Em 2007, um grupo de amigos vai para a paradisíaca Santa Lucia, no Caribe, celebrar o casamento de um casal de amigos. Dentre os amigos estão Grace Sebold e Julian Cristian, ambos estudantes de medicina. Julian sobe o penhasco Gros Piton para elaborar um encontro inesquecível, mas o que deveria ser um dos momentos mais felizes de sua vida, termina sendo, na verdade, seu último dia vivo, e a culpada por seu assassinato é ninguém menos que Grace Sebold.

Dez anos depois, Sidney Ryan tem três documentários investigativos consagrados por mostrar erros cometidos durante investigações policiais que resultaram na condenação injusta de três pessoas. Sidney chamou a atenção de inúmeros presidiários que querem comprovar sua inocência, e no meio de milhares de cartas, ela encontrou as de Grace, alegando não só sua inocência, mas também enumerando os erros cometidos pela polícia durante toda a investigação que tirou dela os últimos dez anos de sua vida.

Intrigada com a história, Sidney entra de cabeça nessa história e começa um novo documentário. A garota de Sugar Beach será apresentada quase em tempo real, e as descobertas feitas pela cineasta serão reveladas quase ao mesmo tempo para ela, quanto para os espectadores. Ela vai até Santa Lúcia conversar com o policial encarregado da investigação que levou à prisão de Grace e descobre que a inocência da ex-estudante de medicina não é tão certa quanto parecia nas cartas que recebera. Ainda assim, Sidney sabe que existe muita história por trás do assassinato de Julian.

Seria Grace Sebold inocente, como ela diz em suas cartas, ou tudo não passa de uma tentativa de escapar impune do crime que cometeu por ciúmes?

Senti uma mistura de amor e ódio muitas vezes durante a leitura, principalmente porque os personagens são muito bem desenvolvidos e muito reais. Cada um dos personagens secundários tem papel fundamental para o que Charlie planejou para essa história. Sidney é uma personagem interessante, mas o foco da história não é nela, mas, sim, em seu documentário sobre Grace e Julian.  A familia de Grace, em especial seu irmão, tem um papel fundamental na trama toda, e a forma como é revelado o passado da personagem e como isso afeta de forma significativa a história, é incrível.

Com uma narrativa minuciosa e viciante, Charlie Donlea conseguiu fazer dessa história um achado maravilhoso. A premissa de um livro de ficção que se confunde com a realidade de um documentário investigativo, surpreendeu muito e me deixou muito contente com o resultado encontrado. Intrigante, angustiante e completamente viciante, é exatamente assim que eu resumiria esse livro. Foi impossível parar de ler enquanto as respostas não fossem reveladas. E que fique claro, a cada novo capítulo, há uma nova revelação e uma nova dúvida para nos perturbar e nos deixar numa mistura de ansiedade, raiva, confusão e admiração pelo autor.

Sobre os últimos capítulos: descobri algumas das revelações finais lá pelo meio da leitura, no entanto não imaginei o impacto que teriam aquelas minhas suspeitas no fim do livro. Quando digo que fui pega completamente de surpresa, acreditem em mim!

Amei o livro e espero que Charlie Donlea continue me surpreendendo positivamente.


AVALIAÇÃO:


AUTOR: Charlie DONLEA vive em Chicago com sua esposa e dois filhos. Um de seus hobbies é pescar em lugares praticamente desertos do Canadá. Essas viagens por estradas paradisíacas inspiraram o cenário para o seu livro de estreia. Ávido leitor, é também apaixonado. Quando decidiu escrever seu primeiro livro, ele se preparou para produzir algo como tudo o que gosta de encontrar nos seus filmes e livros prediletos: uma história capaz de deixar o leitor refletindo sobre ela por muito tempo
TRADUÇÃO: Carlos SZLAK
EDITORA: Faro Editorial
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 351


COMPRAR: Amazon