho no coração.
Não diria que a Canção da Órfã é ruim, mas não sei se leria novamente. Se você faz parte do grupo que gosta de leituras assim, mesmo com minha descrença rs, acredito que é uma boa alternativa.
Caso leia, depois conta para a gente o que achou.
Beijinhs
Eu não conheço a autora, mas gostei da resenha.
Eu gostei também da capa, e sobre os clichês não incomodam a mim, desde que tenham fundamento e sejam bem escritos.
Obrigada pela resenha.
Fico feliz que tenha gostado da resenha <3, retornos assim enchem nosso coração de alegria rs.
Eu não sei, sou das que adora clichês também, tanto que já li quase tudo da Julia Quinn, mesmo com todos os seus livros sendo bem parecidos. Porém, esse tem peca na escrita. Não em um sentido de erros, mas de construção da história.
Talvez, te incomoda também. De qualquer jeito, acredito que se você tem essa curiosidade, vale a leitura.
Caso leia, depois conta para a gente o que achou.
Abraços
Nunca tinha lido a sinopse do livro, só via a capa sem prestar atenção. Para mim se tratava, não sei por que achei, de um livro ambientado na Segunda Guerra Mundial. Rsrsrsrs
Gosto de clichês (Bem escritos e estruturados) e amo romance de época maaasss A Canção da Órfã não me chamou a atenção.
Mas menina, o vestido super parece com os da Segunda Guerra. Em alguns momento, inclusive, acho que a própria autora se perdeu (uma coisa meio, afinal, em que tempo estou?).
E eu entendo não ter te chamado atenção, sou desse grupo também. Acho que se eu tivesse visto uma resenha que nem a minha, provavelmente não teria lido também não rs. Digamos que já atingi minha cota de lindas histórias de amor, com algumas falhas na narrativa.
Ayllana!
Acredito que os romances de época tem sempre a mesma fórmula, o que os diferencia, é justamente a forma como é escrita.
Sinto que ela tenha sido repetitiva e as personagens não deem tanta credibilidade na relação, tem de ser crível, principalmente para o romance de época.
cheirinhos
Rudy
Oi Ayllana,
Fallen foi uma das maiores decepções da minha vida de leitora. Confesso que pela capa me renderia completamente à leitura. A sua resenha me deixou com uma mistura de quero / não quero ler, primeiro porque ainda gosto de personagens clichês e sonhadora, segundo porque ainda sou receosa sobre a Lauren Kate, assim como pela escrita e pelo excesso de descrição dos diálogos. É uma leitura que não farei agora, pode ser que em um futuro não tão próximo eu resolva dar outra oportunidade à autora.
Beijos.
Oiii Rudy, desculpa a demora. Esses dias estão tão corridos por causa de tudo que está acontecendo, que acabei me perdendo nas respostas dos comentários.
Então amiga, eu concordo parcialmente com o que você está falando. Acredito que é possível sim reinventar nos romances de época, mas não sou hipócrita para dizer que isso geralmente acontece, pelo contrário, quase todos os livros que já li tem um estilo bem semelhante com o clássico Orgulho e Preconceito. E sim, concordo com o que disse. O problema de A Canção da Órfã para mim é justamente apresentar personagens muito parecidos com o que estamos acostumados, sem atualização.. Ao menos para mim, não consegui criar vínculos com nenhum dos dois personagens.
E entendo sua ressalva, quem sabe um dia, na ausência de opções e em busca de algo de época, você não dê uma chance rs.
Beijinhos querida
Olá! Varias coisas me chamaram atenção nesse livro, a autora, fiquei curiosa como ela se sairia em um romance de época! A capa, que definitivamente é clichê dos clichês, o fato do livro fazer parte da caixinha da Carina, não tive como fugir dele (risos) e como sempre estava aguardando as resenhas!!! Pelo visto é bom não ter grandes expectativas em relação a leitura, mas por se tratar do meu gênero favorito, mesmo com ressalvas, acho (espero) que vai ser uma leitura razoável!
Fãs da Carina <333, ela tem um lugar especial no meu coração.
Eu acho que você está certíssima, como fã, a gente sempre dá uma chance e, não criar expectativas, é o melhor que você pode fazer. Acho que quando a gente começa um livro com a convicção de que ele pode não ser tão bom, a gente acaba se surpreendendo e muito!
Caso um dia decida ler, conta para a gente o que achou,
Beijiiinhos querida
Olá!
Com a minha experiência do livro Fallen fiquei um tanto pé atrás com os demais livros dela, tirando o Teardrop que foi uma boa leitura mas não tanto como queria. Esse tem uma premissa boa, só não sei se leria.
Meu blog:
Tempos Literários
Oiii, não vou “fazer a egípcia” e fingir que não fiz o mesmo. Sou a pessoa que sempre (na verdade, quase sempre) escolhe o livro pela capa, e dessa vez, não foi diferente. Quando o livro chegou para mim, li o Lauren Kate e pensei com meus botõezinhos “peeera aí, essa não é autora de Fallen”?
Não vou te dizer que está entre os melhores livros que já li, mas acredito que. justamente, por ser da mesma autora de Fallen (um dos livros que está entre os top 3 das piores leituras que já tive), fez com que eu valorizasse ainda mais os pequenos detalhes e perdoasse (não totalmente, alguns deles me incomodaram) os grandes absurdos.
Vou te recomendar a leitura, vai que você tem a mesma reação que eu hahaha.
Beijinhos querida
Oi, Ayllana
Apesar de saber um pouco sobre Fallen, não li nada da autora. A capa é bem clichê e linda!
Como só li 2 romances de época não posso opinar, mas lendo sua resenha pude perceber que faltou algo mais em relação ao romance dos personagens.
Se caso tiver chance de ler vou sem expectativas, beijos.
Oii Luana, acho que sua postura é a melhor que podemos ter.
Independente se o livro é bom ou ruim, acho que quando a gente lê sem expectativas, é uma das melhores descobertas que podemos ter e criar, pq se qualquer coisa acontece, de boa ou ruim, nos surpreendemos e temos uma leitura muito mais “poderosa” do que quando já começamos com expectativas.
Caso leia, conta para a gente o que achou. Estou curiosa com a sua opinião rs.
Beijinhos querida