Simon Snow venceu. Ele pôs fim às forças do mal que ameaçavam destruir o Mundo dos Magos. Tudo deu certo. Ou quase. Porque, agora, Simon perdeu toda a sua magia. Ele não passa de um normal… Bom, tirando o fato de ter asas e um rabo de dragão. Vendo o melhor amigo mergulhar em um desânimo cada vez maior, Penelope decide levar Simon e Baz em uma viagem de carro para visitarem Agatha, que agora mora na Califórnia. O que era para ser um passeio divertido se mostra muito mais desafiador do que imaginavam. Afinal, os Estados Unidos abrigam todo tipo de criatura mágica mal-intencionada e disposta a causar problemas. Em meio a uma confusão enorme com uma legião de vampiros e outros seres malignos, talvez Simon finalmente seja capaz de reunir a força necessária para seguir em frente ― e deixar algumas pessoas para trás.

O que acontece depois que você cumpriu o seu destino? Em SEMPRE EM FRENTE (resenha aqui), Simon Snow precisou sacrificar toda a sua magia para derrotar o Oco Insidioso e o Mago. Vazio de poder, desiludido e deprimido, nada restou a ele além da auto-piedade.

Em O FILHO REBELDE, segundo livro da saga (e tomara que não o último), os três protagonistas inesquecíveis, Baz, Penélope e Simon, decidem tirar férias, visitar os Estados Unidos e ir atrás de Ágata. Nas entrelinhas, buscam no sonho americano um recomeço, um novo propósito e um motivo para viver.

Quando observo os livros da saga Simon Snow, diria que são quase opostos. Enquanto o primeiro é sobre a bondade do mundo, a esperança e a força da inocência, neste vemos o que há de pior na sociedade, a corrupção e o completo luto.

Snow não está bem. Baz está desesperado. Penélope, perdida. É fácil se identificar e sofrer com eles, afinal, são sensações e sentimentos comuns para a maior parte de nós quando deixamos de lado a inocência da infância, para a maturidade.

O FILHO REBELDE é sobre isso. Sobre o que vêm depois do felizes para sempre. É um livro adulto que, ao menos para mim, me fez repensar sobre sonhos e o valor que damos as nossas próprias conquistas. Aqui, o drama tem seu valor, sobressaindo, até mesmo, toda a magia e o universo espetacular construído pela fantasia no seu antecessor.

E mesmo com as mudanças na essência da história, gostei muito das escolhas de Rainbow Rowell. Diria, inclusive, que deixou de beber em todas as suas inspirações (Harry Potter, Doctor Who, Naruto, entre várias outras) para criar algo próprio. É lindo ver a identidade da autora em cada uma das reviravoltas.

Sem sombra de dúvidas, continuo com a mesma opinião: todos os fãs de fantasia deveriam dar uma chance. São 350 páginas que valem cada segundo investido.


AUTORA: Rainbow ROWELL
TRADUÇÃO: Lígia AZEVEDO
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 350


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