O ser humano tem a necessidade de presença emocional. Nós não sabemos viver de forma isolada. Precisamos ter contato com outro ser da mesma espécie. Uma pessoa que vive apenas com um cachorro, por exemplo, com o tempo e o isolamento, começa a tratar o cachorro como uma pessoa da mesma raça. É intrínseco a nós essa dependência, e isso varia dentro de uma escala enorme. Uma pessoa que não tem pai, pode substituir a presença deste, pela presença de um amigo. Uma pessoa que não tem amigos na vida real, pode substituir por amigos virtuais. Qualquer ausência, pode ser substituída por qualquer tipo de presença que consiga atender a necessidade suplicante.
Muitas pessoas, muitos leitores, fazem essa substituição através de personagens de livros e de autores. Às vezes, a necessidade da pessoa é saciada pela admiração a um autor. Não importa se essa pessoa conhece o autor; basta ela conhecer sua obra e se identificar de alguma forma. A partir desse ponto, não importa o que o autor escreva, não importa se a pessoa gosta ou não gosta, ela sempre irá defender esse autor, porque ele responde por uma fatia emocional dessa pessoa, ele ocupa aquele espaço vazio que ela não conseguiu preencher de outra forma. Mas existem muitas outras substituições emotivas. Pode ser um cantor, uma atriz, um yotuber, enfim, praticamente qualquer pessoa, pública ou não.
Eu publiquei uma resenha e sugeri que pessoas procurassem analistas para tentarem compreender uma determinada situação. E é incrível como ainda existe o preconceito com relação a esse tipo de profissional da saúde mental. Um analista é um psicólogo, mas nem por isso ele trata de pessoas com problemas mentais. Na verdade, a maioria dos psicólogos, trata de pessoas normais, que precisam desabafar, que precisam conversar com alguém isento de opinião, que precisam contar partes da vida que não interessa a mais ninguém além dela própria.
Vou mais longe: todos nós, qualquer pessoa, deveria ter um analista, um terapeuta, um psicólogo. Muitas das nossas frustrações, na nossa raiva, da nossa dependência emocional, poderia ser resolvida com a ajuda de um desses profissionais. Não pense que por consultar um analista, você é louco. Isso é ridículo e ignorante. Não ache que, por consultar um, você precisa de remédios ou poderá ser internado. Um psicólogo não tem permissão de receitar remédios e nem tem autoridade para efetuar internações. A função para isso é de um psiquiatra. Este, sim, é um médico que trata de pessoas com doenças mentais graves, que podem precisar de medicação e de internamento. Não confunda psicólogo com psiquiatra.
Se você se sente angustiado, deprimido, com raiva de tudo, solitário, com necessidade de conversar sobre algo e não tem com quem, se você sente necessidade de qualquer coisa e não tem a quem recorrer, marque com um analista. Uma, duas, três sessões, muitas vezes, ajudam tanto, dão um alívio tão grande, que transformam você. E se você não tem dinheiro para pagar um, você pode conseguir pelo SUS. Tem atendimento gratuito uma vez por semana, procure na sua cidade, no seu bairro.
E, por favor, perca esse preconceito quanto a psicólogos. Você não é doido por procurar um. Não há problema algum. Problema há, em não procurar.
Carl!
Gostei muito de toda sua explanação sobre o papel do psicólogo e concordo, não apenas por ser psicóloga, mas é que é mesmo necessário todos nós mantermos um certo equilíbrio e nada melhor do que um bom profissional parar orientar.
Que a semana seja abençoada!
“O prazer dos grandes homens consiste em poder tornar os outros felizes..” (Blaise Pascal)
cheirinhos
Rudy
Realmente ainda há este tabu criado em torno de psicólogos, psiquiatras e afins. Mas o mais triste é que não há preconceito em se sentir mal de vez em sempre. Sei lá,acaba sendo tão “normal” se sentir mal, isolado, triste, rabugento…que se acha que viver assim é o que tem pra fazer, e ponto final!
Eu não sou muito de falar não, mas sou de escrever. Então, isso me ajuda muito. E tenho aprendido nos últimos tempos a falar mais sobre meus problemas e frustrações.
Não digo que sou uma ex suicida, mas sou uma sobrevivente de três tentativas. Passou? Não sei, sinceramente não sei.
Mas sei que hoje posso buscar respostas, nem que seja dentro de mim mesma!
Show de post!
Beijo
Carl!
Parabéns pelo post, que por sinal, mto bem explicado, infelizmente ainda estamos convivendo com mtos preconceitos que parecem que ao invés de diminuir só aumentam….
Eu particularmente, já fui á analista e não vejo mal algum nisso, me ajudou mto na época, sempre vejo a necessidade de voltar em busca de ajuda pois no mundo em que a gte vive infelizmente é mto difícil seguir sem ajuda de profissionais da área ao meu ver…
Parabéns mais uma vez
Bjs!
Passei a frequentar piscólogo quando tive uma crise muito grave de depressão. Fiquei com ele por três anos. Foi muito bom para mim, foi essencial para minha saúde emocional.
Há bem pouco tempo tive necessidade de voltar e recebi muitas críticas. “Você está doente outra vez?” ” Não precisa, isso passa” e por aí vai.
Não me importo com o que pensam sobre mim, me importo se estou bem ou não. Voltarei quantas vezes forem necessárias para que tenha equilíbrio e harmonia em minha vida.
Que post incrível!
Parabéns pela coragem e força para falar sobre esse assunto!
Realmente, as pessoas são muito ignorantes com terapeutas, psicólogos e psiquiatras.
Eu só não consulto com um psicólogo ou terapeuta, porque infelizmente não está tendo pelo sus aqui na minha cidade, mas quando tiver, quero muito.
Acho que me ajudaria muito a perder o medo e a excessiva timidez que tenho. Pra você ter ideia, as vezes tenho vergonha até de postar no meu blog, rsrsrs
São coisas sérias, ou nem tanto, mas que vão nos prejudicando aos poucos, e as pessoas realmente precisam perder o preconceito e buscar ajuda para ter uma vida mais feliz e saudável.
Abraços