Em BIOHACKERS, Mia é uma caloura de medicina na Universidade de Freiburg, fundada em 1457 na Alemanha e uma das mais conceituadas do mundo. Ela está muito interessada na tecnologia de biohacking, ou seja, engenharia genética que manipula o DNA para inserir, excluir ou modificar o genoma de um organismo vivo. Mas o maior interesse de Mia não é nos estudos, mas em se aproximar de Lorenz, sua professora e uma cientista famosa. Lorenz está ligada a uma tragédia que ocorreu na infância de Mia, que resultou na morte dos pais e do irmão mais novo. A finalidade de Mia é descobrir até onde Lorenz foi responsável pelo que aconteceu, e se vingar.

Para conseguir se infiltrar nos laboratórios de Lorenz e investigar por indícios, Mia se envolve com Jasper, o jovem assistente e braço direito de Lorenz. Descobre que a ligação de Jasper com a professora não é apenas profissional, mas uma dependência de um tratamento especial e ilegal que mantém Jasper vivo. Isso causa uma dúvida em Mia: se ela conseguir provar que Lorenz tem ligação com o que aconteceu aos pais, pode ser que Jasper fique sem tratamento.

Outros personagens da série, que embora secundários, se mostram essenciais para a conclusão da temporada, são Niklas, o colega de quarto de Jasper e que, quando descobre o passado de Mia, a ajuda na investigação; e os três colegas de quarto de Mia, Petra, Lotta e Heike, todos estudantes de áreas diferentes da biologia e que usam seus conhecimentos para salvar várias vidas no clímax da temporada.

BIOHACKERS é uma série nova da Netflix, com produção alemã, que me surpreendeu pela qualidade, pela agilidade dos episódios (apenas seis) e pelo carisma de todos os personagens, principalmente por Mia, a atriz Luna Wedler. Ela consegue transitar entre as expressões da jovialidade de uma estudante ingênua, para a de uma mulher convicta em vingar a morte da sua família. O resto do elenco também é bastante competente, com uma exceção para a atriz Jessica Schwarz, que interpreta a professora Lorenz. Ela não consegue compor a personagem da forma ameaçadora que a história pedia, e fica apenas no aceitável.

A trama é muito interessante, ela entra fundo na manipulação de DNA para acabar com doenças, mas também para criar ataques genéticos através da modificação de insetos para servirem como agentes biológicos mortais. Inclusive, o primeiro episódio começa exatamente com um desses ataques em um trem onde Mia e Niklas estão, como uma forma de os impedir de continuar a investigação. A partir desse ponto, o enredo volta ao passado para mostrar o que aconteceu até aquele momento.

Inclusive, BIOHACKERS estava planejada para estrear em abril, mas a Netflix decidiu adiar o lançamento devido ao foco do público na disseminação de COVID-19, já que algumas cenas do programa poderiam ser interpretadas erroneamente como referências à pandemia, ao invés de ataques biológicos programados. De qualquer forma, BIOHACKERS vale muito a pena ser assistida, eu mesmo finalizei a primeira temporada de uma só vez. Todos os seis episódios são muito bem produzidos, com uma edição que transita entre a diversão estudantil e trechos de grande tensão e suspense, tudo com maestria.


CANAL: Netflix
TEMPORADAS: 1
EPISÓDIOS: 6
GÊNERO: Suspense
DURAÇÃO: 40 minutos
ANO LANÇAMENTO: 2020




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