Penny tem 18 anos e sonha em ser uma escritora. A chance de realizar esse sonho, vem com a faculdade, localizada longe de casa, em Austin, no Texas. A distância é bem-vinda por outro motivo: a relação de Penny com sua mãe é tóxica, problemática, por causa do excesso de autoridade, pela insistência em diminuir suas capacidades, de criticar suas amizades. A única pessoa de quem poderia sentir falta, seria seu namorado, mas Penny nem gosta dele assim tanto. Na verdade, a relação é uma fuga para o que ela enfrenta em casa.
Sam tem 21 anos e passa por sérias dificuldades em todas as vertentes de sua vida: não tem dinheiro; mora em um quarto sem cama, tem apenas um colchão, que fica em cima da cafeteria onde trabalha; sofre pelo término com sua namorada, por quem ainda pensa ter alguma paixão; enfrenta problemas com sua mãe, uma mulher sem ânimo, que encontra na bebida uma fuga para suas falhas. A única coisa que distrai Sam, é seu trabalho, fazer doces em formatos diferentes.
As coisas pioram para Sam, quando ele recebe a notícia de que sua ex-namorada pode estar grávida dele. É a gota d’água no frágil equilíbrio emocional, e Sam tem uma crise de ansiedade. Por uma obra do acaso, e de conhecidos em comum, Penny socorre Sam, os dois sentem algum tipo de identificação, trocam experiências e resolvem trocar também os números de telefone, com a promessa de um ajudar o outro quando este precisar. O tal contato de emergência. A partir de então, Penny e Sam iniciam a formação de uma amizade virtual, trocando mensagens eletrônicas sobre suas vidas, seus problemas, seus sonhos…
CONTATO DE EMERGÊNCIA é um romance juvenil sobre um mal moderno que tem se tornado cada vez mais expansivo: a solidão. Mas não aquela solidão de não ter alguém à volta, mas a solidão da carência, de não ter com quem conversar, mesmo estando rodeado de pessoas, porque nenhuma delas seria capaz de compreender o que a pessoa está sentindo e sofrendo. Essa solidão desencadeia vários outros problemas, como a insegurança, o pânico, síndromes, complexos e transtornos sérios, que podem evoluir para doenças de difícil tratamento.
Penny e Sam sofrem por causa das famílias desajustadas, que seriam as pessoas que, normalmente, poderiam ajudá-los, mas são exatamente elas que abalam suas vidas. É aquela fase após a adolescência, quando não sabemos para onde ir, o que fazer, com quem contar, que ainda não temos maturidade para enfrentar a tempestade da fase adulta. E é nessa necessidade que Penny e Sam encontram a solução um no outro.
Os temas tratados em CONTATO DE EMERGÊNCIA são importantes, sérios, e acho que seriam mais bem tratados se a narrativa fosse menos romântica, menos ingênua. Os problemas dos dois personagens mereciam uma maior profundidade, e algumas coisas inseridas na trama, como bebida alcoólica, tabaco, maconha, mais bem explicadas, para não dar margem à falsa percepção de que essas coisas podem ajudar em algo, ou diminuir algum sentimento negativo.
De qualquer forma, CONTATO DE EMERGÊNCIA é um romance fofo, com dois personagens engraçados, quando juntos, mas donos de uma carga pesada por conta dos problemas familiares. Acho que todos precisam de alguém que sirva de ajuda, nem que seja um profissional, como um analista ou um terapêuta. Se você se sente assim, abandonado, pense nisso. Essas pessoas são perfeitas para ajudar a suportar, compreender, qualquer coisa pela qual esteja passando.
AVALIAÇÃO:
AUTORA: Mary H. K. CHOI
TRADUÇÃO: Ana RODRIGUES
EDITORA: Intrínseca
PUBLICAÇÃO: 2019
PÁGINAS: 336
COMPRAR: Amazon
Curto muito um livro com vibe Sessão da Tarde/ Netflix.
Penny e Sam são personagens complexos com uma história de vida conturbada, principalmente Sam. Penny também tem sua cotade assuntos a resolver.
Mesmo que a abordagem não seja das mais profundas, acho válido a autora ter inserido as questões na história.
Vai pra lista com certeza
Carl!
Bom ver que o ataque de pânico é relevante no livro e ainda mais relevante a questão da amizade que pode chegar a curar.
Sinto que o livro poderia ser mais bem narrado e favorecido melhor a leitura.
Achei interessante a protagonista ser asiática e gostaria de acompanhar toda essa história com a mãe e como tenta resolver seus familiares.
cheirinhos
Rudy
Mesmo que temas tão necessários não tenham tido o destaque merecido, acredito que a solidão seja realmente o mal do nosso século, infelizmente.
Principalmente a solidão que se apossa das pessoas que mais vivem acompanhadas, dentro de suas próprias casas.
Romantizar tudo isso não é um bom caminho, mas talvez de uma forma superficial, aborde sim, o tema.
Por isso, se tiver oportunidade, quero muito conferir este livro, até por trazer um enredo bem juvenil, coisa que gosto demais em leituras!
Beijo
Olá, tudo bem? Eu fiquei bem curiosa com esse livro desde o lançamento, acho que é uma história que irá me agradar em vários aspectos com certeza!
Eu amo romances fofos hahaha, então vai para a lista agora!
Um beijo.
Olá! Eita que o livro parece trazer não só a história de Penny e Sam, mas também de muitas outras pessoas que sem dúvida vão se identificar com essa sinopse. É sempre muito bacana encontrar esse tipo de leitura, acho que deve ser lido pelo máximo de pessoas possíveis, em contra partida fiquei um tanto quanto decepcionada por não terem se aprofundado mais no tema e explorado mais esse lado da procura por ajuda profissional, o que é tão importante, e muitas pessoas não o fazem, por vergonha, medo e principalmente falta de informação. Estou bem curiosa para conhecer a escrita da autora.
Olá!
Gosto de livros assim que mostra personagens passando de uma fase para onde e tentando enfrentar e resolve os problemas da vida. Meio que muitos jovens hoje em dia passa por isso e com certeza será uma ótima identificação. Gostei da premissa!
blog:
Tempos Literários
Então… Até pensei em comprar, mas devidas a várias criticas que li recentemente acabei desistindo…
Não li a obra, não posso julgar por completo, mas pela premissa já se pode ter uma ideia que, apesar da autora tocar em uma temática tão importante socialmente falando, parece que não foi bem aproveitada, bem exposta ou desenvolvida. Acredito que poderia ter menos romantização, apesar de ser um romance juvenil e mais informação, principalmente para aqueles que passam ou estão passando por situações parecidas…