Quem nunca exagerou na bebida e resolveu ligar para o/a ex-crush? Da autora best-seller do New York Times, SE BEBER, NÃO LIGUE é um romance sexy e divertido. Após exagerar um pouquinho nas doses de vinho, Rana Saloomi, uma mulher solteira de 26 anos, resolve ir atrás do ex-vizinho, por quem era apaixonada aos treze anos de idade. Rana busca Landon Roderic na Internet, encontra o telefone dele e o que era para ser apenas um trote, acaba se tornando um telefonema em que ela despeja em cima dele todos os sentimentos que reprimiu a vida toda.

A ressaca moral do dia seguinte e a certeza que tinha tudo para dar errado vão por água abaixo, quando Rana recebe de volta uma ligação de Landon. As semanas seguem com várias chamadas entre os dois e incontáveis horas de conversas reveladoras. Até que Rana decide, em um outro impulso, pegar um avião e ir ao encontro dele na Califórnia. Prepare-se para muita tensão sexual e cenas picantes!

Rana é filha única, abandonada aos 13 anos pela mãe e criada apenas pelo pai, ela se tornou uma mulher de 26 anos cheia de problemas psicológicos. Landon mora sozinho a milhares de quilômetros de distância, o típico homem clichê que precisa ter mulheres bonitas sem nenhuma ligação.

A autora faz esses dois mundos colidirem, após Rana, “bêbada” (ela tomou, tipo, duas taças de vinho) ligar para Landon. Até aí, a situação está bem controlada e tudo mais, mas você não chega na metade do livro e Rana já mandou uma foto ousada para Landon, fez ele sair de um encontro porque ficou excitado, e ele simplesmente diz que quer Rana apenas porque viu a foto da bunda dela. E não acaba ai, ela atravessa o país sem dinheiro nenhum – um velho bom samaritano paga a passagem de avião dela – para encontrar Landon, sendo que nas trocas de mensagens, ela não queria mostrar o rosto dela para ele. Tudo bem, eu entendi que 13 anos atrás, eles tiveram sentimentos um pelo outro, mas sério, eu não vejo como ele ficou tão apaixonado do nada por ela.

O livro foi bem corrido, as coisas aconteceram todas muito rápido, não deu tempo de sentir a paixão deles florescer, senti que a atração do Landon pela Rana foi física, porque ele simplesmente ficou louco por ela após uma foto de corpo. Foi como se tudo tivesse sido rápido demais, não senti a conexão deles acontecer, quando achava que iria começar a criar o sentimento entre os dois, a autora fez a garota que não queria nem mostrar o rosto correr para os braços do bonitão. Outro fato que incomodou muito foi o da posse, ele sentia que ela era dele, ela sentia que ele era dela, e ficava um objetificando o outro.

Muita coisa do livro a autora exagerou, por exemplo alguns diálogos que ela poderia ter colocado coisas simples, ela encheu de drama melancólico e autoajuda, haviam momentos que eu pensava “meu Deus de que livro de psicologia saiu tanto conselho?“.

Acredito que algumas ideias da autora foram deixadas de lado. Exemplo? Lenny. Lenny era o colega de apartamento de Rana, ele dormia com as roupas dela, ficava resmungando coisas, parecia um psicopata, colocou uma câmera no quarto dela como um stalker, e deram aquele final totalmente sem sentido pra ele. Foi um dos maiores erros que já vi em livros.

E na história, a mãe de Landon agradecendo a Rana por trazer ele pra perto, e logo depois, ela se aposentar em outro lugar? Não faz sentido algum!

Tudo bem que estou falando de um clichê total, e estou apontando todos os furos de um clichê, mas a autora tinha diversas ideias e não as colocou em prática, não sei se foi por medo ou por desleixo. Não estou dizendo que a escrita não é boa, porque ela é, é ótima na verdade, o que me fez ler o livro em um dia. Ela sabe colocar paixão na escrita, mas foi tudo tão rápido, que aquela parte em que você fica ansiosa para ver o casal descobrindo seus sentimentos foi tão curta que não deu para sentir.

A verdade é que se você gosta de um YA, clichê, com muita pegação, muitas descobertas sexuais e também drama, você vai amar esse livro. É o clássico YA americano, onde dois personagens que “não podem ficar juntos“, fazem de tudo para ficarem juntos.


AUTORA: Penelope WARD
TRADUÇÃO: Isadora SINAY
EDITORA: Globo Livros
PUBLICAÇÃO: 2020
PÁGINAS: 256


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