Depois de passar um dia com a pessoa de quem gosta, quando chega aquele momento em que você só quer ficar quieto(a), abraçado(a), sentindo o coração bater um do outro, o que vem em boa hora? Um livro, claro! E se ele for dado ou recebido, fica melhor ainda. Então, eu relacionei CINCO EXCELENTES LIVROS, que ainda não foram resenhados no blog, mas serão em breve, para você ler ou dar de presente. Tenho certeza de que o seu dia será muito melhor, ou fará o dia de outra pessoa muito melhor!

PARA ELA

DO QUE É FEITA UMA GAROTA: Wolverhampton, em 1990, parece uma cidade a que algo terrível aconteceu. Talvez tenha acontecido de fato. Talvez seja Margaret Thatcher, talvez seja a vergonha que Johanna Morrigan passou num programa da TV local aos catorze anos. Nossa protagonista decide então se reinventar como Dolly Wilde — heroína gótica, loquaz e Aventureira do Sexo, que salvará a família da pobreza com sua literatura. Aos 16 anos, ela está fumando, bebendo, trabalhando para um fanzine de música, escrevendo cartas pornográficas para rock stars, transando com todo tipo de homem e ganhando por cada palavra que escreve para destruir uma banda. Mas e se Johanna tiver feito Dolly com as peças erradas? Será que uma caixa de discos e uma parede de pôsteres bastam para se fazer uma garota?

A VÍTIMA PERFEITA: Sophie Hannah arma uma trama complexa envolvendo sentimento de culpa, medo, obsessão, conectados, como tudo mais hoje em dia, aos meandros da internet. Trata-se de um romance criminal que lembra em sua construção, suspense e qualidade estilística as melhores obras de Patricia Highsmith, considerada a maior expoente do gênero.

O LIVRO DO DESTINO: Adolescente na Teerã pré-revolucionária, Massoumeh é uma menina comum, apaixonada pelos estudos. A caminho da escola, ela conhece um homem por quem se apaixona — mas, quando seus familiares descobrem as cartas que ele lhe escreve, Massoumeh é apontada como uma desonra para a família. Como consequência, a jovem leva uma surra violenta do irmão autoritário, e seus pais a obrigam a se casar às pressas com um homem que ela nunca viu. Os anos que se seguem ao casamento de Massoumeh revelam-se transformadores para o Irã. Hamid, seu marido, é um dissidente marxista, perseguido primeiramente pelo regime opressor do Xá e depois pelos fundamentalistas que ele próprio ajuda a chegarem ao poder. O destino de Massoumeh, até então ditado pela lealdade à família e à tradição islâmica, passa a ficar atrelado às mudanças radicais no país. O livro do destino abrange cinco décadas turbulentas da história do Irã, em que prevaleceu a repressão, o abuso, a miséria e a privação. É uma história intensa sobre amizade e paixão, medo e esperança — e uma rara visão interna da sociedade iraniana.
– Proibido de ser lançado duas vezes pelo governo iraniano, tornou-se um dos maiores best-sellers da história do país, com mais de 20 edições.
– Vencedor do prêmio Boccaccio na categoria Melhor Livro Internacional.
– Um dos melhores livros de 2013 segundo a World Literature Today.
– Livro já traduzido em 26 idiomas.

JANE EYRE: Um clássico que explora questões de classe, sexualidade, religião e gênero Jane Eyre conheceu o sofrimento ainda pequena, na casa da tia que a criou e na austera Lowood Institution onde foi educada. Desde cedo mostrou sua natureza firme e independente e assim ela se manteve por toda a vida: ao abandonar os tormentos de Lowood e se empregar como governanta em Thornfield Hall; ao descobrir o amor mas, com ele, um terrível segredo; ao decidir partir e, depois, recomeçar. Publicado em 1847, Jane Eyre é o romance mais conhecido de Charlotte Brontë. Com toques góticos e boas doses de crítica social e moral, este clássico da literatura pôs-se à frente de seu tempo ao apresentar uma personagem forte e explorar questões de classe, sexualidade, religião e gênero. Acompanhamos o desenvolvimento emocional da protagonista, sua busca por espaço, respeito e autonomia financeira, num mundo que não esperava tais ambições vindas de uma mulher. E, nas palavras de Virginia Woolf, “no fim estamos completamente encharcados pela genialidade, a veemência, a indignação de Charlotte Brontë.

A ESTRUTURA DA BOLHA DE SABÃO: Esta reunião de oito contos escritos por Lygia Fagundes Telles em épocas e circunstâncias diversas atesta não apenas a excelência da prosa da autora mas também a sua condição de notável “pesquisadora de almas”, conforme a definiu o crítico Nogueira Moutinho. Os protagonistas destas histórias encontram-se, em geral, numa relação crítica com as pessoas e ambientes que os cercam – e também consigo próprios. Secretos podres familiares, desenganos amorosos, vocações frustradas, o desejo extraviado, nada é confortável nessas narrativas descontínuas, que alternam descrição objetiva, discurso indireto livre e fluxo de consciência, num autêntico tour de force literário. A vida, parece nos dizer a autora, é frágil, fugaz e misteriosa como uma bolha de sabão.

