Orla e Kate são melhores amigas desde sempre. Juntas, elas já enfrentaram tudo – seja o desafio de Orla como mãe de primeira viagem ou o divórcio complicado de Kate. E, independentemente do que aconteça na vida delas, todo ano as duas tiram um fim de semana para viajar juntas. Sozinhas, um tempo só delas.

Dessa vez, o destino é Lisboa. Elas alugaram o apartamento perfeito, com a vista perfeita, e elaboraram o itinerário perfeito. E, para começar o breve período de férias com estilo, nada melhor do que uma noite inesquecível: um jantar, regado a champanhe, em um restaurante sofisticado. E por que não uma balada depois?

Na manhã seguinte, quando Orla acorda, ainda de ressaca e sentindo-se culpada por ter deixado o marido sozinho com o bebê, descobre que a amiga desapareceu. Ela liga para a polícia, mas não há nada que eles possam fazer no momento. Então só lhe resta esperar. As horas passam, e Kate não aparece. Apavorada, Orla se dá conta de que é a única esperança da amiga.

Com apenas uma vaga lembrança dos acontecimentos da noite anterior, ela decide refazer seus passos. O que se desenrola em seguida é uma série de descobertas devastadoras, que ameaça tudo o que ela mais ama. Orla sabe que Lisboa guarda o segredo do que aconteceu naquela noite, mas não faz ideia de que a verdade pode estar mais perto do que ela imagina.

NAQUELE FIM DE SEMANA traz personagens dúbios, construídos de forma a enganar o leitor, ou então a conquistar, para depois apresentar sua verdadeira faceta. E isso não se dá apenas com a protagonista desaparecida, Kate, que reforça a máxima de que nunca conhecemos verdadeiramente uma pessoa, por mais íntima que ela seja. E os segredos de Kate são muitos, a maioria descobertos por Orla em sua jornada de busca pela amiga.

O ponto essencial da trama é a fatídica noite em que Kate desaparece. Os acontecimentos são bem narrados, as diferenças entre as duas mulheres ficam evidentes, cada rachadura na amizade, bem como as expectativas que elas têm em relação às férias. O caminho para conhecer ambas, é permeado por pequenas revelações que variam a intensidade da surpresa. São apresentadas duas teorias para o desaparecimento de Kate, logo no início, uma delas realmente está correta, mas mesmo assim, acredito que o leitor não estará preparado para nenhuma delas.

Além das duas protagonistas, e embora uma delas esteja ausente na maior parte da história, ela se torna presente pela busca que Orla faz pela verdade, os outros personagens também são interessantes e cheios de segredos ou personalidades diferentes da que pensamos inicialmente. O destaque fica para Konstandin, um motorista de Uber que pode, ou não, ser integrante da máfia russa, e que sempre aparece nos momentos mais oportunos.

NAQUELE FIM DE SEMANA é um thriller imersivo, de tirar o fôlego, que tem uma derrapada quando apresenta uma segunda reviravolta nas últimas frases da última página, passando a sensação de que a autora queria uma continuação, mas que se mostra desnecessária, e terá adaptação cinematográfica produzida pela Netflix e estrelada por Leighton Meester, atriz de Gossip Girl e House.


AUTORA: Sarah Alderson
TRADUÇÃO: Maria Luiza X. de A. Borges
EDITORA: Record
PUBLICAÇÃO: 2021
PÁGINAS: 336


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