Dá para acreditar que VELOZES E FURIOSOS já está quase beirando a marca de dez filmes na franquia? Surreal né? Aqui temos o nono, que é o primeiro spin off, focado nos personagens: Hobbs, estrelando o queridíssimo The Rock; e Shaw, vivido pelo britânico Jason Statham. E não é que essa parceria deu certo? Vamos descobrir o porquê!

A trama segue uma ex-agente da inteligência britânica que acabou de roubar um vírus mortal capaz de exterminar a vida na Terra. A cabeça da moça se tornou um prêmio, e quem a capturar primeiro, ganha. O americano Hobbs é chamado para localizar o paradeiro da moça, numa missão em conjunto com o agente inglês Shaw. Porém, ambos se detestam e a convivência e um possível trabalho em equipe se provam tarefas quase impossíveis. Para piorar as coisas, um super-soldado, de uma liga de bandidos, aprimorado geneticamente, meio homem, meio robô, parte à caça da moça e promete trucidar qualquer um que estiver em seu caminho.

O roteiro segue a cartilha básica dos filmes de ação, alguma coisa ou alguém que todos querem, uma equipe que não se entende e muita adrenalina para todo o lado. Como se trata de um filme da franquia Velozes e Furiosos, adicione à fórmula: carros e bastante humor. E o plano dá certo, eles conseguem entregar um filme consistente na sua proposta, que é entreter com todos os absurdos possíveis. A trama mesmo não faz muita diferença, o próprio filme parece esquecer que ela existe, temos um vírus mirabolante que pode matar todo o mundo, algo bem parecido com o que MISSÃO IMPOSSÍVEL já fez no passado. Porém, aqui o público até recebe umas informações sobre esse vírus e o porque de ele ser tão cobiçado, mas todo esse desenvolvimento é desinteressante, sendo que o próprio filme entende isso e o joga em segundo plano, fazendo assim o filme andar com mais agilidade. Ok, eles sacrificam um desenvolvimento da trama para dar lugar à porradaria, mas realmente ninguém queria saber disso, quando se trata de Velozes e Furiosos, o público só quer uma coisa: ação, ação extrema com carros.

A trama é batida, isso fica claro já no trailer, mas o principal deslize do filme é o excesso de humor forçado. Sendo justo, eu admito que uns 40% do humor do filme funciona, mas os outros 60% são daquele tipo de humor que chega a dar vergonha alheia. Outro grande ponto do roteiro é essa nova organização de bandidos, com um deles sendo praticamente um “superman negro”, como ele mesmo se denomina no filme. O soldado é vivido pelo ator Idris Elba, que está muito confortável no papel, e seu personagem é bastante durão, entrega ótimas sequências de luta. Mas o desenvolvimento é bastante limitado, numa clara estratégia de guardar informações para os próximos filmes. Admito que fiquei intrigado, agora só resta esperar.

O ponto forte do filme é a ação, sendo ela a verdadeira causa desse filme ser tão bacana. A produção tem mais de duas horas de duração e eles conseguiram fazer esse tempo passar voando, graças às várias sequências que não deixam o ritmo do filme cair. É realmente muita destruição, porradaria, explosões, invasões e corridas de carro. Uma sequência mais interessante do que a outra, interessantes e também insanas. Para conseguir aproveitar o filme é necessário aceitar tudo o que ele vai te oferecer, esses caras são praticamente super-heróis, fazem de tudo e nunca se machucam pra valer. Quase tudo dá para aceitar, mas em especial, numa cena onde o personagem do The Rock puxa um avião em direção ao chão com as mãos, gente do céu, com as mãos, aí é difícil para o espectador engolir. Mas fora isso, a ação é entretenimento puro, que faz bonito suas obrigações.

Dwayne “The Rock” Johnson, está como sempre em cena, amigável, forte e extremamente carismático. Seu personagem recebe bastante desenvolvimento e se firma mais ainda como uma das melhores adições no elenco dessa franquia. Já o ator, lutador, mergulhador, tudo o que você puder imaginar, Jason Statham, também está ótimo em cena e apresenta muita química com The Rock. Eles se odeiam, mas se amam, não trabalham em equipe, mas nasceram para lutar juntos. É uma parceria que deu muito certo e que fez todo o resto do elenco principal da franquia Velozes e Furiosos parecerem figurantes. No elenco ainda temos Vanessa Kirby, vivendo a agente britânica foragida, e a atriz é o elemento perfeito que faltava para balancear o filme. Uma mulher forte, que luta pra caramba e que não precisa ser salva. Felizmente a atriz recebe muito respeito e não está nem um pouco sexualizada, amém sensatez.

O ato final reserva um embate alá Vingadores Ultimato, uma autentica guerra, com um elenco enorme. A sequência ficou bem bacana e com personalidade, já que se passa na ilha Samoa, localizada na Oceania, no filme e assim na vida real é o lar ancestral do The Rock. Um entretenimento muito bacana que se firma como um dos melhores filmes da franquia, melhor mesmo até que grande parte dos Velozes e Furiosos originais. A produção deixa um enorme caminho para o futuro e mesmo pecando no humor e tendo um roteiro pra lá de fraco, vale uma conferida. E se você for fã da franquia, as chances de gostar desse são enormes.

O filme ainda conta com três horríveis cenas pós créditos e também a participação do Ryan Reynolds, nosso querido Deadpool, provável novo integrante da equipe no futuro.


AVALIAÇAO:


DIREÇAO: David LEITCH
DISTRIBUIÇAO: Universal
DURAÇAO: 2 horas e 16 minutos
ELENCO: Dwayne JOHNSON, Jason STATHAM, Idris ELBA, Vanessa KIRBY, Ryan REYNOLDS