Para se ter um bom filme é necessário ter uma série de qualidades que variam um pouco de gênero para gênero. Por exemplo, num drama é mais que necessário ter bons atores; numa comédia, o roteiro precisa ser bastante sagaz; e num filme de ação, é preciso ter bastante adrenalina. E que tal um filme de ação, dirigido por um ex-dublê especialista em tiro, porrada e bomba? Isso é JOHN WICK.

Para contextualizar, o primeiro filme da série, DE VOLTA AO JOGO, saiu em 2014 e acompanhava um aposentado assassino de aluguel que volta à ativa com toda a fúria para se vingar de uns bastardos que assassinaram seu cachorro e roubaram seu carro. No segundo filme, UM NOVO DIA PARA MATAR, de 2017, ele ainda precisa recuperar seu carro, acaba se envolvendo em um esquema para pagar uma dívida, porém as coisas fogem do planejado e John acaba atraindo a ira de toda a Alta Cúpula, a organização de assassinos para si.

Aqui estamos no volume três dessa saga e agora a coisa vai esquentar bonito. Depois que o letal John Wick matou um importante membro da organização de assassinos, dentro de um estabelecimento deles, onde confrontos são proibidos, John foi banido. E esse banimento trouxe para si a cobiça de todos os assassinos presentes nesta organização, que desejam trocar a cabeça de John Wick por uma recompensa milionária. Agora ele só tem uma hora até o banimento entrar em vigor, e durante esses poucos minutos, ele precisa encontrar armas, refúgio e pensar em como vai sair dessa situação. Para onde ele for, os assassinos da organização irão atrás, ninguém pode lhe prestar ajuda sem ser punido também, e agora, o que fazer?

O diferencial dessa série de filmes, sempre foi a altíssima qualidade no quesito cenas de ação, e de filme para filme, o nível só aumentou. No terceiro capítulo, todas as barreiras são quebradas. As coreografias estão realistas num nível que o espectador realmente pensa que está todo mundo caindo na porrada de verdade. Tem porrada com livros, tem porrada com espadas, tem com facas, com cavalos, com motos, com cachorros, tem para todo lado, e é uma cena mais incrível que a outra. Dá para sentir a dedicação de cada ator para entregar uma cena poderosa, e os efeitos visuais ajudam bastante na hora de deixar as cenas mais gráficas e violentas. E também temos várias sequências envolvendo tiroteio, e uma em especial, no terceiro ato, envolvendo um confronto num hotel, é tão bonita e bem-feita que o público fica até sem palavras.

O roteiro expande bem toda a mitologia envolvendo a Alta Cúpula, a organização de assassinos e seus vários estabelecimentos, sedes e membros presentes em todo o mundo. Um pouco do passado de John Wick também é desenvolvido e suas relações com essas figuras poderosas é muito palpável, a gente não sabe quem é quem, porém acredita piamente que esse povo se conhece e que tem um passado turbulento. O filme, aos poucos, vai se expandindo, apresentando novos personagens e arcos, na medida certa, sem tirar nem pôr, preservando essas pontas para os próximos filmes dessa saga que, neste momento, já estão sendo produzidos, manda mais que tá pouco!

O lendário Keanu Reeves estrela a produção e, novamente, ele se prova um mestre na ação, assim como entrou para a história, graças a vários ótimos filmes, incluindo MATRIX. Ele mostra que ainda tem toda a disposição do mundo. Com seus 54 anos, o ator prova que está mais ágil do que nunca, entregando todas as cenas de ação, feitas por ele mesmo, enquanto nos brinda com seu carisma ilimitado. A grande novidade do elenco é a adição da atriz vencedora do Oscar e nossa eterna Tempestade dos X-Men, Halle Berry. Ela aparece pouco, porém todo o seu tempo em tela é usado de maneira magistral, com a atriz comandando tudo com seu porte dramático e estrelando a melhor cena de ação do filme, com ela lutando, atirando e coordenando seus cães ferozes para cima dos bandidos. Química e adrenalina em perfeita sincronia com o Keanu, personagem que com certeza fará um estrago nos próximos filmes que estão por vir.

E no elenco ainda temos a icônica Anjelica Huston, a lendária Mortícia de A FAMÍLIA ADAMS; Ian McShane, da série DEUSES AMERICANOS; Laurence Fishburne, o grande Morpheus de MATRIX; e Asia Kate Dillon, da série ORANGE IS NEW BLACK. Grandes veteranos que só enriquecem a produção, que tem um dos melhores elencos já selecionados para o gênero.

Chad Stahelski comanda a produção e, como dito acima, ele é um ex-dublê profissional e traz para a sua direção, todo o seu conhecimento e bagagem para entregar ao espectador um filme de ação impecável e divertido. Dá para assistir sem ter visto os anteriores, você vai se impressionar com a ação, porém não vai entender os motivos para toda essa porradaria acontecer. Porém é fácil resolver essa questão, o primeiro excelente filme está disponível na Netflix, e o segundo está no catálogo do Amazon Prime Video. Ambos os serviços oferecem teste grátis e, em especial, o Prime Vídeo tem a mensalidade super em conta. Agora não tem desculpas, hein! Se quiser um filmaço, você não pode perder PARABELLUM no cinema, imersão e loucuras sem fim!


AVALIAÇAO:


DIREÇAO: Chad STASHELSKI
DISTRIBUIÇAO: Paris Filmes
DURAÇAO: 2 horas e 12 minutos
ELENCO: Keanu REEVES, Halle BERRY, Laurence FISHBURNE, Anjelica HUSTON




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