A ÚLTIMA DAMA é o terceiro livro da trilogia Tudor, publicado pelo Grupo Companhia das Letras, pelo selo Paralela. Nesse livro, iremos conhecer a história de Penelope Dereveux, uma mulher forte que desafia todas as regras da sociedade em prol de sua família.

Penelope é uma jovem, de 18 anos, que vem de uma família nobre, porém marcada. Sua mãe, Littice Knollys, foi uma das mulheres que desafiou a Rainha Elizabeth I e acabou sendo exilada da corte: seu maior pecado foi se casar com o favorito da rainha. Agora que Penelope está na corte e caiu nas graças da Rainha, terá que aprender a navegar pelos mares das intrigas e traições e terá que usar toda sua inteligência e perspicácia para conseguir boas alianças e sair vivas delas.

Mas, apesar de Penelope ter caído nas graças da rainha, quem realmente ganhou destaque perante a mesma, foi seu irmão Robert Dereveux, o conde de Essex. Todavia, Robert tem um inimigo que fará de tudo para ver a sua destruição, e esse homem é Robert Cecil, considerado os olhos e ouvidos da rainha e que, de maneira clandestina, vigia todos os seus passos em busca de um erro que o fará, enfim, ter a sua vingança.

A ÚLTIMA DAMA é um livro que relata os últimos anos do reinado da Elizabeth I. Com uma riqueza de detalhes históricos e uma incrível personagem feminina, que fará de tudo para manter sua família a salvo, em um cenário que tem tudo para ser um desastre.

Penelope é uma mulher dona de uma beleza sem igual, que foi aclamada pelos sonetos de Philip Sidney – Astrophil e Stella -, mas que ganhou destaque pela sua inteligência política e pela lealdade que tem para com seu irmão. Ela é uma mulher decidida, que resolve seguir sua vida em seus próprios termos, com um casamento de fachada e com um relacionamento amoroso de longo prazo com um amante – com quem teve vários filhos. Penelope mostra que, às vezes, tudo é uma questão de escolha. No entanto, como a autora mesmo relatou em uma nota, Penelope foi uma figura de grande importância na história de vida do Conde de Essex, ao ponto de ter sido perdoada por diversos erros, inclusive sua traição conta a coroa.

Essa foi uma obra que me surpreendeu bastante, eu confesso, estava com baixas expectativas. No entanto, o livro foi diferente de tudo o que eu imaginava. Fui surpreendida pelos eventos históricos que esta obra traz, pois, apesar de ser um livro de ficção, foi baseado em fatos reais, e a autora tentou ser o mais fiel possível à história. Eu já conhecia um pouco da trajetória da vida do Conde de Essex, mas de sua irmã nunca tinha ouvido falar. E fico muito feliz, pois fui arrebatada por ela, que fez o possível e o impossível para proteger os que amava, e que cresceu muito no meu conceito, pela sua garra e coragem.

A narrativa é feita em terceira pessoa, pelo ponto de vista da Penelope e do Cecil, o que para mim foi uma grande surpresa, pois não é sempre que um homem, considerado o vilão de um livro, tem a oportunidade de contar os fatos pelos seu ponto de vista. A diagramação está bem simples, folhas amarelas e letras confortáveis. Encontrei alguns erros no decorrer da leitura, mas nada que interferisse no desenrolar da história.

Um ponto que foi um pouco que incômodo para mim, foi assimilar os personagens e a linha temporal em que o livro estava sendo narrado. Isso aconteceu, pois a narrativa é feita em decorrência de vários anos, no entanto, quando eu consegui me situar e assimilar quem era quem, tudo fluiu muito bem. No contexto geral, essa foi uma obra incrível, com uma personagem feminina forte e uma história arrebatadora de tirar o fôlego.


AVALIAÇÃO:


AUTORA: Elizabeth FREMANTLE quis ser escritora desde criança, depois de vários outros empregos e também em revistas de moda, como Vogue, Elle e The Sunday, casou-se e foi para Paris, trabalhando na Vogue francesa. Após o divórcio retornou para Londres, onde permaneceu e passou a trabalhar como escritora.
TRADUÇÃO: Alexandre BOIDE
EDITORA: Paralela
PUBLICAÇÃO: 2018
PÁGINAS: 384


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