A Netflix segue na sua expansão do seu catálogo de originais e agora temos REBECCA – A MULHER INESQUECÍVEL, nova versão cinematográfica de um livro famoso e também remake de um filme de 1941, dirigido por ninguém mais, ninguém menos, que Alfred Hitchcock, mestre do suspense. Outro fato interessante é que a versão original ganhou o Oscar de melhor filme na década de quarenta e é um dos melhores suspenses de todos os tempos. E aí, será que deu certo refazer um filme como esse? Vamos descobrir!
A trama segue Winter, uma jovem que trabalha como uma espécie de secretária/faz tudo de uma mulher rica. Durante seu trabalho num dia comum, ela acaba conhecendo um homem rico e carismático. Faísca vai, faísca vem e um relacionamento nasce, com o homem convidando sua nova namorada para conhecer sua casa, uma mansão milenar cheia de funcionários e com sua própria história. Agora como um casal, a casa também é de Winter, mas para ela acaba sendo difícil se sentir em casa, já que na casa, a aura de outra mulher se mantém forte. Rebecca, ex-esposa do seu marido que já faleceu, ainda é o centro das atenções, ninguém superou essa perda e a comparação que fazem entre a esposa antiga e a esposa nova do dono da casa acaba sendo algo muito pesado para Winter. Logo segredos do passado e revelações sobre o que aconteceu com Rebecca começam vir a tona e a personagem e o espetador começam a desconfiar sobre o que aconteceu de verdade.
No roteiro, era para o filme ser um suspense psicológico, mas o que temos aqui é uma tentativa desesperada de simplificar uma história que já era muito boa e relevante. O roteiro reserva grande parte de sua duração para firmar esse casal, mas o problema é que o romance não tem força e é piegas, um autêntico lenga lenga que a gente espera acompanhar numa novela de algum canal de quinta ou numa série podre que já foi cancelada. Depois dessa longa e ruim apresentação de personagens fracos, a gente segue para a tão esperada casa do casal, uma mansão horrível e com bastante segredos. Mas o dia-a-dia lá segue com todos fazendo comparações entre Winter e Rebecca. Além é claro de ter a governanta da casa fazendo de tudo para infernizar Winter.
A estrutura é bem parecida com o longa original, mas como tudo foi simplificado, fica difícil se importar com qualquer coisa. Diálogos extremamente mal escritos, cenas de gosto duvidoso e uma trama que é um exercício de paciência, graças a uma péssima direção e um elenco excelente que está entregando desempenhos horríveis.
Estrelando a produção temos Lily James, a Cinderela do live action da Disney. A atriz é um poço de carisma, mas ao encarnar uma personagem ingênua e burra, a mesma passa vergonha e não consegue inserir um pingo de autenticidade ou potência. Muito disso é culpa dos diálogos horríveis que o roteiro dá pra mesma, mas fica difícil o público não torcer para que sua personagem simplesmente exploda de uma hora para outra, uma mulher irritante e chata. E temos alguém pior que ela, Kristin Scott Thomas, vive um clichê ambulante, uma mulher mais velha que odeia a mais nova. Ela é a governanta da casa e amava Rebecca, a mulher morta, logo ela faz de tudo para atormentar a nova esposa do seu patrão. Aquele tipo de personagem que a gente já viu mil vezes, carão, boca torta e maldades gratuitas, tão automático que chega a ser vergonhoso. Encerrando o trio principal, temos Armie Hammer, o marido do ano e dono da casa, o roteiro e o ator destroem o personagem que era ótimo e misterioso. Aqui ele é um paspalho sem vida e tonto, quando ele abre a boca o publico deseja sumir.
O filme é longo e extremamente mal editado, se arrasta nas suas duas horas, parece que nunca vai acabar. O mistério sobre Rebecca e sobre o que está acontecendo na casa nunca se firma, é muito disse me disse que não leva a lugar nenhum. Não tem potência, não tem consequência e muito menos sentido plausível. Some a tudo isso uma fotografia extremamente clara que abusa da luz solar e das cores claras. O figurino é brega e mal desenvolvido, roupas feias, grandes demais que nunca combinam com nada. O filme original era em preto e branco, aqui esse circo colorido e animado não combina nem um pouco com o tom que a história pedia. A trilha sonora é pavorosa e a maquiagem e o cabelo dos personagens é muito feio, escolhas artísticas péssimas que se destacam negativamente nesse show de horrores.
Nunca dá certo refazer um filme que já era incrível, claro que pode ser justificável que esse novo longa vai trazer um público novo para essa trama. Um público que não gosta de filmes antigos ou que não acha o mesmo para assistir, já que o original não está disponível em nenhum streaming. Mas fica aqui nossos pêsames em quem vai mergulhar nessa trama através desse filme horrível, fica minha torcida para que a pessoa se anime a ver o filme original que é literalmente uma obra prima ou que vá conhecer o aclamado livro que inspirou tudo isso. O mesmo não foi respeitado aqui, mas né, isso não é novidade, Netflix lançando original ruim infelizmente está virando rotina. Pior filme de 2020 até agora.
DIREÇÃO: Ben WHEATLEY
DISTRIBUIÇÃO: Netflix
DURAÇÃO: 2 horas e 3 minutos
ELENCO: Lily JAMES, Armie HAMMER, Kristin Scott THOMAS
Podia ter visto esse filme antes né? rs
Eu fui pega pela premissa de um filme maravilhoso, uma obra prima e fiquei sentada no sofá por duas longas horas esperando que acontecesse alguma coisa e? Dancei!
Não acontece nada com coisa nenhuma e o filme apenas termina da maneira que comecei.
Total desperdício ;/
Beijo
Já estava me preparando para assistir nesse feriado.
Achei que era um romance pelo cartaz e sinopse divulgada, nunca imaginei que era reboot do mestre Hitchcock.
Vou passar bem longe
Rafael!
Nosa! Quanta coisa ruim no filme.
Preferi que tivesse sido um suspense psiológico e não uma questão mais existencial.
cheirinhos
Rudy