Numa manhã de verão, Edward Adler, os pais e o irmão mais velho, embarcam em um voo de Nova York a Los Angeles, junto com outros 183 passageiros. Entre eles, há um prodígio de Wall Street, um veterano ferido, voltando do Afeganistão, e uma mulher de espírito livre, fugindo de um marido controlador. Algumas horas depois, no entanto, essas histórias são interrompidas bruscamente pela queda do avião. Todas, menos uma: Edward foi o único que sobreviveu.

Enquanto o país se comove com a história, o menino tenta se adaptar a um novo mundo. E, ao descobrir cartas enviadas a ele desde o acidente, é levado a procurar respostas para a seguinte pergunta: depois de uma tragédia, como encontrar um novo sentido para a vida? QUERIDO EDWARD é a história de personagens inesquecíveis e de como pessoas salvam umas às outras de inúmeras maneiras – um retrato sensível e inspirador de um coração partido aprendendo a amar de novo.

Já havia tido contato com esse livro anteriormente, sabia do que se tratava a história, e fiquei com medo de me decepcionar com a leitura. O livro é dramático, pela sinopse mesmo vocês conseguem ter uma ideia de como é, porém é mais complicado. A sinopse traz apenas uma parte do livro, mas ele se passa em dois períodos: do aeroporto até dentro do avião; e depois da queda.

Após “o acidente”, como nomearam, Edward passa a morar com os tios, Lacey e John. Lacey era irmã de Jane, mãe de Edward. A mulher tem problemas com abortos, o corpo dela sempre rejeita o bebê, e infelizmente ela não consegue realizar seu sonho de ser mãe. John é um personagem incrível. Ele apoia a mulher e consegue cuidar de Edward como um pai, mas sem “invadir” seu espaço pessoal, respeita suas decisões e o ajuda das mais variadas formas possíveis.

Conhecemos também Shay e Besa. Besa é mãe de Shay, que tem a mesma idade de Eddie. Besa também sabe respeitar os limites de Edward e o trata com carinho. Porém, a personagem de Shay é intensa. Eu não gostei muito dela, não senti afinidade, simpatia, nem nada. Acredito até que ela era uma personagem sem o mínimo de compaixão, extremamente teimosa e irritante. E Edward gruda nela igual carrapato.

Enquanto isso, vemos as histórias de alguns passageiros no avião, o militar que volta para casa aleijado, o milionário com câncer que pensa em uma das ex-mulheres e não gosta da forma que é tratado pela enfermeira, um executivo famoso que quer fechar um negócio importante, uma mulher grávida indo atrás do seu amor, uma mulher sensitiva fugindo de seu marido, uma atendente que pensa apenas em terminar a viagem, e a família de Edward.

Pelo que eu senti durante a leitura, Edward, como qualquer garoto de 12 anos, não sentiu tanto o baque de ter perdido os pais, o que é considerável na idade dele, pois ainda é uma criança, não entende a perda, a dor, o sofrimento de nunca mais ver a pessoa que ama. Entretanto, ele sente muito mais a falta do irmão. Seu irmão era seu parceiro, seu amigo para todas as horas, seu cumplice em “crimes”, e ter que viver sozinho, Edward se sente extremamente mal em relação a isso.

Como uma pessoa muito emotiva, eu vejo que o garoto acaba se tornando um adulto antes da hora, tendo de tomar decisões, de lidar com as pessoas e seus fanatismos em relação ao milagre dele ter sobrevivido. Apesar disso, Edward é bem pé no chão, eu não conseguia enxergar um menino de doze anos nele, eu enxergava já como um adulto, acho que isso faz o livro ser mais forte.

As cartas não são tão grandiosas para ser o nome do livro, pelo menos eu não enxerguei nada demais nelas, só foi a tentativa de criar algo para o Edward sair do mundinho dele, mas, realmente, não vi muita diferença.

Acabei não me decepcionando com o livro, mas achei extremamente pesado, então recomendaria uma leitura mais lenta para ele, pois é um livro que mexe com emoções, que te faz sentir o peso do luto, na verdade, o peso do luto midiático, que é muito pior, onde as pessoas acham que te conhecem, mas não sabem do que estão falando.

Para finalizar a resenha, eu só gostaria de dizer que a história é boa, que a escrita é boa, que os personagens são bons (a maioria), mas faltou aquele estopim, aquele “boom!”, a autora deu uma enrolada tão grande dentro da parte do avião, e correu com ela durante a parte após o acidente, e no final ficou tudo muito rápido, acontecendo muita coisa, e acabou faltando só aquele “uau”.


AUTORA: Ann NAPOLITANO
TRADUÇÃO: Ligia AZEVEDO
EDITORA: Paralela
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 304


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