A batalha decisiva pelo Olimpo e pela raça humana começou. Percy e seus amigos do Acampamento Meio-Sangue terão que se provar mais do que dignos para enfrentar o maior pesadelo de suas vidas. No ultimo livro da saga, O ÚLTIMO OLIMPIANO, Nova York será palco da maior luta que essa geração já viu, será que eles vão conseguir?

Antes de começar é importante avisar que o texto terá spoilers dos quatro anteriores livros da saga: O LADRÃO DE RAIOS (resenha aqui), O MAR DE MONSTROS (resenha aqui), A MALDIÇÃO DO TITÃ (resenha aqui), e A BATALHA DO LABIRINTO (resenha aqui).

Novamente, Percy tem seu momento de paz interrompido graças a problemas que sempre o chamam. Dessa vez a luta bate na porta e, antes da batalha começar, medidas precisam ser tomadas. Nico, o filho de Hades, apresenta para Percy um plano perigoso, mas que se der certo, vai virar o rumo da batalha para o lado dos semideuses. A profecia maior ainda está rolando, a mesma que dizia que um semideus, filho dos grandes, irá ter um papel importante nessa batalha, podendo ampliar ou acabar com o caos. No momento, Percy é o provável e único candidato para essa profecia e tentar deixar isso de lado não será nada fácil, já que ele vai fazer 16 anos em poucos dias, prazo final dito pelo oráculo. Mas tudo isso precisa ser deixado de lado, já que a proteção de Nova York e do Olimpo será toda dos jovens semideuses, os próprios deuses estão em sua própria batalha com um titã maior que destrói cidades com um passo. E agora resta para Percy e seus amigos vencerem Cronos, que assumiu finalmente seu novo corpo, vivendo agora em Luke, ex-campista e ex-amigo de Annabelle, como será ter que derrotar aquele amigo que se perdeu? Será que existe alguma esperança para ele?

Finalmente chegamos ao ápice e desta vez temos uma narrativa digna de final épico. As coisas acontecem rápido, mas não aceleradas. No começo temos uma missão para ganhar tempo, depois uma segunda tarefa para conseguir alguma vantagem no campo de batalha, e em seguida começa o combate. Tal batalha, que assume boa parte do livro, sendo explorada por todos os lados possíveis.

Percy está com a cabeça cheia, toda a responsabilidade de planejar tudo acaba caindo nos seus ombros, ele precisa pensar sempre com um passo à frente ao mesmo tempo em que tenta esquecer essa profecia que fica martelando em sua cabeça. Ele nunca está sozinho, mas é notável perceber certa solidão, seus amigos mais próximos estão ocupados, seu irmão e seu pai estão em sua própria missão decisiva e para ele só resta seguir em frente. É muita informação que o personagem precisa processar e é até bizarro ver a loucura crescendo dentro dele, aquele que era tão bobo e tranquilo no começo dessa jornada. Um desenvolvimento de personagem muito palpável e digno de um herói, a construção desse símbolo de resistência foi muito bem feita e nada fica forçado. Ele fez por merecer, ele não apela e é extremamente poderoso, deixando o leitor em êxtase em suas explosões de irá.

A mitologia no livro cresceu de maneira considerável e desta vez temos diversos novos deuses e mitos presentes na trama. Alguns extremamente famosos e outros desconhecidos pelas massas, mas que sempre se encaixam perfeitamente. O destaque que o livro dá para os deuses pequenos e aqueles que para muitos podem não ter grande importância é bem emocionante e reserva passagens belíssimas, como todas envolvendo Héstia, a deusa da lareira e da família. Os deuses grandes, em si, estão ocupados lutando contra o Tifão, uma entidade titã que destrói tudo à sua volta. Até mesmo os deuses passam dificuldades para vencer esse inimigo. Essa batalha o leitor assiste em pedaços, mas não deixa de ser um momento extremamente eletrizante. É aquela luta raiz com muita porrada e poder, a narrativa constrói uma belíssima luta de deuses, arrepiante, de longe um dos melhores momentos de toda a saga.

A batalha pelo Olimpo se desenrola em Nova York, arrasando a cidade, mas, ao mesmo tempo, extremamente equilibrada. Percy e seus amigos conseguiram se organizar bem e, mesmo com problemas, estão conseguindo atrasar os inimigos. A incerteza na cabeça de Percy é grande, ele comanda tudo e está desesperado para conseguir mais apoio, e quando ele chega, o leitor sente uma emoção na alma. A chegada dos reforços é realmente eletrizante e veio no momento certo. É uma enorme batalha que a cada novo capítulo apresenta um arco mais brilhante que o anterior. Aquele tipo de descrição cinematográfico, você imagina tudo da forma mais real e palpável possível.

O espaço que os personagens recebem também merece destaque. Annabeth usa a todo o momento o presente recebido por Dédalos no livro anterior e, junto com sua inteligência, cria um novo exército para ajudar na batalha. Simplesmente uma jogada de mestre do autor e a personagem não para por aí. Tendo uma importância decisiva na jornada, tanto do herói, como do vilão, e um papel único na conclusão de tudo. Grover, o sátiro, amigo de Percy, cresce a assume o manto de uma divindade da natureza, suas habilidades são notáveis e o mesmo está auxiliando a todos no campo de batalha. Nico, o filho de Hades e Clarisse, filha de Ares, também assume arcos importantes que sem sua presença terminaria em desgraça.

A conclusão é mais que eletrizante e, novamente, é carregada de emoção. É lindo ver essas crianças, que se tornaram adolescentes num piscar dos nossos olhos, evoluindo tanto e recebendo finalmente o destaque que merecem. Para quem gosta do gênero é fácil e rápido se conectar com os personagens, sofrer com eles e gritar com suas vitórias. São jovens comuns, cheios de problemas, duvidas e questionamentos. A questão de serem filhos de deuses acaba sendo só um detalhe de fantasia. O ÚLTIMO OLIMPIANO é sem dúvidas o melhor volume da saga, ele não inventa a roda, mas constrói, dentro do seu universo, uma narrativa ágil, eletrizante e emocionante. Uma batalha realmente épica onde tudo pode ser perdido.

Esta resenha faz parte da #SemanaEspecialRickRiordan promovida pela Intrínseca.


AUTOR: Rick RIORDAN
TRADUÇÃO: Raquel ZAMPIL
EDITORA: Intrínseca
PUBLICAÇÃO: 2014
PÁGINAS: 381


COMPRAR: Amazon