PARA ELE

ALTA FIDELIDADE: A obra que deu origem ao filme. Rob é um sujeito perdido. Aos 35 anos, o rompimento com a namorada o leva a repensar todas as esferas da vida: relacionamento amoroso, profissão, amizades. Sua loja de discos está à beira da falência, seus únicos amigos são dois fanáticos por música que fogem de qualquer conversa adulta e, quanto ao amor, bem, Rob está no fundo do poço. Para encarar as dificuldades, ele vai se deixar guiar pelas músicas que deram sentido a sua vida e descobrir que a estagnação não o tornou um homem sem ambições. Seu interesse pela cultura pop é real, sua loja ainda é o trabalho dos sonhos e Laura talvez seja a única ex-namorada pela qual vale a pena lutar.

POR QUEM OS SINOS DOBRAM: Esta comovente história. cujo pano de fundo é a Guerra Civil Espanhola. narra três dias na vida de um americano que se ligara à causa da legalidade na Espanha. O autor conseguiu que seus leitores sentissem que o ocorrido no país ibérico. em 1937. era apenas um aspecto da crise do mundo moderno. A trama gira em torno de Robert Jordan. americano integrante das Brigadas Internacionais. que luta ao lado do governo democrático e republicano. recebendo a missão de dinamitar uma ponte. Com ele está um grupo de guerrilheiros/ciganos. integrado por Pilar. mulher com extraordinária força de vontade. o perigoso Pablo e a bela Maria. A relação entre Robert e Maria acabou por se tornar uma das mais inesquecíveis histórias de amor da literatura moderna. A obra foi eternizada no cinema. dirigida por Sam Wood. com Gary Cooper e Ingrid Bergman nos papéis principais. O autor começou a escrever o livro em 1939. em Cuba. onde morava. Publicado em 1940. foi sucesso de crítica e público. Por razões políticas. no entanto. deixou de receber o Pullitzer. apesar de eleito por unanimidade pelos jurados.

DAVID COPPERFIELD: Publicado originalmente na forma de folhetim entre 1849 e 1850, David Copperfield é o romance mais autobiográfico de Charles Dickens. Mas não só: nas palavras do grande escritor, que inspirou outros gigantes da literatura ocidental como Tolstói, Kafka, Woolf, Nabokov e Cortázar, este é seu “filho predileto”. Nele, acompanhamos a jornada do herói, nascido na Inglaterra dos anos 1820: órfão de pai desde o nascimento, David Copperfield pertence à imensa massa de desfavorecidos que a literatura do século XIX, pela primeira vez, presenteou com o protagonismo. Parte fundamental da tradição do grande romance realista, este livro oferece não apenas um retrato acurado de seu tempo como também um contundente relato sobre a vocação literária.

CIDADE DE LADRÕES: Um jovem escritor, convidado para escrever um ensaio autobiográfico, decide trocar o relato de sua própria vida pela história do avô, que combateu os alemães durante o cerco a Leningrado, na Segunda Guerra Mundial. Relutante, o avô aceita contar, pela primeira vez, o que ocorreu naqueles dias – uma odisséia de dois jovens determinados a sobreviver a todo custo, em meio ao frio, à fome, à loucura dos oficiais russos e ao perigo iminente do Exército alemão.

O ESTRANGEIRO: Obra mais conhecida de Camus, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. “Num universo repentinamente privado de ilusões ou de luzes, o homem se sente um estrangeiro.” Albert Camus “Em O estrangeiro, Camus nos deu uma história tensa, dura, intensa. Como era próprio no autor, é marcante o sentimento existencialista do personagem principal, sua solidão, dúvidas e o quase surrealismo de seus conflitos. ”Jornal do Brasil. Cinco décadas após sua morte, é indiscutível a atualidade do pensamento de Camus e de sua obra com foco na análise do homem contemporâneo. Traduzido para mais de 40 idiomas, O estrangeiro é hoje o recordista absoluto de vendas em formato de bolso na França. O romance faz parte do “ciclo do absurdo” do escritor e é seu livro mais conhecido. O narrador-personagem é o argelino Meursault, que mata um árabe por impulso. Meursault é o anti-herói que assassina um homem “por causa do sol” e sobe ao cadafalso afirmando que “fora feliz e que o era ainda”. Publicado em 1942, este livro ganha repercussão com a visionária inquietação do autor. Suas obras são muito marcadas pela incerteza e pelo absurdo da existência. Esta edição de bolso inclui prefácio do jornalista Manuel da Costa Pinto, autor de Albert Camus – Um elogio do ensaio, organizador e tradutor da antologia A inteligência e o cadafalso e outros ensaios, de Albert Camus.