Um ciclo chega ao fim, quarenta e dois anos depois da primeira aventura de STAR WARS, estreia o desfecho que envolve a família Skywalker. A galáxia está em jogo e um antigo mal adormecido parece ter ressurgido, o que será que nossos heróis terão que enfrentar? Vamos descobrir.

De alguma forma, o Imperador Palpatine está de volta, o líder Sith e mestre do lado sombrio da força, espalha medo pela galáxia. Kylo Ren está à sua procura e suas intenções são nebulosas. Já Rey dedica seu tempo a um intenso treinamento, pois ela sabe que a calmaria vai acabar e a luta será retomada. Enquanto isso, a aliança rebelde recebe uma séries de informações privilegiadas de alguém que está dentro da Primeira Ordem, e logo novos planos de ataque são planejados pelos rebeldes. Em paralelo, Rey e seus amigos partem à caça de um objeto oculto que tem informações sobre a localização de Palpatine, dar um fim ao imperador seria um novo começo, mas essa missão não será nada fácil.

Terceiro e último filme da nova trilogia iniciada em 2015, com novos personagens e a volta de vários dos clássicos, prometia dar um desfecho à saga dos Skywalker, mas no capítulo final, o roteiro decide ser impendente. Lançado em 2017, STAR WARS – OS ÚLTIMOS JEDI dividiu o público, com uns maravilhados com as inovações e coragem do roteiro e outros que desprezaram as novidades. Agora no terceiro e último filme, os produtores acharam que era uma boa ideia simplesmente fingir que o filme anterior nunca aconteceu. O roteiro segue uma narrativa episódica, criando coisas novas e esquecendo os avanços anteriores da história. É literalmente uma trama que caiu dos céus, onde não há sentido em nada o que está sendo apresentado. Mas então por que eles fizeram isso? Porque essa nova trama é repleta de nostalgia, recheada de referências para os fãs e a volta de personagens queridos. Não importa se isso vai atrapalhar o arco completo que vem sendo construído desde 2015, o importante é fazer o espectador satisfeito com saudosismo barato. Entregar um encerramento lógico e potente? Jamais, o objetivo aqui é ir para o lado mais convencional o possível.

Além de ser uma grande sopa de clichês, o filme ainda reserva grande parte do seu tempo para afirmar pontos de vistas ultrapassados. Novamente nesse universo, uma pessoa só é importante se for parente de alguém importante. E com isso a trama se transforma numa autentica novela mexicana com direito a uns parentescos surreais de tão patéticos. A grande reviravolta é construída sem nenhum pingo de lógica, o personagem é isso e ponto. Os grandes arcos dramáticos que envolviam os personagens também são deixados de lado, onde eles não têm jornadas próprias, são basicamente um grande gado que segue outro personagem mais poderoso. O roteiro até flerta com a ideia de brincar com a Rey, dando pra ela motivos para questionar tudo o que acredita, mas isso é apresentado e resolvido sem cuidado ou talento, parece um trabalho incompleto e apressado.

O “vilão” do filme surge e vai embora do nada, o semi vilão Kylo Ren virou uma barata tonta, onde ele também só segue Rey por toda a galáxia, fora isso ele não tem mais o que fazer. Seu desfecho não é potente, foi um personagem completamente pobre em desenvolvimento. Todos os coadjuvantes são dignos de pena e para eles é oferecido meia dúzia de diálogos esdrúxulos. O humor do filme não é forçado, mas não funciona, e as cenas envolvendo a atriz Carrie Fisher, que faleceu durante as gravações, são estranhas e destoam bastante, não fizeram um bom trabalho, mas pelo menos o legado da personagem foi preservado.

Visualmente o filme é bem bonito, mas fraco em comparação aos espetáculos visuais que eles fizeram nos dois anteriores. Aqui eles apostam em cenas mais escuras e batalhas mais frenéticas, onde na maioria das vezes, você nem sabe o que está acontecendo. Eles acertam nas batalhas envolvendo os famosos sabres de luz, mas isso é o mínimo, se eles tivessem errado até nisso, era melhor nem ter lançado o filme. A trilha sonora é apaixonante e os figurinos extraordinários. A direção se destaca negativamente por forçar o filme a ser eletrizante até mesmo nas cenas onde a calma e a sutileza deveriam prevalecer. Não tem calmaria aqui, é personagem indo de um lugar para o outro, tiro porrada e bomba, zero trama, zero desenvolvimento e um desfecho milagroso.

Ninguém esperava a nova maravilha do cinema quando o assunto era STAR WARS – A ASCENÇÃO SKYWALKER, mas eles tinham pelo menos um nível a preservar. Mas tudo foi substituído, toda a grandeza e o impacto da coragem em se investir numa trama nova, deu lugar a uma enxurrada de fanservice, para um desfecho que praticamente virou uma fanfic, onde qualquer absurdo pode acontecer. Tem umas coisas que chega a dar raiva, é fazer literalmente o fã de trouxa, tentando enfiar essa porcaria na nossa goela abaixo. A primeira cena já é horrível, como ter esperança de que as coisas vão melhorar? Esse novo filme vai dividir ainda mais o público, com o povo pendendo mais o lado negativo. Já é o segundo filme da franquia mais criticado da história e dificilmente terá problemas em ser um sucesso financeiro, mas não era para ser assim. Esse desfecho tinha um caminho lindo para trilhar, ser um filme sensacional, mas o que temos é um dos longas mais decepcionantes do ano, pra mim não rolou, boa sorte para você que for tentar!


AVALIAÇÃO:


DIREÇÃO: J. J. ABRAMS
DISTRIBUIÇÃO: Disney
DURAÇÃO: 2 horas e 22 minutos
ELENCO: Daisy RIDLEY, John BOYEGA, Adam DRIVER, Oscar ISACC e Carrie FISHER




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