O fim está próximo e a batalha está quase batendo a porta. Em A BATALHA DO LABIRINTO, quarto volume da saga Percy Jackson, os heróis, semideus, precisam correr contra o tempo para resolver todos os problemas e se prevenir ao máximo, pois o acampamento meio sangue está para ser atacado. Em breve não existirá mais lugar seguro, será que eles vão conseguir? Vamos descobrir!

Antes de começar é importante avisar que o texto terá spoilers dos livros anteriores: O LADRÃO DE RAIOS (resenha aqui), O MAR DE MONSTROS (resenha aqui) e A MALDIÇÃO DO TITÃ (resenha aqui).

Percy está tentando, mais uma vez, se adaptar em uma nova escola. Mas as coisas, como sempre, dão errado, com ele sendo atacado e precisando fugir às pressas para o acampamento meio-sangue. A sua chegada acaba acontecendo no momento certo, pois uma nova missão se revelou. O acampamento está para ser atacado, Luke e seu exército de monstros procuram uma passagem secreta através do Labirinto de Dédalo. Uma grande rede de túneis mágicos que dão saída pra os diversos e mais distantes lugares numa rapidez extrema.  E dentre esses lugares, o acampamento dos heróis é uma das opções. Agora resta para Percy e seus amigos entrarem no labirinto para encontrar Dédalo e pedir que ele ajude os heróis a impedirem Luke e seu exército de acharem a passagem secreta para o acampamento. Entretanto o labirinto é magico e contém diversas armadilhas, tanto físicas como mentais, podendo fazer quem entra nele ficar louco. Será que eles vão conseguir cumprir essa decisiva missão a tempo?

O livro se inicia basicamente da mesma forma que os anteriores, com Percy tentando ter uma vida normal, mas ele nunca consegue. Esse arco na trama já está batido, porém dessa vez ele se torna interessante por firmar uma personagem nova na narrativa. Ela é uma humana mortal, porém ela se destaca porque consegue ver através da névoa, podendo basicamente enxergar os monstros e todo o mundo magico. A jovem faz amizade com Percy e essa relação é usada no final para conduzir todo o grupo por uma missão bem perigosa. O autor soube bem usar a personagem e a mesma é muito carismática. Já Percy tem seu desenvolvimento pessoal ampliado e dessa vez o herói se questiona sobre tudo, se ele realmente conhece extensão de seu poder, se ele é perigoso, se ele sente algo por Annabelle. A sua relação com a mesma é confusa, pois Percy ainda não entende o por quê de Annabelle, a filha de Atenas, sente algo por Luke, o traidor que está tentando trazer Cronos de volta à vida. Esse pequeno conflito é interessante, mas as informações são escassas, já estamos basicamente no final da saga, está na hora de explicar mais coisas, porém o livro prefere continuar e levar esse assunto com cautela, compreensivo, porém um pouco irritante.

A missão em si, entrar no labirinto e pedir auxilio para o seu criador misterioso, é basicamente igual a todas as outras. O livro só consegue se salvar porque inova a todo o momento, dividindo os personagens, fazendo uma passagem de tempo muito bacana e desenvolvendo os perigos do labirinto com maestria. É realmente um lugar perigoso e macabro, com perigos em todos os lados. Os heróis acabam cruzando com outros deuses famosos como Hera, sem falar das criaturas horripilantes que são extremamente difíceis de se derrotar. Outro ponto bacana da narrativa é a quantidade de viradas que o texto tem, a calmaria aqui não existe e é necessário a toda hora ir num lugar diferente, um problema puxa o outro e todos são muito bem amarrados.

Os heróis precisam correr contra o tempo para impedir o ataque ao acampamento, pois depois dele, o Olimpo seria o próximo alvo dos inimigos. O ápice do livro realmente faz jus ao peso de ser o penúltimo capitulo. O perigo é real e complicado de se vencer. O autor constrói uma grande batalha literalmente do nada e todas as descrições são eletrizantes. Ele até poderia ir além ao ser corajoso perante ao destino de algum personagem grande, mas é compreensível o livro não ser mais pesado, afinal é uma leitura voltada mais para crianças. Mas que eu queria um pouco de sangue, sim, eu queria.

Grover e sua missão de encontrar o Deus Pã tem finalmente o seu desfecho e toda a importância em volta disso é muito bacana. Thalia, a filha de Zeus, acaba não aparecendo, porém, sua ausência é preenchida por um grande protagonismo de Annabelle. Agora ela lidera pela primeira vez uma missão, usando seu amor e conhecimentos de arquitetura para salvar a todos. A recompensa final que a personagem recebe é algo tão bacana que o leitor fica sedento para saber mais detalhes. Torcendo aqui para ter mais disso no próximo livro.

O final é intimidador, pois o perigo maior nem começou. No capítulo final, Percy recebe a visita de dois personagens, e essas interações, além de serem incríveis, deixam ganchos fortíssimos para o próximo volume. A BATALHA DO LABIRINTO é um livro ágil, divertido, tenso e eletrizante. O nível realmente está subindo e o caminho está livre para o maior caos que essa geração de semideuses já viram. E o leitor no final disso só quer correr para o próximo e ultimo livro.

Esta resenha faz parte da #SemanaEspecialRickRiordan promovida pela Intrínseca.


AUTOR: Rick RIORDAN
TRADUÇÃO: Raquel ZAMPIL
EDITORA: Intrínseca
PUBLICAÇÃO: 2014
PÁGINAS: 361


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