Para você, o que é melhor? Várias sequências com livros curtos e que deixam a desejar no desenvolvimento da narrativa ou dos personagens ou um livro mais grosso que peca no excesso de descrições, mas que você termina a leitura se sentindo parte daquilo tudo? É com esse questionamento que começo a resenha de O LADRÃO DE MEMÓRIAS.
Em mais uma distopia com semelhanças inegáveis ao clássico JOGOS VORAZES misturado com A RAINHA VERMELHA, Yan Renault sofreu alterações genéticas que fazem dele um ladrão de memórias. Jovem, inocente e apaixonado, após uma rejeição, ele passa mal e fica em coma por 5 anos. Quando acorda, tudo está diferente.
Seu pai está morto. Sua cidade se tornou um império. Um governo autoritário foi instaurado baseado no terrorismo. E no cerne disso tudo, ele quer se vingar por tudo que foi perdido.
As vidas de meu pai e seu amigo não iriam se restituir e suas mortes estariam para sempre cravadas em minhas costas. Mas a vingança por tudo que o rei fizera conosco não poderia jamais ser deixada morrer junto com eles; eu mesmo puxaria o alçapão para que o corpo de Stavon Williams pendesse na forca.
O reinado daquele homem iria incendiar. E eu seria a faísca (p.65)
Um dos maiores trunfos de Guilherme Araújo, autor da obra, foi ter conseguido trazer para cada uma das 249 páginas todo esse medo, insegurança e confusão que o personagem sente após acordar.
No entanto, ao mesmo tempo em que é um aspecto positivo, em alguns momentos, o excesso de pontas soltas afeta a profundidade da narrativa, diminuindo a intensidade e o carisma dos personagens.
Yan, em particular, é um caso difícil de “digerir”. Seja por ainda ter a mentalidade de um adolescente de 16 anos (que foi quando ele apagou) ou pela própria construção dos seus pensamentos, fica evidente que o mesmo não é muito maduro.
Mas o que é interessante é que não há tentativas de justificar, nem passar pano para as atitudes questionáveis do principal. Pelo contrário, o autor deixa claro a todo momento que suas ações não condizem com quem ele precisa ser para sobreviver.
O escritor acerta ao dividir a obra em vários núcleos narrativos, por outro lado, erra em não dar o devido espaço para que a gente se afeiçoe aos personagens. Na mesma medida, acerta em construir um ritmo envolvente, mas erra ao pecar pelo excesso, comprometendo a profundidade do livro em alguns desdobrares, como o arco dos protagonistas e seus dramas de vida.
O LADRÃO DE MEMÓRIAS é um livro com potencial. Confesso que senti falta de mais descrições e densidade para a história, mas isso pode ser superado. Imagino, também, que haverá pela frente – o livro é estruturado desde as primeiras páginas para ter uma continuação – a possibilidade de lapidar o que já é bom e melhorar o que pode se tornar memorável.
Por fim, novamente, deixo meu elogio à Editora PenDragon pelo capricho em cada um dos detalhes e pela belíssima edição. É aquele clássico livro que dá prazer em ter na prateleira.
AUTOR: Guilherme ARAÚJO
EDITORA: Pendragon
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 249
COMPRAR: Amazon
Que capa linda! Eu compraria sem nem olhar do que se tratava rs acho que isso é uma vantagem da Editora. Ela capricha muito!
Quanto a pergunta inicial, sei lá. rs eu prefiro livros curtos que vão se complementando. Mas..as vezes, poucas páginas já são suficientes para matar tudo e isso também é muito bom!
Mesmo com todas as ressalvas, acho que tem potencial demais sim o enredo e é de se entender que Yan tenha esse lado “adormecido” ao menos na memória!
Se tiver oportunidade, claro que lerei!
Beijo
Oii Angela, eu super entendo o seu ponto de vista rs. Confesso que a capa foi uma das primeiras coisas que me atraiu!
E concordo também com a parte da história com potencial. Acredito que com mais experiência e oportunidade de trabalhar a história, o Guilherme conseguirá criar algo inesquecível.
