Em CORPOS SECOS, primeiro teve o uso de novos agrotóxicos sem os devidos testes. Depois, a reação inesperada com as larvas que eles deveriam dizimar. Não se sabe quem foi o primeiro infectado, apenas que o surto começou no Mato Grosso do Sul. São os chamados corpos secos: espectros humanos que não possuem mais atividade cerebral. Mas seus corpos ainda funcionam e anseiam por sangue. Seis meses depois, há poucos sobreviventes. Um jovem aparentemente imune à doença está sendo estudado por uma equipe médica e precisa ser protegido a qualquer custo; uma dona de casa vive em uma fazenda no interior do Brasil e se encontra sozinha precisando reagir para sair de seu isolamento; uma criança vê a mãe tentar de tudo para salvar a família e fugir do contágio; uma engenheira de alimentos percebe que seus conhecimentos técnicos talvez não sejam suficientes para explicar o terror que assola o país.

Com a atual situação do nosso planeta, pandemia vem sendo uma das coisas mais buscadas, tanto em livros, como em filmes e séries. E eu claramente não perderia a oportunidade de ler um lançamento que traz um pouco disso.

A primeira coisa que você percebe em CORPOS SECOS é que existem diversos pontos de vista durante a leitura. Tendo como principais: Murilo, Regina, Mateus e Constância. Seu objetivo em comum é chegar a Florianópolis, um dos pontos seguros do país, livre de Corpos Secos.

CORPOS SECOS são pessoas infectadas que perdem a consciência e só pensam em se alimentar de outras pessoas, é quase um apocalipse zumbi, porém esses infectados tem vários estágios, desde primeiros sintomas, a estado feral, até o estado de eclosão, onde os corpos explodem liberando o vírus no ar em até 20 metros.

Mateus, um dos nossos principais personagens, foi infectado, porém não teve nenhum sintoma e continuou vivo. Murilo é irmão de Mateus, porém eles se separaram quando Mateus contraiu a doença, e junto com sua família, vai em busca de abrigo seguro.

Constância foge com seu pai e irmão gêmeo, mas só é possível ver a mágoa que ela sente do irmão o tempo todo. Regina era apenas uma “patroa” em sua fazenda, e não pretendia sair de suas terras. Vemos a evolução da personagem Regina principalmente, ela se torna uma mulher muito forte durante a história e quando você pensa que ela não pode mais aguentar, ela vai e mostra mais uma vez que é capaz.

Sinceramente, achei que fosse focar mais em descobrir a cura para o vírus, no livro é dito sua origem, quem, como e onde ele surgiu, mas essa parte é deixada de lado perdendo sempre para a “luta” entre os sobreviventes. A história acaba se perdendo, como se ficasse à deriva de tudo que está acontecendo, e deixa os personagens serem levados de um lado para outro.

Definitivamente não foi o final esperado, foi como se tudo que era importante fosse deixado de lado para coisas ínfimas, não vi evolução dos outros personagens, talvez um pouco do Murilo, mas eram bem difíceis os capítulos dele, ele sempre falava como se fossem anos atrás, e a história não traz uma exploração lá na frente.

Acredito que CORPOS SECOS teria um final diferente, porém parece que quiseram terminá-la rápido e acabaram deixando de lado os detalhes mais importantes. O livro foi bem desenvolvido no começo e no meio, mas pecaram no final, faltou algo mais chocante, como uma pesquisa sobre a cura ou fatos que realmente impactassem no geral.


AUTORES: Luisa GEISLER, Marcelo FERRONI, Natalia Borges POLESSO, Samir MACHADO
EDITORA: Alfaguara
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 192


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