Começo a resenha de DESTRUIDOR DE MUNDOS avisando que não sei bem o que achei. Ao mesmo tempo que existem pontos admiráveis na história, outros deixam a desejar. Da mesma forma, à medida que Victória Aveyard cria um universo detalhista e encantador, falha na construção dos personagens e nos aspectos mais básicos de uma narrativa. Vamos do início!

Coisas estranhas estão acontecendo. Saqueadores estão escondidos sem motivos aparentes. Embarcações estão desaparecendo em alto mar… Tem algo de errado na Ala. Em formato de uma fantasia medieval, a obra conta a história Corayne, a única descendente de uma poderosa linhagem. Linhagem a qual é a única esperança para salvar o mundo de um vilão cruel.

Com a companhia de uma equipe inusitada, um ancião, uma assassina, uma bruxa e um cavalheiro, eles terão que agir antes que seja tarde demais. O futuro da humanidade está em risco.

A premissa de DESTRUIDOR DE MUNDOS é sim muito interessante. As páginas iniciais são um prato cheio para quem ama ação. Sangue, vísceras e muitos confrontos. A batalha dos sonhos para vários leitores. No entanto, a emoção “é regrada“. Por mais que seja vendido no verso cenas de tirar o fôlego, na maior parte do tempo, o ritmo é relativamente lento.

São 553 páginas prometendo algo que nunca chega, de fato, a acontecer. São só promessas que no início animam, mas, com o passar do tempo, frustram e causam desânimo devido a “mornice“. Afinal, estamos falando de uma narrativa relativamente previsível, que não acontece nada (ou quase nada) durante o seu desenrolar.

Por outro lado, a autora não poupa detalhes para dar vida a Ala, o universo criado. As descrições são ricas e minuciosas. Para quem gosta, é uma experiência enriquecedora. Ainda mais porque falamos de uma mitologia nova, em que é preciso prestar atenção em tudo o que é dito para não se perder. Logo, ganha pontos positivos por causa desta escolha.

Paralelamente, para tentar trazer dinâmica para a trama, a história é contatada por 6 perspectivas distintas. Não é o meu formato favorito, entretanto, para este livro em questão, é necessário. São histórias muito diferentes, que precisam ser conectadas para fazer algum sentido. Em contraponto, enquanto tal escolha é positiva, também é perigosa. Mesmo após mais de 500 páginas, sinto que não me conectei com nenhum dos personagens. Mais que isso, sinto que eles não possuem química nem carisma.

Tanto que no verso, outra promessa é a tensão romântica. Para você ter uma ideia do que digo, não faço ideia de quem são os casais do livro e qual a tal tensão citada. Isso sem falar no papel de coadjuvante que a própria protagonista assume. Me parece mais uma mocinha perdida, sem saber o que fazer ou como agir. Fora a dependência em ser salva o tempo todo.

De uma forma geral, eu diria que é o livro das grandes promessas. Um grande vilão. Grandes batalhas. Grande desenrolar. Grande casal… é tanta coisa acontecendo, que nada acontece de fato. Não há desenvolvimento. A trama morde, assopra, todavia nunca chega aos finalmentes. Para alguns leitores (eu), é um pouco frustrante. Para outros, é fácil de ignorar.

De modo geral, acredito que se você se sente curioso ou curiosa com a história, vale a pena dar uma chance. Embora eu tenha minhas dúvidas sobre o que achei, não julgo que foi tempo perdido. Certamente, os fãs de ação e fantasia irão amar.


AUTORA: Victoria AVEYARD
TRADUÇÃO: Gulherme MIRANDA e Lígia AZEVEDO
EDITORA: Seguinte
PUBLICAÇÃO: 2021
PÁGINAS: 554


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