Vendo por essas alternativas que você colocou, talvez eu prefira o livro mais grosso. Mas confesso que descrições demais me cansam, e não sou daquelas que persistem em leituras que não me agradam, deixo de mão mesmo. Porém, a outra opção não é tão atraente também né? HAHAHA
Não sei, confesso que eu não achei muuuito desse livro, parece que falta algo a mais nele. Mas a quantidade de páginas deixa a gente meio corajoso em ler, pelo menos pra saber se é bom ou não.
Oii Bruna,
Eu assino embaixo de tudo que você disse rs. Não sou do tipo que gosta de descrições, mas confesso que sinto raiva do mercenarismo (livros que deixam pontas soltas demais para a gente comprar a continuação.
Porém, mesmo com todas as ressalvas, eu concordo muito contigo. São 200 e poucas páginas. Se deixa qualquer vontade, mesmo que minina, de ler, vale a tentativa.
Oi Ayllana,
Eu particularmente prefiro livro único ainda que mais grosso e mais descritivo.
Pelo que entendi, a história dá margem a continuação sim.
A premissa é bem original
Oii Michelle, tudo bem?
Confesso que cada vez que me deparo com continuações sem sentido, paro para pensar se, afinal, não vale ter um livro único, mesmo com a experiência sendo reduzida. A resposta é que sim, ao meu ver.
Ayllana!
Particurlarmente prefiro os livros mais descritivos e aprofundados, principalmente quantoa s personagens.
Achei a ideia bem criativa, mas acredito que manter o personagem ainda adolescente e com atitudes imaturas, talvez não seja tão legal.
Tomara que tenha continuação e o que não ficou explicado totalmente, possa ser e que o personagem amadureça.
cheirinhos
Rudy
Oii Michelle, tudo bem?
Confesso que cada vez que me deparo com continuações sem sentido, paro para pensar se, afinal, não vale ter um livro único, mesmo com a experiência sendo reduzida. A resposta é que sim, ao meu ver.
Oii Rudy, ignore meu comentário rs. Sou boa em confundir tudo pelo celular!
Eu não sei bem o que prefiro, mas confesso que o excesso de pontas soltas nesse livro, me incomodou bastante. Acho que existe um limite entre “abertura para sequências” para “você precisa ler a sequência para entender”. Este último caso, em específico, confesso que me irrita bastante rs.
Mas vamos ver, a esperança é a última que morre afinal
Com certeza eu prefiro volumes únicos, não gosto de ter que esperar por meses, ás vezes mais de um ano ou dois para saber o que vem a seguir, dificilmente me atraem livros com diversos volumes.
A resenha instigou, mas não tanto, não parece ser algo muito original, vem seguindo os padrões das histórias que estão na moda agora, mas eu o leria e acho que a leitura me prenderia até o fim.
Oii Mayara, eu te entendo!!!
Comprei um livro recentemente que ainda não terminou de lançar. Confesso que vem sido uma espera torturante, ainda mais pq não tem previsão nenhuma.
Caso leia, depois conta aqui para a gente o que achou
Olá! Sem dúvida livros únicos me atraem bem mais, até porque minha ansiedade agradece, pois, esse lance de ficar esperando pela continuação (que as vezes nem chega) acaba com meu psicológico em alguns casos. Eu gosto bastante de distopias, mas fiquei dividida com esse enredo, por um lado ele me pareceu bem interessante, mas pelo outro nem tanto… sei lá, não sei se por já te lido muito do gênero ou se foi pelas ressalvas, vou acompanhar os próximos e tentar me decidi.
Oii Elizete,
Sou exatamente assim!!! Tô com uma saga para terminar, que a autora não lança as continuações… espero esquecer em breve disso para eu ter paz rs, pq ainda estou na fase de atualizando o feed dela constantemente em busca de continuações.
Eu entendo a sua ressalva com O ladrão de Memórias, afinal, como você viu, tive as mesmas rs. Mas, considerando o tamanho, e caso você tenha curiosidade, acho que vale a tentativa…